domingo, 29 de abril de 2012

As pedras de Elementra. Capítulo 5



       Selion







             5. Treinamento de arqueiro.



-Ai que dor de cabeça... – acordei esfregando minha cabeça.

-Bom dia dorminhoco. – uma voz falou.

Me virei e olhei para a porta. Havia uma garota que eu nunca havia visto na vida lá. Ela tinha cabelo azul escuro com pontas pretas, tinha um olho vermelho e no outro usava um tapa-olho e atrás dela, havia um gato preto com uma lua na testa, fazendo carinho em sua perna.

-Eu sou Richard. E você deve ser aquele que desistiu mas voltou.

-É... – falei me espreguiçando.

Olhei para os lados e vi que as bolas de pêlos vivas e o Polar não estavam mais ali.

-Cadê os... – comecei a falar mas fui interrompido.

-Seus mascotes? Estão tomando o café da manhã, já são oito horas. Vê se acorda.

-Oito horas? Geralmente acordo as onze e meia...

-Enquanto estiver aqui sua rotina muda.  Qualquer coisa vou estar no meu quarto, você nem vai perceber que eu estou nesta casa.

“Ela parece meio fechada...” pensei. “Comigo aqui ela não vai ficar trancada no quarto... Isso pode ter certeza!”.

                                                            ...

Fui andando lentamente pelo corredor, tropeçando e bocejando. Eu já havia me trocado, e como a Melody disse que eu era um arqueiro... Me vesti como tal.

-Bom dia pessoal... – falei vagarosamente, enquanto eu andava vagarosamente até a mesa.

-Uau você está cheio de ânimo. – Polar falou.

-Háhá... Muito engraçaaaaa... – falei caindo no chão.

-Eu sabia que isso ia acontecer... Me dê o molho picante que você prometeu agora Firus. – Polar falou para a bola de pêlo preta.

E rosnando o Firus entregou com a boca o molho picante.
Me levantei e me virei para a mesa, havia uma garota estranha olhando para mim. Ela aparentava ter 12 anos. Tinha uma pele de cor azul fraca, e seu olhos eram cor verde água. Seu cabelo era comprido e era um loiro fraco.

-Oi? – falei. – Nova aqui?

-Me chamo Blanorcana e vim do planeta de Nibiru.

-Interessante... Você é alien então? – perguntei com dor de cabeça.

-É... Só que sou uma alien-fada.

-Vish... – falei totalmente fora de mim – Se aliens-fada existem então eu devo ser um dragão mesmo.

Levantei do banco e pulei dele. Não funcionou.

-Ele ta bem? – Blanorcana perguntou para o Polar.

-Bateu com a cabeça. – ouvi ele responder.

Notei que eu estava com a minha mochila nas costas. Eu meio que me acostumei a usá-la toda hora. Vi que ela começou a brilhar. Sacudi a cabeça e a abri. Era a pedra. Assim que a toquei senti que a dor na minha cabeça havia sumido, e eu estava de volta ao normal.

-O quê houve? – perguntei assustado. – Porque eu to no chão?

-Droga... Pode pegar Firus... – ouvi Polar falar irritado para o Firus.

Sacudi a cabeça para acordar.

-Eu sou Selion... – falei para Blanorcana.

Ela não respondeu nada e começou a comer um sanduíche.
Logo após disso, Kathryn apareceu andando na cozinha.

-É assim que você acorda? – ela falou olhando para mim.

-Engraçadinhos... – falei me levantando.

-Por falar em engraçadinhos, se eu fosse você alimentava seus Pufis.

-Meus o quê? – falei estranhando.

-As bolas de pêlo. – Blanorcana falou.

-Essa não... Me diz que eles estão bem! – falei me dando conta de que nunca foram alimentados.

-Sim... Mas estão tentando devorar o Lief e a Sakura... Então a Melody botou eles a dormir a força... – Kathryn falou dando pausas na voz.

-O QUÊ?!

-Vai lá ver.

Saí da cozinha e fui para a sala e vi os quatro Pufis dormindo. Fiquei boquiaberto(com a boca bem aberta). A Melody apareceu e fechou minha boca. E me convidou a começar meu treinamento.

-Que treinamento? – respondi.

-Você acha que é só chegar aqui e “Puf”? Seus poderes vão aparecer com você os dominando perfeitamente? – Melody explicou com sarcasmo. – Há! Tire o seu cavalinho da chuva! – ela completou.

-Estou pronto para me tornar um arqueiro! – falei colocando a mão acima da cabeça. – Mas antes... O que os Pufis comem?

-Olha, eles comem: maçã, pizza, frutas silvestres, queijo e bolo. O pufi preto, mais conhecido como Firus, come molho picante. MAS NUNCA! Dê a ele. Porque ele pega fogo quando come, literalmente.

-Ok... E onde vou achar isso?

-Temos na geladeira. A e não esqueça, cada pufi têm um gosto.

Peguei várias potes e coloquei cada tipo de comida dentro, e botei eles na sala, para eles comerem quando acordarem.

-Podemos começar!

Ela me levou até o quarto dela. E colocou alguns alvos na parede. E me entregou um arco e várias flechas.

-Pronto. – ela falou.

-Não sei como usar isso! – falei derrotado.

-Claro que sabe! Tente, o extinto de arqueiro está dentro de você! E quando você dominar o arco e a flecha, seus outros poderes apareceram! – ela me explicou.

-Como assim?

-Assim que você conseguir o jeito com o arco e a flecha, se tornará um dragão arqueiro. Assim que acertar todos os alvos, você se sentirá canalizado com seus outros poderes, e você terá o poder de um elfo arqueiro. Mas não se preocupe, você não é um elfo e nem se tornará um. Mas irá se transformar em dragão. – ela continuou.

-Entendi.

Peguei o arco e a flecha e mirei, larguei o arco e atirei, acertei um vaso,  o quebrando.

-Desculpa...

-Tudo bem. Continue.

Tentei de novo, e de novo, e de novo... Até o relógio atingir exatamente 10:30 da manhã. Eu não havia acertado nada.

-Aff! Eu não consigo. – reclamei. – Você está errada, na idéia de eu ser arqueiro.

-O Scaner dos Deuses, NUNCA falha! Agora, encontre sua paz interior.

-Minha o quê?

-Sua paz interior. – ela repetiu.

-Não tenho isso.

-É claro que têm. Encontre uma imagem, uma paisagem, uma fala, qualquer coisa, que te concentre, te deixe... Relaxado, calmo... E depois atire.

-Humpf... Posso tentar em meu quarto?

-Claro, vá lá, vou encantar uns alvos.

Ela abriu as duas mãos, e as levantou para cima, disse uma palavras esquisitas, e depois abaixou as mãos com força.

-Pronto. Boa sorte. Seu quarto é o aqui do lado.

-Obrigado.

Saí pelo corredor, e achei a porta do meu quarto, eu a abri, e dei um passo para frente. Mas eu não entrei, fiquei parado, eu havia ouvido alguma coisa, um som... Uma melodia, alguém estava tocando violão. Vinha do quarto a frente ao meu. “Será que eu deveria ir ver o que é?” me perguntei. Tomei coragem, fui até lá e abri a porta.
Levei um susto, era a Richard, tocando violão e cantando algo, mas não deu para ouvir, pois ela parou assim que eu abri a porta.

-Uau. Você toca bem Richard. – elogiei sorrindo.

-Saia daqui! – ela falou com o rosto vermelho.

Já entendi, ela era tímida.

-Porque se esconde? – perguntei a encarando.

-Saia daqui! – ela repetiu com o rosto mais vermelho ainda.

Ela pegou um leque que estava em cima da sua cama, e soltou um vento tão forte, que fechou a porta e me empurrou, ainda com os pés no chão, até o meu quarto.

-Meu deus! O quê foi isso? – falei respirando forte.

-Isso foi a Richard. – Blanorcana falou aparecendo na porta do meu quarto. – Ela é uma sacerdotisa.

-E como sabe disso? Você chegou ontem!

-Até onde eu saiba, você também! E além do mais, ela foi quem me deixou entrar ontem a noite, não é senhor desmaiado. – ela falou, com um tom sarcástico.

-Tushê. – falei. – Agora vou treinar arco e flecha, é melhor você não estar aqui quando isso acontecer. – falei fechando a porta na cara dela.

Ouvi ela reclamar e depois a porta tremeu.

-Uma alien fada  faz um estrago tão grande assim? Imagina eu quando me tornar dragão.

Me sentei na cama e suspirei. E então cruzei as pernas, e comecei a meditar, pensando na minha paz interior.
“Vamos Selion.Pense nas coisas que te acalmam. O que te acalma? ” comecei a me perguntar. Comecei pensando em um lugar plano, cheio de grama, flores variadas, e uma árvore, algumas montanhas cheias de grama ao longe e um céu limpo e claro. De um tom de cor bem azul. Mas não funcionou, isso eu vi em algum filme. Pensei então em um campo todo destruído, com dragões voando ao longe, um céu vermelho, no meio de um eclipse. E então notei que eu não estava pensando naquilo. Era como se aquela imagem, estivesse na minha mente, e eu não pudesse tirá-la. Então, percebi que havia uma pessoa pequena andando naquele lugar, toda alegre, atrás de, até o que parecia, um pufi só que ele era marrom. A imagem se tornou mais próxima, e vi que era um garoto, e ele tinha escamas de dragão na cara, não em toda ela, mas nas bochechas para cima.
Depois apareceu uma luz que me ofuscou, e eu acordei, e eu estava deitado na minha cama, de bruços. E a Kathryn e a Melody me encaravam assustadas.

-O que foi? – perguntei.

-S-sua cara! Você conseguiu Selion! Você está quase lá!

-Do que estão falando? – falei passando a mão na minha cara.

Kathryn tirou pegou um pequeno espelho em seu rosto e me deu, então gritei. Minha cara estava com escamas, parecidas com as do garoto que eu vi antes. E notei que havia um dente para fora da boca. Era um canino, abri a boca e vi que ele havia se tornado maior.

-O QUE HOUVE COM MEU ROSTO?! – perguntei espantado.

O quê você faria se nascessem escamas cinza no seu rosto? Acho que iria pirar também!

-Se acalme... Você só está começando a encontrar a sua paz interior. – Melody falou com a expectativa de me acalmar.

-Agora um campo, todo destruído, com um eclipse ocorrendo, dragões voando no céu, e com o céu todo vermelho é o local da minha paz interior? – falei duvidando, ainda assustado e um pouco irritado.

-É.

Caí pra trás. Ela disse mesmo o que eu ouvi?

-Olha, você por acaso pensou nisso sozinho? – Kathryn perguntou, com uma cara duvidosa.

-Não... – falei tentando fazer com que não pareça loucura.

-Você está se lembrando da sua infância. – Melody opinou.

-Claro... Sei... – falei sarcasticamente.

-Olha, esqueceu que você é felixiano? – Kathryn me lembrou.

Então me veio a mente a imagem de quando Melody me disse o que eu era. “Você é um dragão arqueiro! Você também é alienígena, você é um felixiano, habitante de Felixia, um planeta ao lado de Marte e...” lembrei de quando ela falou.

-Mas... Mas... – falei soluçando.

-Tente atirar. – Melody me encorajou, me alcançando o arco e uma flecha.

Eu sabia que iria errar. Mas não seria tão ruim assim tentar não é? Peguei o arco e o posicionei, comecei a puxar a flecha para trás, mirando no alvo. Depois respirei fundo, e expirei. E então a imagem de antes me veio a mente, a imagem da terra cheia de grama, do eclipse, do céu vermelho. Então me senti encorajado. Olhei fixamente para o alvo, e atirei a flecha. Ela acertou bem no meio.

-Meu deus, eu acertei! – falei vitorioso.

-Me paga agora Kathryn! – Melody falou para a Kathryn.

-Argh! – ela resmungou.

-O que deu no pessoal daqui? Primeiro foi o Polar com o molho picante do Firus e agora são vocês duas com uma nota de vinte? – reclamei.

As duas riram.

-Fazer o quê... Quando não têm nada pra falar ou dizer, a aposta rola solta. – Melody falou dando de ombros.

-O quê viemos fazer aqui mesmo? – Kathryn perguntou para Melody.

-Lembrei! Você perdeu o almoço Selion. – Melody falou rindo.

-O QUÊ?? – falei arrasado. – Primeiro não como café da manhã, agora não têm almoço??

-Não se preocupe, a Richard guardou um pedaço de pizza pra você. O que você fez pra ela? – Melody comentou,

-Só elogiei a música dela...

-Você conseguiu ouvir ela tocar?? – as duas magas falaram espantadas.

-Ela nunca deixa ninguém ouvir ela tocar, ela é muito tímida. – Melody explicou.

-Eu só abri a porta do quarto dela quando ela tava tocando. – expliquei.

-Ela não deve conhecer a sua aura... – Kathryn falou baixinho.

-Ela deve ter gostado quando você a elogiou. Sabe como é, quem toca algo gosta de um bom elogio. – Melody comentou.

-Antes de ir, deixa eu tentar nos outros alvos. – falei mirando com o arco e flecha.

-NÃOOOOO!!! – Melody gritou mas era tarde demais, já havia atirado uma flecha, que acertou bem no meio do alvo.

Senti um sentimento estranho, e vi que Melody e Kathryn haviam diminuído.

-O que foi? Porque encolheram? – perguntei.

-Olhe você mesmo! – Kathryn falou assustada, me alcançando o mesmo espelho de antes.

Eu havia virado um dragão com grande presas, duas asas longas e grandes, e grandes garras nos pés e nas mãos. Eu estava com a cara toda escamada, mas ainda era possível ver meu rosto, e meu cabelo. Eu estava totalmente cinza. E tinha uma calda bem longa. Notei que havia crescido pouco, e que, eu podia ser um dragão, mas ainda era possível notar que eu era humano. Eu virei uma espécie de dragão humanóide.

-Eu tentei avisar! – Melody falou, batendo a mão bem forte na testa. – Se você tivesse me ouvido, saberia que primeiro, precisa aprender a dominar o kung-fu! Seu dragão tosco. Saiba que agora será um pouco mais difícil. Terá que aprender a lidar com seu dragão interior primeiro.

-Olha o lado bom, - Kathryn começou. – eu acredito que dominar os poderes de dragão é mais fácil do que aprender a lutar. – Kathryn finalizou.

-Eu vou comer! A gente cuida disso depois.

-Viu Kathryn? Esse é o lado ruim, ter que dominar os instintos de dragão dele. Como acha que ele vai se portar agora? Com seu dragão já transformado? O Kung-fu poderia ensiná-lo a lidar com seu lado dragão. ENTÃO DEVOLVE MINHAS VINTE PRATAS! – ouvi Melody cochichar para Kathryn.

-NÃOOO! AGORA SÃO MINHAS VINTE PRATAS!

                                                                      ... 

sábado, 28 de abril de 2012

As pedras de Elementra. Capitulo 4 - Capitulo narrado por Sakura









     Sakura















                   4.Nasce uma espadachim




-O quê achou daqui Sakura? – Kathryn me perguntou.

-Legal... Mas até agora não vi ninguém, você não disse que havia mais gente? – perguntei.

-Eles estão em missão de grupo, atrás de novos integrantes. Eles voltam ao anoitece.

-AAAA... Quase esqueci, como eu saio daqui? Minha mãe vai ficar muito irritada se eu não voltar pra casa as nove horas!

-Não esquente, ela não vai ficar brava, você já se perguntou porque sua mãe sempre te apoiou com todo aquele lance das espadas?

-Não... – confessei.

-É porque você é uma espadachim! E se ela ver que você sumiu, é porque estará com a gente. Ela é como sua guardiã.

-Você acha mesmo que a Melody disse certo ao falar que eu era uma humana sobrenatural e uma espadachim?

-Você já ouviu vozes? – ela perguntou.

-Só nos meus sonhos... Mas sonhos são pra ser esquisitos, lembro bem que ontem a noite sonhei, que eu estava toda alegre segurando uma espécie de pedra cercada de objetos minúsculos rodeando ela, acho que eram anéis bem pequeninos... E então uma pessoa azul saiu da terra e começamos a conversar...

-Viu? Você estava tendo uma visão e ao mesmo tempo falando com um espírito.

-Deu medo agora...

-Não se preocupe, você têm tipo uma proteção ao seu redor, que impede os espíritos maus.

-Ufa... Mas mesmo assim não acho que eu seja espadachim.

-Aproveite em quanto é jovem para treinar.

-Vamos até a cozinha? Me deu uma fome... – falei com a barriga roncando.

-Claro, vou nos tentar nos teleportar...

-Como assim tentar?

-Digamos que eu não sou muito boa nisso...

Ela fez uns símbolos com as mãos e criou uma pequena bola de energia, mas ela estava instável e acabou se explodindo.

-Vamos andando. – Kathryn falou derrotada.

                                                               ...

Logo depois, estávamos sentadas a mesa conversando, até sermos interrompidas por um breve “DING DONG”.

-Devem ser os garotos. Vou atender e já volto.

-Por falar em garotos... O quê houve com o Selion? – perguntei me lembrando dele.

-Já falo com você. – ela falou longe de mim.

Brinquei um pouco com minha colher no meu espaguete e depois olhei fixamente para porta, de lá saíram um garoto e ... UM LOBISOMEM?!
Continuei a olhar assustada e o lobisomem foi diminuindo até se tornar um garoto comum, com cabelos cinza, e uma máscara estranha no rosto. Ele usava uma espécie de armadura negra, e por baixo dava para ver que estava uma calça comum preta e uma camisa branca onde havia uma placa, desenhada, onde estava escrito: “Lobisomem a solta, cuidado!”.

Olhei para a pessoa do lado dele, ele tinha cabelos curtos e pretos e olhos castanho escuro e usava um casaco marrom e uma calça jeans azul, e logo depois que ele entrou na casa, uma espécie de mini-dragão branco. Me assustei, por isso resolvi fingir que não estava vendo ele.

-Oi Kathryn. – os dois falaram em uníssono e o dragão tossiu uma mini-rajada de gelo.

-Desculpe, ele está meio gripado... Não é Galaxy? – o garoto de cabelos negros falou.

-Quero que conheçam a nova integrante do Grand Elementra, essa é a Sakura. – Kathryn falou apontando para mim.

-Você teve mais sorte que a gente... – o garoto mascarado disse.

-Não acharam ninguém? – Kathryn falou surpresa.

-Não é isso... É que nós achamos um, e tentamos recrutá-lo, mas ele estava todo enfurecido, e começou a andar nos ignorando.

-Deve ser o Selion... – falei em silêncio.

-Quem? – o garoto mascarado disse.

-Não falo com estranhos... – murmurei.

-Aé, vocês não se apresentaram... Deixa que eu cuido disso. – Kathryn falou decidida. – Sakura, esse aqui é o Grandark, - ela falou apontando para o garoto mascarado. – ele é um lobisomem transmorfo que também é poliglota. E esse com o dragão é o Lief. Eles são os únicos garotos daqui. Por enquanto...

-Estranho... Acho que já te vi em algum lugar, Grandark... – falei o encarando.

-Eu tenho certeza que nunca nos vimos antes... – ele falou dando um sorriso malicioso.

“Por algum motivo acho que não devo confiar nele... Estou de olho em você Grandark...” pensei.

                                                              ...

Era de noite, acho que umas onze horas da noite e eu estava sem um pingo de sono. Eu estava elétrica, estava pensando em tudo que aconteceu hoje e no quanto as pessoas daqui são legais, bem quase todas.
Eu estava quase pregando no sono quando... Eu ouvi algo vindo da sala.
Meus extintos fizeram eu pegar a espada que Melody me deu, e ir lá ver o que era. Sim eu estava apavorada, mas eu também estava com curiosidade. Saí de pijama e tudo, e fui andando bem devagar até  cozinha e por sorte, a porta não rangia.
Da cozinha fui até a porta da sala de estar, e coloquei o ouvido bem perto a ela, e comecei a ouvir, eram duas pessoas conversando.

-Vamos nos revelar essa noite? – a voz de um menino falou.

-Para que? Aqui temos abrigo, alimento, e ainda por cima podemos recrutar quantas pessoas acharmos! – outra voz resmugou.

Parecia a voz de Lief, mas com certeza não era ele, eu vi ele entrar no quarto dele e cinco minutos depois começar a roncar, mas não vi Grandark sair da cozinha... Será que era ele?

-Sinto que estamos sendo observados... – a primeira voz falou.

-Você também? – a outra falou.

-Parece que vêm da cozinha... – a voz falou diminuindo seu tom de voz.

“Eles estão vindo pra cá!” pensei rápido. “VAI SAKURA! UMA LUGAR PRA SE ESCONDER! SÓ UM!” pensei desesperada.
Me encostei na parede do lado da mesa esperando que eles não me vissem, e de repente, senti cair para trás e quando abri os olhos, eu estava no banheiro.

“Eu... Eu... Acabei de atravessar a parede?” falei assustada.

Fiquei quieta e esperei... Nenhum barulho apareceu... Eles devem estar me procurando...
“Vamos Sakura, o próximo quarto é o seu! É só ter sorte!” pensei me concentrando.

Me encostei na parede e tentei atravessá-la. Não consegui, então só me larguei para trás e acabei indo parar no meu quarto. Me deitei na cama com a esperança de que eles não me vissem.
Esperei... E ouvi alguém abrindo a porta, fiquei de olhos fechados, esperando... A pessoa chegou perto do meu ouvido e sussurrou: “Eu sei que você está acordada, e que acabou de nos ouvir. Mas você não vai contar nada para ninguém, porque vou apagar sua memória!”
Abri os olhos num susto e vi Grandark segurando uma pequena pedra que emitia um pequeno brilho cinza.

-Bons sonhos Sakura... – ele falou ameaçando enfiar aquela pedra em minha testa.

Fechei os olhos esperando o pior passar, mas nada aconteceu, quando abri os olhos vi Selion segurando Grandark com as duas mãos.

-A quanto tempo... Sakura. – ele falou se defendendo de um golpe que Grandark tentou fazer com a mão sem a pedra.

-Selion! Você voltou! – falei feliz, e então me dei conta de que Grandark estava o cansando, ele não deve ter dormido nada.

-Ajuda... – ele murmurou.

Tentei ajudar mas, quando vi, Grandark virou um lobisomem e jogou Selion contra a parede, e depois foi até a porta, e riscou ela com a pedra, dizendo umas palavras estranhas, e depois se virou e disse: “Até mais, amiguinhos...” e depois virou poeira.

-Selion! Você está bem? – perguntei o ajudando a levantar. – E obrigado por me salvar. E além disso porque você voltou?

Após eu dizer isso, cinco bolas de pêlo apareceram pulando e entraram no meu quarto. E fizeram caras alegres, depois uma criatura com a cabeça rodeada de um fogo azul, com 2 braços e 2 pernas saindo do fogo entrou no meu quarto. Vi que sua cabeça era uma bola prateada e que tinha dois olhos verdes e não tinha boca, mas mesmo assim disse: “Quem era o lobo que estava lá do lado de fora?”.

-Isso responde? – ele falou e depois apagou completamente.

Deitei-o no chão. E então lembrei que eu havia ouvido duas vozes, cadê a outra pessoa?
Peguei minha espada, e fui até a sala. Não havia nada... Andei de volta derrotada, mas antes de sair da sala, olhei para trás e havia uma espécie de pessoa transparente e toda azul estava correndo até mim para me atacar. Peguei minha espada rapidamente e fiz um ataque que nunca havia feito na vida! Primeiro a golpeei paralisando depois a joguei para cima e fiz dois cortes enquanto ela estava no ar.

-Uau. – falei para mim mesma.

-Parabens. – a pessoa transparente falou. – Você já está se conduzindo de acordo com seu extinto de espadachim, meu trabalho aqui acabou, e caso não saiba, eu sou uma espécie de clone, que Melody criou para te testar. – ela falou, depois sorriu e logo após sumiu.

Logo após isso, ouvi um barulho ensurdecedor do lado de fora, e então ouvi uma voz chamando alguém aqui dentro.

-Preciso dormir um pouco.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

As pedras de Elementra. Capitulo 3



                                   3. Eu desisto.



-A primeira o quê?

-Pedras de Elementra. Você achou a da luz.

-O que é isso? E o que é Elementra?

-Elementra é a força vital da Terra e de cada ser vivo!  E sabe têm tipo uma lenda sobre isso.

-Conte-me. - pedi.

-Claro. É o seguinte, a milhares de anos, antes da exterminação dos dinossauros, havia duas pessoas, que pensavam e viviam como nós. Eles eram melhores amigos, só que, resolveram mudar a Terra. Fazer mais pessoas, e originar outros seres vivos. Então criaram alguns artefatos: As pedras de Elementra. O número certo delas ninguém sabe, mas , quando uma pessoa reúne as seis principais, as do fogo, água, ar, luz, escuridão e terra, consegue o poder final, e todas as pedras vão até a pessoa, e ela consegue poderes inimagináveis. Então eles se juntaram e fizeram um meteoro que mudou o mundo! Mas depois, brigaram pelas pedras para ver quem ficava com elas e sobrevivia, e então os dois morreram e as pedras se espalharam por aí. E agora temos duas das principais, luz e escuridão! – ela explicou.

-Espera aí! Você quer me dizer, que dois magos criaram o mundo? – perguntei angustiado.

“São loucos! Todos aqui são loucos!” pensei com raiva. “São fanáticos por efeitos especiais, estão tentando me enganar! Como alguém pode acreditar nessa besteira toda de dragões e magia?!” pensei.

-Com licença! Vou cair fora desse ninho de loucos! – falei me dirigindo até a porta.

-O QUÊ?! – Melody falou arrasada.

-Isso que você ouviu, vocês não vão me enganar, vou sair daqui! – falei abrindo a porta e saindo.

Andei furiosamente até o fim do corredor, no meio dele, uma porta se abriu e vi alguém sair de lá. Era a Sakura.

-Desculpe Sakura... Você está sozinha agora. – falei me virando e continuando a andar.

-O quê? Selion aonde vai? – ela falou triste.

-Cair fora daqui,  são todos loucos! – falei abrindo a porta que, até o quê parecia, era a da cozinha, no fim dela via uma sala de estar, depois uma porta que parecia ser a saída.

Fui correndo e abri a porta da saída, e vi que a casa ficava no mesmo parque onde eu havia acampado. Saí da casa e olhei para ela pela ultima vez. Mas ela não estava lá.

-Efeitos especiais! Humpf. Nunca devia ter vindo para cá. Vou embora agora mesmo. – falei irritado.

                                                            ...

Eu havia voltado a montanha onde tinha achado a pedra brilhante. O certo seria vendê-la para um colecionador, mas não, vai servir de lembrança.

-Vai desistir tão fácil? – a voz metálica falou de novo.

Peguei meu celular e a criatura do fogo azul estava lá.

-Quase esqueci de você! Como te colocarão aí? Deve ser algum vírus!

-Mestre, se acalme e volte por favor.

-Não sou seu mestre. E saia do meu celular criatura com cabeça coberta de fogo azul.

-Eu me chamo Polar! – ele resmungou. – Por favor, esqueça essa idéia de fugir da cidade.

-Porque eu faria isso?

-Pela Sakura? A sua amiga que você ajudou a não deixar o que ama pra trás! Sem você ela teria desistido de todas as espadas dela. Ela têm alma de espadachim e você a ajudou a não desistir!

Logo depois o Polar saiu da tela do meu celular e a criatura em forma de bola de pêlo branca apareceu e fez uma carinha triste, e uma lágrima escorreu de seu rosto.

-Desculpe mas...

O quê eu deveria fazer? Será que eu estou fazendo a coisa certa?
Acho que já sei a minha resposta!













P.s. Ivi, você não estava on com a bendita imagem, então fiz sem ok? ^^

As pedras de Elementra. Capitulo 2


2.Bem-vindo a tribo.


Era mesmo uma menina, ela tinha um longo cabelo preto, com uma franja de pontas roxas, tinha olhos lilás, era de altura média e era meio magra.

-Você é o Selion, estou certa? – ela falou adivinhando meu nome.

-Sim... – respondi. – E você?

-Melody. – ela falou. – E antes que me pergunte, quero te entregar uma coisa... – ela continuou procurando alguma coisa no bolso.

Era um bilhete.

-Tome. – ela falou se aproximando de mim e me dando o bilhete. – Vá a hora que quiser, só assim poderá se desfazer das suas dúvidas.

-Mas... – tentei falar.

Mas ela havia sumido de lá. Será que ela era uma ilusionista querendo fazer propaganda do seu show?

-Hey Selion. – alguém falou.

Me virei e vi que era a Sakura.

-Oi.  – ela disse.  – Que cara é essa? Parece que viu um fantasma.

-E-Eu acho que vi sim. – respondi confuso.

-Como assim?

-Sakura, você sabe onde fica essa endereço? – perguntei, mostrando o bilhete.

-Sei sim, fica no centro da cidade, é bem pertinho daqui.

-Me leva lá? – perguntei ansioso.

-Claro, tenho muito tempo antes do almoço.

                                                                         ...

-É aqui? – perguntei confuso.

-É sim. Aqui diz: Rua dos Irmãos Bomlevard, primeiro beco, ande reto até o fim.

-Aqui estamos então... – declarei.

-Porque me trouxe aqui?

-Porque... Uma pessoa apareceu e me deu esse bilhete... Eu achei que, talvez eu pudesse achar o que eu estou procurando...

-E o que você está procurando?

-Esclarecimento, quero saber porque quando eu era criança meu quarto pegava fogo a noite, porque meus pais diziam que eu era diferente dos outros, e porque eles me mandaram para fora de casa! Têm que haver uma explicação boa! – resmunguei.

-Muito bem... Sejam bem-vindos a Grand Elementra. – a voz metálica que eu havia ouvido outra noite falou de novo.

-Você ouviu isso Sakura? – perguntei.

-Não... Mas eu ouvi uma voz de uma menina... – ela falou tremendo.

-Isso ta estranho... – perguntei confuso.

De repente senti uma corrente de ar fria e um buraco enorme abriu na parede, e o vento nos empurrou para dentro. Era um tipo de escorregador. No inicio eu e Sakura gritamos assustados, depois começamos a gritar felizes, até que era divertido.

-UHUUUUUUUUUUUUUU!! – eu gritava sem parar.

Do nada, vi uma luz se aproximando... Cada vez mais perto... Até... “BOOM” saímos de lá e caímos em cima de vários colchões.

-Se quebraram? – ouvi uma voz dizer.

-Acho que sim, eu disse pra botar só uma escada mas nãooooo, “Isso não seria divertido!”. – ouvi uma voz masculina reclamar.

-S-sakura? Você ta bem? – murmurei e depois desmaiei.

                                                           ...

-Ai... – acordei deitado numa cama preta. – Onde estou? Porque estou dolorido? E porque eu tenho garras? O QUE EU TENHO GARRAS? – falei totalmente abalado, depois me acalmei e vi que eram apenas curativos. – A pancada foi forte...

-Que bom que acordou. – uma voz doce falou entrando pela porta.

A reconheci no mesmo momento, era a menina que me deu o bilhete.

-Argh! É você! Agora posso desabafar: Quem é você? Porque me quebrou todo? Cadê a Sakura? Vocês têm comida? ME QUEBRAR DA FOME! – comecei a reclama, observação: não penso bem com fome.

-Calma, uma por vez. Primeiro: Eu sou Kathryn, e desculpe por minha idéia do escorregador ter te machucado, mas olhe o lado bom, aquela que você chama de Sakura está bem... – ela disse com um sorrisinho falso. – Ela está no quarto ao lado e já o seu problema da fome... Depois você poderá comer, você está em sua nova casa. – ela disse um grande sorriso.

-Quem era a garota que tentou me atingir com um raio de luz? – falei ainda atordoado.

-Que bom que a conhece! Venha comigo. – ela falou depois me ajudou a levantar e me levou ao quarto da frente. – Pode falar com ela.

E antes que eu pudesse falar qualquer coisa a porta se abriu e eu fui empurrado para dentro.

-Olá Selion, - a garota de cabelos longos falou, notei que ela tinha olhos lilás. – Eu sou Melody. Uma maga qualquer.

-Você disse maga? – falei confuso. – É difícil assimilar tudo isso, escorregadores mortais... Pedras que brilham... Magas que tentam me matar... Hey, porque você queria me matar?

-Eu só estava te testando, e passou no teste. – ela falou pegando uma espécie de maquina dourada. – Parado.

Ela abriu a máquina e eu vi uma luz passar dos meus pés até minh cabeça, e uma voz metalizada dizendo: “Processando dados” e logo depois “Dados processados!”.

-Uia, - ela falou contente. – estou na presença de um dragão arqueiro que luta kung-fu. E você Selion, também é felixiano. Você veio de um planeta escondido do lado de marte. – ela completou sorrindo.

-Você está louca. – falei tossindo.

“Será que ela está certa? Eu sou um dragão alienígena? Isso explicaria porque meu quarto pegava fogo... Mas isso é impossível!” pensei.

-Fale por si mesmo, e você sabia que a sua amiga é uma espadachim sobrenatural? A e olhe seu celular, vai ter uma surpresa.

Fiquei na dúvida, será que eu deveria olhar? A curiosidade me consumiu, peguei o celular e vi 5 bolas de pelos coloridas, as mesmas do meu sonho... Será que estavam me enganando? Ou tudo é real? Continuei olhando meu celular e as bolas de pelos sumiram e no lugar delas uma outra criatura apareceu: era uma espécie de bola de metal cinza com olhos verdes, e com cabeça rodeada de um fogo azul, e tinha 2 braços e 2 pernas saindo do fogo.

-O QUE É ISSO?? – gritei estranhando,

Se isso acontecesse com você o que você faria?

-Já conheceu seus mascotes? Que bom, – a maga falou atrás de mim. – deve estar com fome...

-Muito... – falei com os olhos vidrados no celular.

-Oi. – a criatura falou de dentro do celular. – Eu sou polar , e você é meu mestre.

Eu vi luzes atrás de mim e quando vi a maga estava segurando um sorvete de flocos (meu favorito). Ele veio flutuando até mim, e eu o peguei e comecei a devorá-lo.

-Acho que posso me acostumar com isso. – falei aproveitando cada colherada do sorvete.

A maga riu.

-Você que fez maga? – perguntei.

-Eu tenho nome... Mas fui eu sim,  tem mais no freezer.

-Só têm nós 3 nesse lugar? – perguntei.

-Não, ainda temos por aqui, o Grandark, o Lief e a Richard. – ela comentou.

-A... quase esqueci, cadê a Sakura? – perguntei.

-Antes disso você têm que saber quem nós somos: A gente se nomeou Grand Elementra.

-O que é Elementra? – perguntei.

Quando falei isso minha mochila começou a brilhar. Eu a abri e vi que era só a pedra que eu havia pego.

-Que brilho é esse? – ela perguntou.

-É só uma pedrinha que eu achei, - falei revirando a mochila para pegá-la.

Assim que eu a mostrei para a Melody, ela fez uma cara de felicidade e todos os objetos da sala começaram a flutuar.

-SE ACALMA! – falei quase batendo no teto.

-Desculpe, - ela falou fazendo tudo voltar ao normal. – é que você achou a primeira pedra de Elementra! 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

As pedras de Elementra. Capitulo 1

As Pedras de Elementra

Selion

1. O início.


-Então essa é a próxima cidade? – falei observando o horizonte.

Meu nome é Selion, e eu sou meio que um viajante, eu viajo de cidade em cidade, sem objetivo. Meus pais, me fizeram sair de casa quando fiz 18 anos... Acontece que de noite, meu quarto pegava fogo, não sei porque, mas eu nunca me machuquei nem nada, era como se, ele não pudesse me tocar.

Eu tenho olhos castanhos e cabelo preto meio esverdeado. Meus pais sempre diziam que eu era “diferente” das outras pessoas... Mas, nunca disseram o porque. Vivo me perguntando até hoje.

Eu geralmente uso uma camisa com o desenho de um dragão, que meus pais chamavam de Ushiro, o dragão da sorte, um casaco preto e uma calça jeans azul. Meus pais sempre diziam que eu era bonito, eu até concordava com eles, mas eu notei que meu canino direito é maior que os outros dentes, não é tanto, mas é maior. Eu sou magro e só um pouco forte, minha inteligência é média.

-Melhor eu apressar o passo, está começando a escurecer... – falei olhando para meu relógio. – Hey, o que é isso? – falei me abaixando para pegar uma pequena pedra brilhante.

Ela não parava de brilhar, e no fundo dela, tinha um símbolo de duas asas de anjo.

-Parece que essa cidade têm alguns tesouros por aí... Demais! – falei levantando as mãos.

Guardei a pedra e continuei a andar.

...

Passei por uma placa que dizia: “Você está entrando em EKYPARATTO”.

-Nome estranho... – falei confuso. – Se bem que ontem eu estava numa cidade chamada Guanolacaha... Ekyparatto não parece tão estranho assim.

“Onde vou dormir?” Pensei...

“Ali parece um bom lugar...” pensei, olhando para um pequeno parque cheio de árvores.

Corri até lá e preparei minha barraca, sorte que desde que sai de casa, nada mais pegou fogo na minha frente.

-Boa noite, Ekyparatto. – murmurei tentando dormir.

Mas não consegui, estava muito elétrico, acho que bebi muito refrigerante.
Sai da barraca e dei uma volta por aí... Então ao longe, vi uma pessoa. Será que era um viajante como eu?
Subi em uma árvore e observei. Tirei meus óculos de visão-noturna da mochila e comecei a olhar a pessoa. Logo descobri que era uma menina, que aparentava ter 10 anos. Será que estava perdida?
Continuei a olhar, e percebi que ela estava com uma espada de brinquedo na mão, fazendo golpes dignos de um espadachim.

-O que será que ela está fazendo? – falei baixinho. – Acho que eu devia ir lá ver, ela não deve ser perigosa. É tão pequena...

Devagar e com o maior silêncio, desci da árvore e comecei a andar devagar até a garota, quando cheguei no local onde estava, notei que ela havia largado a espada no chão, e que começou a andar para o norte, devia estar voltando pra casa...

-Ei... – chamei sem querer.

Ela se virou e começou a voltar devagar, me escondi num arbusto, e esperei.
“Droga, assim eu vou assustá-la!” pensei.

-Quem está aí? – ela perguntou, pegando a espada de plástico que estava no chão – DIGA!

Tomei coragem e sai do arbusto, notei que quando ela me viu, ela atirou a espada com toda a força contra a minha barriga.
Murmurei de dor e peguei a espada.

-Quem é você? – ela perguntou.

-Eu sou Selion, sou novo por aqui, obrigado pelas boas-vindas...

-D-Desculpe... Eu estava só me desfazendo da minha velha espada... – ela disse triste.

-Como assim? – perguntei pegando a espada e a olhando.

-As pessoas, acham que eu sou muito criancinha, só por ainda brincar com espadas... – ela confessou – E quase esqueci, meu nome é Sakura.

-Quem liga para o que as pessoas dizem?

-Eu! – ela falou começando a andar.

-Onde você vai?

-Pra casa, já são 8 horas, não quero perder o jantar. E você? Porque não vai pra casa?

-Porque eu não tenho... Eu durmo em uma barraca. Eu sou um viajante.

-Será que você quer jantar comigo e com a minha família?

-Claro. Meu estoque de alimentos está começando a acabar. Deixa só eu pegar minhas coisas...

-Eu ajudo!

...

5 minutos depois, eu estava na frente da casa de Sakura.

-E então? O que acha? – ela perguntou.

-É uma casa bem bonita. Tenho que admitir.

A casa dela era rosa-clara, e no andar de cima,tinha a pintura de uma flor, devia ser o quarto de Sakura. A casa tinha só dois andares, e eu conseguia enxergar quatro janelas. E no andar de cima uma porta-janela.

-Deixe-me só perguntar se você poder vir... Já volto.

-Eu espero...

Eu ouvi falas lá dentro, e depois uma senhora abriu a porta de entrada, ela usava um avental de cozinha bege, e por baixo um vestido rosa.

-Você deve ser o amigo da Sakura, seja bem-vindo. – ela falou com um sorriso.

Eu entrei, e na luz, pude ver como Sakura era, ela tinha cabelos ruivos, meio cor de rosa, e usava uma camisa de mangas compridas comum branca e uma calça rosa.

-Seja bem-vindo, Selion. – Sakura disse sorrindo.

-Obrigado... – falei tímido.

-É dificil a Sakura trazer algum amigo aqui em casa... – a mãe dela murmurou. – Meu nome é Rita, mas me chame de “Mãe da Sakura” se quiser.

...

Alguns minutos depois estávamos todos sentados na mesa, jantando, com Sakura conversando com sua mãe e comigo comendo quieto.
Então me lembrei da espada de Sakura, eu a peguei e a devolvi dizendo:

-Acho que você se esqueceu disso.

-Minha espada... – ela falou suspirando. – Não importa onde eu vá, ela sempre me segue...

O que ela queria dizer com isso?

-Dê para mim Selion, irei quardá-la. – a dona Rita falou.

Dei a espada e continuei a comer em silêncio, fazia tempo que eu não comia comida caseira...

                                                            ...

Depois do jantar, Sakura insistiu mil vezes para eu ver o quarto dela, então não deu pra ir embora quieto.
Subi as escadas, e abri a porta, percebi que na parede do quarto, havia um enorme desenho de uma espada medieval na parede.

-Você que fez? – perguntei.

-Aham, acontece que por algum motivo, só tenho espadas na minha mente.

-Talvez você seja espadachim e não saiba. – falei rindo.

-Hummm... Talvez... – ela falou lentamente, e depois deu uma gargalhada.

-Vou indo, tchau Sakura. – falei indo até a porta.

-Tchau. – ela falou sorrindo.

Saí da casa e fui até o parque de novo, eu estava cansado, e o ar soltava uma breve brisa fria.

-Hoje a noite está linda... – falei sozinho.

-Verdade... – ouvi uma voz meio digitalizada falar.

-QUEM DISSE ISSO!? – gritei tenso, e virando para todos os lados. – Calma Selion, deve ser só sua imaginação de novo.

Depois disso fui dormir, e tive um sonho estranho, eu estava brincando com cinco bolas de pelo, com olhos e bocas, uma verde, que estava voando, outra branca, que estava soprando gelo, outra preta, que estava pegando fogo, literalmente, uma azul, que estava pulando sem parar, e uma vermelha, que estava com um capacete. Todas estavam brincando, e eu estava as observando, de repente, senti um calafrio, e acordei com um pulo.
Sentia que alguém estava me observando, olhei pela barraca e vi que estava de manhã.

-Olá? – falei saindo da barraca.

Olhei para as árvores, e vi uma sombra lá! Tinha alguém me olhando, fingi não ter o visto, então vi que as folhas se mexiam, primeiro na árvore onde estava a sombra, e depois o movimento passou para a outra a esquerda.

-Pode sair! Eu já o vi.

A sombra se manteve quieta.

-Não seja infantil... – murmurei.

De repente, as folhas começaram a cair, e vi um raio de luz começar a vir até mim, com um movimento rápido, pulei na barraca e esperei. Nada aconteceu.

-Muito bem... – uma voz feminina falou.

Sai da barraca outra vez e fui ver o que era.