segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As Pedras de Elementra. Capítulo 16.

                    16. Corredor de monstros

Fomos rapidamente até o fim da caverna, e achamos algumas coisas que não esperávamos: um elevador, uma porta e um túnel.

-O que é isso Grandark? – Adrian reclamou.

-Tá na hora da charada – ele respondeu rindo.

-Argh... Esse idiota! – Richard reclamou. – Vamos escolher um caminho... eu acho que ir pela porta é mais seguro...

-O túnel! – Adrian pediu.

-Elevador deve ser mais rápido... – Blanorcana pensou alto.

-E agora...? Cada um quer um caminho... – reclamei para mim mesmo. – PESSOAL!

Todos vieram para perto de mim rapidamente.

-Temos que decidir logo que caminho vamos escolher! – pedi.

-Blanorcana, Adrian, vou deixar vocês escolherem – Richard declarou.

Blanorcana escolheu a porta, e Adrian o túnel.
Eles começaram a discutir pois achavam que suas escolhas eram as melhores. Como descobrimos, que nos separarmos não é uma boa idéia, decidi fazer uma mini-competição para ver o caminho.
Era uma coisa bem rápida.
Jokempô.

-Sério? Esse é o jeito de decidirmos o caminho? – Richard desabafou.

-Tem uma ideia melhor? – resmunguei.

-Por mim tudo bem – Adrian falou jogando as mãos para trás.

Blanorcana jogou pedra, Adrian papel.

-Vamos pela porta! – Adrian decidiu contente.

Andamos um pouco, e Grandark parecia chateado.
Isso significava que o nosso caminho era seguro.
Fui na frente e abri a porta, nos deparamos com um longo e espaçoso corredor, com um belo tapete vermelho de veludo no meio.

-Qual é a desse lugar? – falei dando um passo a frente.

O lugar onde pisei se abaixou um pouco, e tudo tremeu.

-MAIS UM TERREMOTO! – Richard gritou ao meu lado.

Adrian começou a flutuar no ar, segurando Blanorcana, para não se machucarem.
Eu usei a ideia de Adrian.
Virei dragão e comecei a voar, estendi a mão para ajudar Richard mas ela não quis, ela preferiu ficar tremendo no chão. Sabe se lá porque...
Quando o lugar parou de tremer, notei que o teto havia se aberto.

-O que é aquilo...? – Blanorcana perguntou desconfiada.

-Eu não s... – tentei falar, mas fui interrompido por um rangido.

Antes de poder conseguir fazer alguma coisa, um sapo gigante com olhos brilhantes caiu do céu.

-Um sapo? Sério? Esse é o seu melhor? – reclamei.

Grandark riu mais.
O que ele pretendia fazer com um sapo de 2 metros de altura?

-Vamos só bater nele e passar logo pessoal, não deve ser difícil – Adrian sugeriu.

Voei e atirei uma flecha no sapo.
Nada aconteceu. Ele não sofreu nenhum dano, nem um arranhão.

-O que é isso? – Richard falou pegando seu leque.

O sapo abaixou a cabeça, e coachou. Uma onde de energia enorme saiu junto, e todos batemos com força na parede.

-Ai... – murmurei de dor.

-Isso é impossível! – Blanorcana suspirou.

-Vamos embora enquanto dá tempo – Adrian pediu.

-Nem vem – falei junto com Richard.

Cheguei perto do sapo e mandei um golpe de kung-fu na perna dele.
Nada aconteceu, não teve dano de novo. Nenhum arranhão, nenhum ferimento, nenhum machucado...

-Acho que é minha vez – Richard falou estalando os dedos.

Ela correu como o vento até o sapo e atirou um mini tornado com seu leque.
O sapo se moveu um pouco pro lado, mas fora isso, nada aconteceu.

-Qualé! Só isso? – Richard falou brava.

Ela mandou mais e mais tornados contra o sapo, mas ele não se mexeu mais.
O sapo olhou para Richard, e agarrou-a com sua língua, e a jogou com força na nossa direção.

-Ai! – Blanorcana gritou ao ser atingida por Richard.

-Desculpa – Richard pediu.

-O que faremos? – perguntei junto com Adrian.

-Sei lá... – Richard falou cansada.

Nós só estávamos gastando energia à toa! O que faremos?
“O que faremos?” essa frase ecoou na minha cabeça por um bom tempo, até que me deparei com uma ideia.

-Richard, Blanorcana, venham aqui. Adrian, pode distrair o sapo? – pedi.

-Por quê? – ele perguntou.

-Eu tenho um plano! – falei triunfante.

-Acha que um plano fracassado feito por um fracassado irá salvar vocês? – Grandark falou rindo.

-Te some daqui – Richard pediu socando o holograma.

-É o seguinte - sussurrei – Vocês vão concentrar seus golpes no chão, plantar bombas, armadilhas, enfraqueçam o chão. E contudo, pelo peso e tamanho, o sapo deve cair lá dentro. E eu reparei que ele não é bom com ataque vindo de cima.

-Mas então o certo não é atacarmos a cabeça? – Blanorcana perguntou.

-Não dá, olhe para ele, a cabeça dele não deixa passarmos voando pelo teto. O jeito é fazermos o que eu disse.

-Ok – Richard concordou.

Ela foram até lá, e atacaram o chão.
Richard colocou bombas de vento perto dos pés do sapo, e Blanorcana lançou uma rajada de energia.
O sapo ficou desconfiado, e começou a atacá-las.

-ADRIAN! ATAQUE AGORA! – mandei.

Ele atacou o sapo, impedindo-o de machucar as duas.
Me juntei a Adrian e ataquei o sapo, enquanto Richard e Blanorcana realizavam meu plano.
CRACK!
Um som de quebrado veio direto do chão. Estava dando certo.
O sapo se assustou e começou a coachar, e todos nós acabamos sendo atirados na parede com força. Pedras começaram a cair do teto, e o sapo, apavorado, se mexia freneticamente.
Vi uma grande rachadura no chão.
Totalmente exaustos, nós nos deitamos no chão, e assistimos o “show” do sapo.
Ele gritou uma ultima vez, e o chão se abriu (junto com o teto) e ele ficou preso debaixo da terra, com um monte de pedras encima dele.

-TOMA ESSA GRANDARK! – gritei para ele.

O Grandark riu freneticamente.

-Ei... Olha lá, não tem nenhuma porta nem nada no fim da caverna... – Richard exclamou.

-O que é... – tentei falar, mas desmaiei de cansaço.

-Selion? – Blanorcana falou fraca.


...

-O que houve...? – falei acordando e olhando ao redor. – Pessoal?

Eu estava sozinho, não havia ninguém. Eu estava sozinho num quarto fechado, com paredes cheias de pedras que mais pareciam espinhos.

-Alô?! – gritei.

Olhei para a porta na minha frente. Me levantei, fui até lá e tentei abrir. Estava trancada.

-TEM ALGUÉM AÍ?! – gritei.

Para minha surpresa, uma voz respondeu. Ela disse: “Fique quieto inimigo”.

-Oi? Quem está aí? É você Grandark? – perguntei bravo.

-O mestre estava certo, vocês do Grand Destruction não prestam! – a voz reclamou.

Grand Destruction? O que era isso? Será que estava se referindo ao Grand Elementra?
Grandark... Com certeza não era ele ali! Também não era Lief. A voz era meio... Feminina...

-Do que está falando? O que é Grand Destruction? – perguntei.

-Não adianta fingir ter amnésia! – ela reclamou.

-EU NÃO ESTOU FINGINDO! EU REALMENTE NÃO SEI O QUE É ISSO! – reclamei.

A voz ficou calada um pouco, devia estar pensando.

-Não... Sabe do quê estou falando? – ela perguntou.

-Não, eu não sei o que é isso, eu faço parte da Grand Elementra.

Novamente ela ficou quieta.
Quem será que estava do outro lado da porta?
Uma fresta da porta abriu, e pude ver um olho castanho me observando atentamente.

-Mas você... É exatamente como o mestre GD disse que o tal de Selion do Grand Destruction era! – ela falou desconfiada.

-Olha, - falei me aproximando – você está sendo enganada! O Grandark é do mal. Eu sou do Grand Elementra.

-Não é não! EU sou do Grand Elementra. A localizada no Canadá – ela explicou. – Kathryn me pediu para vir para cá, ajudar Grandark.

-Tem certeza? Ou foi o Grandrak que te enganou? – falei a confundindo. – Me responda, qual seu nome?

-Mariana, sou a elfa do Grand Elementra.

-E eu sou Selion, o dragão do Grand Elementra.

-Dragão...? – ela falou.

Ela fechou a porta rapidamente e a trancou.

-NÃO TEM NENHUM DRAGÃO NO GRAND ELEMENTRA! – ela gritou.

-Tem sim! É que eu sou meio novo... – falei.

-Você é parte do Grand Destruction sim! Você quer destruir todo o mundo! – ela falou com raiva.

-Não, Grandark que quer dominá-lo, e está te usando para isso. Entenda: eu sou bom. Quer uma prova? Se você abrir essa porta, eu ficarei sentado na cama, sem fazer um sequer movimento.

Ela parou para pensar e abriu a porta devagar.
Sentei na cama e esperei.
Depois da porta se abrir, vi uma menina com aparência de uns 15 anos. Ela usava uma camisa verde com um sinal de uma bola de luz azul com asas, uma calça comum cinzenta e... tinha orelhas de elfa.

-Viu? Não sou perigoso – falei.

Ela me olhou desconfiada.

-Faça qualquer pergunta do Elementra que eu respondo – falei.

Ela se sentou no chão perto da porta, e me encarou.

-Quem é Richard? – ela perguntou me encarando.

-Uma sacerdotisa que usa tapa-olho, e adora música.

-Melody?

-A líder do Grand Elementra, uma maga que às vezes é meio louca das idéias.

-Humm... – ela falou.

Ela estava começando a acreditar em mim, é um bom sinal.

-Kathryn? – ela falou.

Antes que eu pudesse responder, ouvi um longo assobio de cobra.

-SNAPE! – gritei.

Mariana correu para fora do quarto e trancou a porta. Ouvi atento a conversa deles.

-Olá... Maaaaaariana... – Snape falou com um som de cobra. – Como está nosssssssso prisioneiiiiiiiro?

-Grandark está nos enganando! Ele é mal! O Selion é bom! Ele é do Grand Elementra, como a gente! – ela falou feliz.

-Eu sssssei dissssssso – ele reclamou.

-O... O quê? – ela falou com a voz fraca.

-Achaaaaa que eu não esssssstou por dentro, menina? – ele falou com uma voz de zoação.

Eu ouvi alguém se atirar contra a porta.

-M-mas... Como é possível? Você estava me ajudando a combater aqueles poluidores! – Mariana exclamou.

-Você é tão boba assssssssim? Tsc tsc... Aprenda comigo que você têm que aproveiiiiiiiiitar que essssstá no time vencedor – Snape explicou.

-Fale a verdade Snape! – ela exigiu.

-Você essssstá na Grand Desssstruction, pequena elfa. Não vê? Grandark gossssstou de seussssss poderesssss, e aproveitou que você não tinha lar.

-Seu... SEU MONSTRO! – ela falou com um tom de voz triste.

“Eu tenho que fazer algo... Mas o quê?”

-Eu? Só esssstou tentando ajudar. Agora deixe-me ver nosssssso prisioneiro – Snape disse batendo na porta.

Ouvi passos e vi a maçaneta girar.
“E AGORA? O QUE EU FAÇO?!” pensei.
Num ato rápido e repentino, me transformei em dragão e voei até o teto, e lá me escondi. Vi a porta se abrir debaixo de mim.

-ONDE ELE ESSSTÁ?! – Snape gritou.

-Do que... Está falando? – Mariana falou entrando no quarto.

-VOCÊ O DEIXOU FUGIR! – Snape gritou. – VOCÊ TERÁ SEU CASSSSSTIGO! – falou fechando a porta com força, com ela dentro da sala.

-ME DEIXE SAIR! – Mariana gritou batendo na porta repentinuamente.

-SE VOCÊ UM DIA SSSSSAÍRA DAÍ, GRANDARK DECIDIRÁ! – Snape falou indo embora.

-N-não... – Mariana falou com uma lágrima caindo do rosto.

Desci do telhado devagar , já que tinha pouco espaço para pousar , e tentei ajudá-la.

-Está tudo bem, Mariana? – falei virando humano de novo.

-NÃO! – ela gritou para mim – POR SUA CAUSA, VOU FICAR PRESA AQUI! E EU NÃO QUERO FICAR PRESA EM OUTRO LUGAR DE NOVO!

O que ela quis dizer com aquilo?

-Nós não vamos ficar presos aqui.

-C-como assim? – Mariana falou soluçando.

-Espere só – falei colocando a mão no bolso. – Essa não.

-O... Que aconteceu? – Mariana perguntou enxugando as lágrimas.

-MEU CELULAR SUMIU! – gritei.

-E daí? Aqui não tem sinal – Mariana respondeu.

-Digamos que o Polar, meu mascote, está no meu celular. Ele podia quebrar está porta! Onde será que ele está?

-Meus poderes não são fortes o suficiente... – Mariana reclamou.

-Peraí... E se eu tentar os meus? – falei virando dragão.

-Você vira dragão? Que legal! – Mariana falou alegre.

-Hehe...

Fui até a porta e tentei quebrá-la com socos.
Ela era resistente.
Eu não tinha tempo, então joguei fogo e comecei a atirar meu corpo contra ela.
Com muito esforço consegui quebrá-la.

-Do que essa porta era feita? – falei fraco.

-Seilá... Material alienígena... – ela respondeu.

Olhei de cara feia para ela.
“Não ia doer me avisar!” pensei.

-Onde estão os outros? – perguntei.

-Mas... QUE OUTROS? – Mariana falou com uma voz ameaçadora.

-O... O que deu na sua... V-voz...? – perguntei trêmulo.

De repente, as paredes se quebraram com um estrondo e o teto caiu em cima de mim.

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO? – gritei tentando me levantar.

Olhei para cima reunindo todas as minhas forças e vi Mariana se transformar num fantasma gigante. Sua pele havia caído no chão e agora que via direito, parecia ser feito de borracha.

-M-mas o quê? – murmurei.

Olhei para o fantasma que se aproximava lentamente. Ele era gigantesco, usava uma espécie de... “vestido” todo rasgado na altura dos pés. Ele tinha cabeça de esqueleto, e dentro do buraco dos olhos, um fogo azul saía. Ele usava um chapéu que cobria sua testa.
Seu corpo todo pegava fogo, uma medula espinhal aparecia caindo e arrastando no chão atrás dele. Ele teria praticamente dois metros de altura se ele não fosse corcunda.
Sua mão ossuda era grandona, e na ponta de seus dedos, um fogo roxo aparecia. Na sua vestimenta, uma imagem de um círculo mágico brilhava nitidamente.

-QUEM É VOCÊ?! – gritei.

-Seu pior... Pesadelo! – ele falou chegando perto de mim.

Quando ele se aproximou, eu senti um frio de gelar a espinha.

-O-o q-quer c-c-comigo...? – gaguejei de frio.

-Sua... Vida... Mas se bem que a dos seus amigos, são melhores... – ele murmurou com um tom de voz gozado.

-NÃO IRÁ PEGAR A VIDA DELES! PEGUE A MINHA E SE MANDE! – gritei tentando me levantar.

Eu não conseguia me mexer. Tudo ia ficando frio... Muito frio...

-Selion! – uma voz soou ofegante pelo local.

-QUEM ESTÁ AÍ? – gritei.

-Apenas eu... – o fantasma falou me mostrando uma bola de cristal brilhando. – Consegue ver? Aí está o corpo de seus amigos... Ou eu deveria dizer... Ex-amigos?

Olhei para a bola, eu via todos jogados no chão. Richard, Blanorcana, Melody, Kathryn, Adrian

-É MENTIRA! – falei com olhos cheios de lágrimas.

-SELION! – a voz gritou de novo, e dessa vez, foram várias vozes.

-O... O quê? Quem está me chamando? – perguntei.

O fantasma deu um longo grito agudo, que ofuscou meus pensamentos. Tudo ao meu redor se quebrou. Eu fiquei sozinho, num espaço negro. Eu não conseguia me mexer, estava de pé,  parado. Sem fazer nada, só olhava para frente.
A risada do fantasma perfurava meus ouvidos.
“Faça isso parar...” minha voz soava fraca até dentro da minha mente.
“Alguém me... ajude?” pensei.

-Só dessa vez – uma voz soou dentro da minha mente.

Eu fiquei chocado e apavorado.

“Q-quem disse isso?” tentei falar na minha mente, mas o grito repentino do fantasma ecoava alto em minha mente. Eu mal conseguia ouvir.
Uma luz surgiu magicamente no fim do túnel. E eu vi uma mão indo até mim.
Senti calor, conforme a mão ia chegando até mim. E nas minhas costas, eu sentia um frio que gelava a espinha.

-Selion! – duas vozes gritaram, uma que parecia familiar, e outra sombria.

A mão que eu via a minha frente, chegou bem perto, e tentou me alcançar, mas não conseguiu.
Senti algo me agarrar por trás, e me fazer sentir muito frio, mas então, algo aconteceu, meu corpo pegou fogo, e toda a escuridão sumiu.
Quando vi, a mão a minha frente me pegou, e me puxou em direção a luz ofuscante que estava me cegando.
Estava no chão, em frente a Richard.

-CONSEGUIMOS! – Richard exclamou alegre.

-Ufa! – Blanorcana suspirou.

-O-o quê houve? – falei tenso.

-Eu explico depois – Richard falou.

-Temos que ir, o tempo está se esgotando. – Melody falou.

-MELODY!? – gritei.

-Ah... Oi? – ela falou com ar de pouco caso.

-Mas... – tentei falar.

-Não é hora pra isso! Vamos! – Mariana gritou.

-MARIANA? VOCÊ TAMBÉM AQUI? – gritei.

Ela sorriu.

-Corre! – Adrian gritou começando a correr.

-Por quê? – perguntei me virando.

Não acreditei no que vi. Havia um dragão de 3 metros correndo rapidamente até nós.
Comecei a correr na mesma hora.