sábado, 30 de maio de 2015

As Pedras de Elementra - Parte 2. Capítulo 24


24. Burst.

-Hoje é o dia em que Selion morre. - minha própria boca falou sem meu consentimento.

Uma pequena prova de minha auto-estima nas alturas: todo mundo quer me matar, até mesmo eu.
Aron parou por um momento, processando a informação recém obtida. Uma de suas mãos atraiu a pedra das almas, como um imã. A pedra brilhou em sua mão e o brilho subiu até seus olhos. 

-Agora tudo faz sentido. - Aron levantou-se devagar.

Assisti enquanto o cabo da espada rolava por minha mão, como se a gravidade fosse centrada lá. Eu não via sentido algum naquela brincadeira. Meu corpo, ou seja lá o que estivesse no comando, queria demonstrar seu poder?

-Alma quebrada aqui, alma quebrada ali. Quem é o próximo a aparecer com alma bifurcada? Apareça de uma vez. - Aron pediu delicadamente.

O pequeno corte em sua bochecha cicatrizou e desapareceu.
Até então, meu corpo observava Aron com cuidado, gravando em minha mente cada detalhe de seu corpo a fim de encontrar o lugar certo para abater. No momento seguinte, ele percebeu que nossos amigos (temia que fossem só meus) ainda estavam com uma enorme pata de criatura colossal tentando esmagá-los. 

-Pare-o. - ordenei.

Eu sentia uma dor aguda em minha garganta sempre que pronunciava uma palavra. De início, pensei que fosse minha garganta seca, mas a dor só aumentou. Algo estava errado.

-Por que eu deveria? Para ter formiguinhas batendo em meus pés? Eu sinto muito, mas é melhor assim. - Aron respondeu com frieza.

Ele abaixou-se e passou a mão carinhosamente pelo cabelo de Melody. 

-Acorde logo. - Aron sussurrou para ela.

Dentro de minha mente, bati com força no retângulo de vidro (não tenho certeza absoluta sobre o fato de ser um vidro ou não, mas, se for, é um do tipo resistente). Ao ter contato com a película, o branco ao seu redor vibrou por alguns segundos. Deslizei minhas mãos do vidro para mais embaixo. Uma parede. Eu havia encontrado uma parede. Isso significa que há extremidades em minha mente. Talvez não seja grande coisa, mas é um progresso. Se eu ao menos compreendesse como funciona, talvez eu pudesse controlá-la para sair. Não custa nada sonhar.

-Tire as mãos dela. - troquei a espada de mão, assumindo outra posição.

Meu corpo havia se abaixado. Eu não conseguia detectar como, mas havia. Agora a espada era empunhada em linha reta, sendo segurada próxima a minha cabeça. Meu outro braço acompanhava a direção da lâmina da espada.

-Eu mandei tirar as mãos. - repeti.

Aron levantou os olhos com desprezo e suspirou. Finalmente, Aron deixou-a de lado e focou em mim. Ou, no caso, no que fosse eu no momento. Uma parede fragmentada de pedras foi montada ao redor de Melody, protegendo-a. Após esta formação ser concluída, Aron deu passos a frente, recebendo instantaneamente um golpe de corpo poderoso. Lembranças de Lucius. 
Ao fim do golpe, Lucius empurrou Aron com força para longe, tomando distância de Melody e de mim. Sem parar, o demônio tentou acertá-lo com sua foice, mas foi em vão. Com um simples levantar de mão, um impacto foi criado, arrastando Lucius para longe. Retardou-o, mas não o fez desistir, pois no segundo seguinte ele ergueu-se para cima de Aron como uma sombra negra armada de três lâminas dilacerantes.

-Você é um grande incômodo. - as mãos de Aron brilharam.

O chão abaixo de Lucius rachou, abrindo uma cratera logo em seguida. Algo saiu da cratera, subindo ao redor de Lucius, formando pilares azuis pútridos. Era água. Água poluída e tóxica. Os pilares de água esticaram-se e envolveram o corpo do demônio. Por algum motivo, ele não se mexia. Não tentava se libertar. Talvez não conseguisse.
A água foi acumulando e acumulando, até que Lucius transformou-se em uma estátua negra presa em uma esfera de água suja. 

-Acabamos por aqui? Ótimo. - Aron limpou suas mãos, como se tivesse nojo de tocar em Lucius - E agora você é o meu último obstáculo. Façamos rápido, pois tenho um mundo inteiro para preparar para minha amada Melorry.

Por trás de Aron, vi uma luz fraca aproximar-se de Lucius. Era a criança que o acompanhava fora do covil. Eu não sabia muito sobre ela, e nem mesmo tinha visto ela com Lucius na biografia da pós-vida de Aron (péssimo filme, não recomendo). 

-Você custa a entender. - meu corpo tossiu.

Minhas mãos ficaram sujas de sangue. A dor me fez tropeçar, dentro do vazio de minha mente. Novamente, branco e mais branco. Irritado, bati o cotovelo com força na parede. Novamente, um tremor. Porém, desta vez, notei algo diferente. Durante o tremor, a cor branca foi substituída por vermelha. Isso deveria fazer algum sentido?

-Vamos, Selion! Pense! - gritei comigo mesmo dentro do vazio.

Foi aí que eu tive a ideia. Uma ideia louca, típica de mim.

-Quais eram as palavras mesmo? - eu forçava a lembrar.

Talvez, mas só talvez...
Atrás de mim, ouvia uma lâmina tilintar. O confronto havia começado e consequentemente, a dor começou a aflorar. Senti meus braços sendo arrancados de mim, mas, por sorte, era só uma sensação. Eu espero. 

-Flamus! - gritei.

Nenhuma escama, nenhum fogo, nenhuma agitação. Tentei novamente.

-Acorde!

Nadinha.

-Surja! Apareça! Liberte-se!

Sem progresso algum. 
Talvez eu precisasse de um momento de raiva e tensão psicológica. A poucos momentos, eu estava uma pilha de nervos, mas agora eu me sentia como se tivesse tomado uma porção imensa de calmantes e uma jarra de suco de maracujá. Por mais que estivesse irritado com o meu corpo fora de controle, por mais que não suportasse ficar preso naquela imensidão vazia, eu não estava definitivamente com raiva. Não me sobrava muita opção. O jeito era descobrir a frase usada por mim antes da transformação. Por que eu não conseguia me lembrar de algo que eu havia dito a tão pouco tempo?
Minhas pernas fraquejaram. Caí no chão.

-Você é bem energético, tenho de admitir. - Aron bufou.

Ao olhar para trás, vi meu corpo sendo empurrado contra o chão pelas mãos de Aron. Meus dois braços seguravam a lâmina da espada de um lado e os braços de Aron faziam força contra os meus do outro. 

-É incrível o jeito como você aguenta tanto. De onde vem tanta força? - Aron perguntou, parecendo cansado.

Seu corpo brilhava dourado, mas sua cabeça não totalmente. O brilho fraquejava em sua face. Eu conseguia ver o rosto real de Aron por debaixo do tom dourado, algo antes impossível. Meus olhos traçaram um caminho de Aron até Melody. 

-Sua força vem dela? - o corpo inteiro de Aron começou a tremeluzir - Você não tem o direito de se aproximar de Melorry! 

Minha cabeça foi sacudida. Meu corpo respondia Aron dizendo "não".

-Ela não é Melorry, Ariel. - Lucius surgiu atrás de Aron e pôs a foice rente ao seu pescoço.

A criança transparente, o espírito aliado de Lucius, flutuava ao lado de sua foice de lâmina tripla, tocando seu cabo.

-Eu reconstruí sua alma. Ela VOLTOU para MIM! - a voz de Aron desafinou.

Quando Lucius moveu-se na tentativa de cortar o pescoço de Aron, o tempo pareceu congelar. Tudo se moveu mais devagar, exceto Aron. Mais pedras surgiram pelo teto e aderiram ao corpo do anjo. A cor dourado desestabilizou, alternando entre dourado e bronze. Uma explosão de energia jogou a mim e Lucius para trás. Dentro de minha mente, meu corpo sofreu o mesmo efeito. Fui jogado para longe. 
Quando voltei a levantar, eu não via sinal da tela. Não fazia ideia do que acontecia do lado de fora. 

-Alô? - chamei.

Por experiências passadas, eu já sabia que era inútil, mas não desisti de tentar.

-Alguém? Elfo de óculos? Árvore falante? Folhas? - continuei a chamar enquanto andava sem rumo.

Eu andava na direção de onde eu esperava ser de onde eu parti. Ter algum som para me guiar seria muito bom, mas não havia nada além do mais absoluto silêncio. Bom, pelo menos era o que eu pensava, até ouvir aquilo.
Um som de flauta. Muito desafinado, mas era de longe uma flauta doce. Corri em direção do som imediatamente.
Conforme eu corria, o som aumentava e aumentava. Parei imediatamente ao ver algo inesperado. Uma porta. Tratava-se de uma porta branca comum, simples, com um enorme cadeado jogado a seus pés. Lembrei-me imediatamente da porta que eu vira mais cedo, quando tive contato com a pedra das almas. Infelizmente (ou seria felizmente?), não era a mesma porta. A porta que eu vira era vermelha com uma maçaneta rosa. O quê seriam estas portas?
Respirei fundo e toquei a maçaneta. Percebi algo. Não havia mais som de flauta alguma. 

-Oi? - chamei.

Ninguém respondeu. Entendi como um "pode entrar". Girei a maçaneta e escancarei a porta. Do outro lado, havia um quarto. O susto que levei não era devido a ter um quarto em minha mente, mas sim devido as coisas guardadas nele.
Entrei a passos curtos. 
O teto era gigantesco, extremamente alto. No topo do quarto haviam correntes quebradas. Perguntei-me o que deveria estar preso lá em cima.
Espalhado pelo chão e pela parede, havia um monte de armas. Algumas enferrujadas e mal-forjadas, outras impecáveis com detalhes incrivelmente bem trabalhados, lâmina afiadíssima e cabo de couro reforçado. Entre as armas, reconheci uma. A mesma arma que meu corpo usava do lado de fora, na batalha real.

-Este é o quarto da "coisa" lá fora? - perguntei-me. 

Não havia muitos móveis típicos de quartos. Resolvi chamar aquilo de cela
Ao mover meus olhos ao redor, me deparei com uma pilha imensa de cadernos. Aproximei-me e peguei um. Não esperei para abri-lo. 
O caderno estava lotado de símbolos estranhos, dentro de formas circulares, pintados de tinta preta. Continuei a folhear. Cada página continha um símbolo diferente, alguns até semelhantes mas não iguais. 
Peguei outro caderno. Continha palavras que eu não conseguia ler. Eu conhecia aquelas "letras" de algum lugar. Eu já as tinha visto antes, com certeza. 
No resto do quarto, somente mais armas, cadernos de anotação e... um nome. Um nome gigantesco escrito na parede com tinta preta. 
Rexion.
Um calafrio percorreu por minha espinha. Meu corpo travou. Eu não conhecia esse nome, mas ler ele, vê-lo na minha frente, fez algo comigo. Mais imagens irromperam a visão de meus olhos. Era uma máscara. Uma máscara branca assimétrica. De um lado, era uma máscara comum, com o buraco para os olhos. Do outro lado, possuía riscos crescentes diagonais, como se tivesse sido arranhada pelas garras de algum animal selvagem, um tigre talvez.
Ver aquela máscara fez meus olhos lacrimejarem. Levei minha mão para o rosto, limpando meus olhos, e encarei as lágrimas, perplexo. 

-Por quê? 

Ouvi um estalo. Saí do quarto imediatamente e corri atrás dele. Conforme eu avançava, pude notar respingos negros no chão. Tinta, talvez? Eu pensava que tudo vaporizasse antes de sujar o chão. Quem desligou o modo faxina?!
Quando parei, encontrava-me diante de mais uma porta. Esta era completamente rubra e também tinha um cadeado aos seus pés. Ou melhor, uma porção de cadeados. 
Tive a sensação de receber um soco no meio da barriga. Curvei-me de dor, apoiando minhas mãos na maçaneta da porta. Acidentalmente, eu a abri, caindo com tudo dentro da nova sala. 
Ao levantar a cabeça, deparei-me com fogo. Muito fogo. A maior quantidade que eu já vira em minha vida. Não havia muito na sala, além do fogo e uma única trilha, uma única passagem por onde eu deveria seguir. Respirei o mais fundo possível e corri pela trilha. Normalmente, o fogo, as cinzas e os gases criados por eles não me afetariam, mas ali pareciam trancar meu ciclo respiratório. Conforme eu corria, a trilha fechava-se de pouco em pouco. Chegou um momento onde não havia mais espaço para caminhar sem tocar o fogo. Continuei a avançar, sem ligar. O fogo queimava meu corpo, mas não de uma maneira dolorida. Era como se puxasse-me para trás, impedindo-me de prosseguir. 
Só avancei. Sem olhar para trás. 
E então, caí. A trilha acabou sem eu nem notar. Fui mergulhado em um poço de fogo e lava. Senti-me novamente dentro do vulcão Kilauea. A sensação era a mesma daquele dia. A sensação de poder, o bem estar, o prazer de ter meu corpo consumido pelas chamas. Meu primeiro impulso foi fugir, tentar livrar-me do lago de fogo, mas não consegui. Eu era atraído por aquele lugar. Não conseguia sair. Não tinha vontade de sair. 
Soltei minha respiração. Eu a mantinha a toa. Respirar não era necessário lá em baixo. Não deveria ser necessário em lugar algum de minha mente. Eu continuava a praticar a ação por pensar ser o certo. Bem, eu estava errado. 
E então, ouvi uma voz:

-É bom, não é?

Logo à minha frente, um par de olhos flamejantes surgiram em meio ao fogo. Eu não os temi.

-Quem é? - limitei-me a dizer.

Senti meu corpo enfraquecer, minha visão embaçar e minha vontade lentamente deixar de existir. Era como ter minha força vital deixando-me para sempre.

-Onde acha que está? - a voz alta e forte perguntou, ignorando minha questão.

Meu corpo começou a esfriar, embora eu estivesse mergulhado em chamas.

-Minha mente. - respondi-o.

-Seja específico. - a voz pressionou.

Não respondi. Não sabia a resposta.

-Não deveria ter tirado o cadeado. - a voz continuou, com um tom brincalhão, como se achasse a situação engraçada - Sabe, agora terá mais problemas com ele.

-Rexion...? - perguntei com dificuldade.

-Devagar, campeão. - a voz limitou-se a gargalhar - Uma coisa de cada vez.

-Quem é? - repeti a pergunta, confuso.

-Eu. Ou quase. Você entenderá logo, e nos encontraremos em breve, campeão. Até lá... Faça o favor de não manchar a linhagem. - e os olhos sumiram, embora a voz não tenha dado de fato adeus - Lembre-se. Há alguém te esperando lá fora.

Pensamentos emergiram. Como de esperado, nada fez sentido. Exceto esta última parte.
Tentei levantar minha mãos, mas algo não permitiu. Ao mover meus olhos, vi algemas incandescentes ao redor de meus braços. Não somente um par, várias algemas. Tentei lutar contra elas, mas meu corpo não se moveu. 
Senti um corte em meu peito. A luta lá fora deveria estar acirrada. Outro corte, desta vez em minha barriga. Mais um, agora marcando minha testa.
O quê eu sentia não era somente dor física, senti-me também emocionalmente e mentalmente abalado. Era como ter os golpes marcando minha alma. O quê estaria acontecendo lá fora?
O fogo acentuou-se, queimando meio corpo, mas mesmo neste momento, eu não sentia calor. Tive que observar enquanto minha camisa evaporava. Eu ainda não entendia como, mesmo com tantas transformações, minhas roupas sempre voltavam. 
Em meu peito, vi algo ser formado. Uma lasca prateada ao redor de meus ferimentos abertos. Mais delas surgiram e se agruparam, até formar escamas. Mas desta vez, o formado não foi Flamus. As escamas moveram-se até as laterais de meu corpo, formando linhas que paravam ao encontro do centro de meu peito, o lugar onde outrora havia uma joia incandescente, durante aquela forma perfeita, equilibrada entre o humano e dragão.
O fogo, de alguma maneira, refletiu minha face, de modo que eu pudesse me ver a poucos centímetro de mim mesmo. Meu rosto também estava escamado. Riscos de escamas apareceram contornando minha cabeça e descendo por meus olhos, como lágrimas.
As algemas apertaram-se mais. Minhas costas bateram contra alguma coisa, talvez eu estivesse na máxima profundidade do poço de fogo.
Neste momento, senti uma respiração ofegante em meu pescoço, seguido de um rugido em meu ouvido direito.

-Você. - sussurrei, pois não consegui falar mais alto.

Flamus contornou-me, posicionando-se à minha frente. As algemas partiam de seus braços. 

-Eu pensei que nos entendêssemos. - eu disse.

Ele balançou a cabeça devagar, de um lado para o outro. As algemas de fogo apertaram meus braços.

-O quê vai fazer...? - perguntei com dificuldade.

Flamus aproximou-se de mim e pôs sua testa próxima à minha, fitando-me com seus grandes olhos vermelhos flamejantes. Depois disso, afastou-se e rugiu ensurdecidamente. Uma onda de depressão abateu-me. Minha vontade era a de me prender no canto de uma caverna isolada e permanecer lá pela eternidade.
As algemas começaram a mover-se, desaparecendo entre um brilho laranja exalado pelas escamas de Flamus. Eu estava sendo arrastado junto com elas. Eu seria consumido pelo meu eu-dragão. 
Tentei lutar, mas meu corpo não se movia, minha mente não esboçava vontade. Lentamente, vi Flamus rugir e crescer a medida que eu ia me aproximando. Demorei a notar que com o tempo Flamus desapareceu e foi substituído por uma espiral vermelha crescente. Com um olhar monótono, não pude fazer nada para impedir meus braços de afundarem até não conseguir mais vê-los. O resto de meu corpo ia logo atrás, quando ouvi uma voz.

-A guerra está ganha. Mas devo admitir: você deu trabalho.

Senti um corte percorrer minhas costas em direção de meu pescoço. 
Era a voz de Aron.
As algemas pararam. Meu corpo, agora com os braços e pernas afundados no vórtice de fogo, começou a arder. Todo aquele tédio, monotonia e angústia deixou meu corpo e foi substituído por uma emoção muito conhecida por mim: raiva.
A imagem de Melody, Kathryn e de todos os outros, seus estados após eu deixar o campo de batalha, ficaram cravadas em minha mente.
Olhei para cima e surpreendi-me ao ver um domo triangular ao meu redor, como uma pirâmide de vidro. Lutei para me libertar com todas as minhas forças.

-FLAMUS! APAREÇA! - eu gritei.

De alguma maneira, eu havia parado contra o chão e nem havia notado. Sem pensar, continuei a lutar para me soltar. Meus braços foram sendo afrouxados e, na tentativa de puxá-los, acabei de olhos fixados no vórtice. Vi minha imagem lá dentro. Sozinho, deitado em posição fetal enquanto fogo me consumia e uma camada espessa de lava escondia meu corpo escamado. Minha pele tinha sido completamente substituída por escamas. Senti medo de mim por achar aquilo... tentador. Sacudi a cabeça, em negação. Flamus me arrastava para lá, mas não iria conseguir. Não havia motivo algum para eu querer continuar ali.
Com muito esforço mesmo eu consegui libertar uma de minhas mãos, mas minha vitória não durou, pois de dentro do vórtice, duas mãos agarraram meus ombros e tornaram a puxá-los. 
Ainda encarando minha imagem, não desisti de lutar. Era como ser sugado por areia movediça. Eu já pensava não conseguir mais seguir em frente, quando ouvi um tic em meus ouvidos. Gritando, arranquei as mãos de meus ombros e levantei-me. Corri para longe do vórtice até bater de cara com o domo triangular. Era sólido como metal, mas era possível ver através dele como vidro. 

-Tem certeza de que quer fazer isto? - uma voz conhecida perguntou.

A mesma voz que falou comigo quando afundei no fogo. 

-Devo avisar, campeão. Quebrar esta barreira não é simplesmente criar uma rota de fuga para você. Envolve libertar um dos seres mais poderosos da era atual. Antes de prosseguir, tem certeza de que vai continuar? Pode lidar com isto?

Desta vez eu não via os olhos em lugar algum. 
Ao virar-me, notei uma figura protuberante emergir do vórtice vermelho. Uma forma dragônica erguia-se, tendo suas asas abertas lentamente. Seu corpo criava forma lentamente, moldando-se a partir de uma massa de lava espessa. Surgiu em minha frente, um Flamus nunca antes visto. 
Era idêntico à minha forma de dragão, meu eu-dragão. Mas sua forma, suas escamas... não estavam certos. Ele estava deformado. Seu corpo vibrava e oscilava enquanto tentava manter-se, mas não conseguia. Então, seu enorme olho vermelho fixou em mim.
Com um rugido, ele avançou a passos largos. Assemelhava-se a um louco psicopata quase morrendo de tanto gargalhar. Tentei recuar, mas havia uma pirâmide impedindo minha fuga. 
Ele estava próximo, muito próximo, até que começou a crescer. Tornou-se gigantesco, do mesmo tamanho que eu havia tomado durante o controle de Scarlet. A palma de sua mão foi voltada para mim.
Pensei rápido. Pulei para o lado antes de ser esmagado por mim mesmo. 

-Olha, temos que conversar sobre superioridade aqui! - rosnei.

Um arranhão se formou nas costas de minha mão direita. A dor intensa inutilizou minha mão.
Flamus ainda oscilava, mas parecia tomar forma aos poucos. Cautelosamente, ele abaixou sua cabeça à minha altura, bufando fumaça disforme por cima de mim. Eu não fazia ideia do que fazer. Tentei aproximar-me dele, mas foi uma péssima ideia. Num movimento veloz, tocou em minha mão dolorida com sua garra deformada. Ao toque, sua garra tornou-se sólida e impecável. Minha mão desapareceu, sendo substituída por uma prótese de fogo deformada. 

-Você absorveu minha mão? - foi tudo que consegui dizer em meu momento de espanto.

Com sua outra garra, ele tentou esmagar todo o meu corpo. Pulei para trás no último segundo e corri ao seu redor, tomando cuidado com possíveis movimentos de sua cauda.

-Por quê?! 

Senti-me mais seguro atrás de suas costas, mas era só uma segurança temporária. Flamus movia-se de maneira lenta, mas não estava parado. Ele girava em minha direção. Eu precisava fazer algo.
Ao ver as imensas paredes triangulares me cercando, lembrei das falas esquisitas. "Quebrar esta barreira...envolve libertar uma das criaturas mais poderosas desta era." foram as palavras dele. 
Minhas escolhas eram escassas. O gigantesco dragão alguns metros a minha frente negavam completamente minha capacidade de pensar com clareza. Ignorei os avisos e tentei quebrar a parede com meus punhos. Como de esperado, o fracote aqui não conseguiu fazer um arranhão sequer.
Agora frente-a-frente comigo, Flamus rugiu novamente. A maioria das pessoas rezaria num momento destes. Eu? Eu corri com tudo na direção do monstro distorcido. Ele desviou. Como resultado, acabei beijando a parede.
Atordoado, caí para trás. Flamus abria sua mão disforme sobre mim, descendo-a devagar, pronto para me dizimar a nada e transformar seu corpo em sólido.
Neste momento, senti uma presença extra. Pelos olhos de Flamus, percebi que ele também. Não vi como. Não vi onde. Não vi quem. Não vi por quê. Mas dois objetos caíram de algum lugar do teto e pousaram como folhas de papel sobre meu peito machucado por novos ferimentos, resultados da batalha lá fora
Um arco e uma flecha. Ter uma mão direita funcionando seria extremamente útil em um momento destes.
Alarmado, Flamus fechou o punho e desceu sua mão, na tentativa de me esmagar, como uma pessoa prestes a quebrar o relógio despertador por acordá-las as cinco da manhã. 
Do fundo de meu peito, uma explosão desencadeou dentro de mim. Uma última tentativa de sobreviver, uma última tentativa de lutar contra Flamus - que merecia aprender uma lição!
Peguei impulso e levantei num salto, quase perdendo a cabeça pela mão de Flamus, aterrissando desastrosamente no chão. A batida do punho do dragão criou um tremor que terminou por me derrubar. Desperto, levantei e corri na direção oposta à Flamus, com o arco e flecha milagrosamente em minha mãos. 
Tentei segurar a flecha com a mão direita, a deformada, absorvida por Flamus. Ela tremia no início, eu agia como se nunca tivesse tido este órgão multi-tarefa maravilhoso chamado mão. Por sorte, acostumei-me rapidamente.

-Eu não tenho outra escolha. Tenho que sair daqui e você tem que voltar para o buraco de onde veio! - exclamei.

Obviamente, Flamus não curtiu a ideia. Azar para ele.
Corri em sua direção com tudo. Puxei toda a força e velocidade que eu podia usar para fazer um único ataque que deveria por um fim na ira de Flamus. Era minha única chance.
"Eu vou te derrotar e depois sair daqui, Flamus!" com esse pensamento em mente, corri em sua direção.
Desta vez, ele não desviou. Uma barreira de fogo apareceu logo a minha frente. Ignorei-a e continuei a avançar. Ao passar por ela, senti-me uma torrada dentro da torradeira. Flamus rugia enquanto usava seus braços e cauda para tentar me esmagar. Com muita, mas muita, sorte, consegui fugir dos ataques. 
Sem perder o embalo, percebi a posição de sua cauda. A inclinação estava em um ângulo perfeito. Sem pensar muito - não havia tempo para isto - pulei em cima de sua cauda e corri em direção de sua cabeça.
Meus pés automaticamente fraquejaram ao ter contato com as escamas de Flamus, mas não ousei parar de seguir adiante. Bolhas e outras irregularidades eram formadas pelo corpo disformado de Flamus, eu só tive mais dificuldade para seguir em frente, mas não me deixei parar. 

-Saiba de uma coisa, Flamus! - gritei para ele.

Seu braço foi levantado, na tentativa de me pegar e consequentemente esmagar-me, mas Flamus não conseguiu alcançar a ponto onde eu corria em suas costas. Normalmente, minha coluna mantinha-se parcialmente ereta quando usando a forma de Flamus, mas neste momento ele não tinha tal habilidade. Mantinha-se curvado, o que somente facilitou um pouco minha travessia.
Eu alcançara a altura de seus ombros quando Flamus abriu suas asas ao máximo e impulsionou para o ar. Fui jogado para cima e bati contra o topo do domo triangular. 

-Saiba disso! Quem manda neste corpo sou EU! - exclamei enquanto caía em sua direção como um foguete.

Desajeitado, preparei o arco e a flecha com a maior rapidez possível e atirei em seu olho aberto. O rugido de dor emitido foi tão alto, tão estrondoso, que as paredes do domo chegaram a tremer. 
Uma fissura foi aberta em seu olho, um enorme ferimento que não parou de se expandir. Sem controle de minha rota, continuei caindo. Caí de cabeça em seu olho ferido. 
Era de se esperar que eu quicasse e caísse no chão, mas não foi bem assim. Eu afundei. Era como afundar em uma piscina térmica vermelha. O corpo de Flamus desmontou-se no chão. Meus olhos foram fechados.  


...

Agora abertos, me vi num campo desértico. O chão aos meus pés fumegava e brilhava, como pedras vulcânicas. A única vegetação vista eram árvore. Suas folhas pegavam fogo. 
A poucos metros de mim, a forma comum de Flamus me encarava de braços cruzados.

-Você perdeu. - eu disse.

Ele fez que sim com a cabeça.

-Não entendo por quê precisava brigar comigo. Deveríamos ser um só. 

Um corte profundo abriu-se em minha coxa. Senti uma lâmina sendo enterrada em minha perna. Caí no chão, mas fiz o possível para não demonstrar fraqueza.

-Eu... Sou o dono deste corpo. - corpo este que estava agora tremendo - Você tem que saber seu lugar, Flamus.

Novamente, ele assentiu.
Uma mão passou por trás de seu pescoço. Vi um homem alto e robusto surgir. Ele possuía cabelos lisos, bagunçados e negros com um tom alaranjado, e intensos olhos vermelhos que eu já conhecia. 

-Parabéns, campeão. - ele sorriu - Era disto que eu estava falando. Você deu um grande show aqui.

O homem tinha barba feita e um sorriso semelhante ao meu esboçado no rosto - é difícil dizer isto sem ter um espelho para comparar, mas imagino eu que seja verdade. Vestia um traje de batalha simples de cor prateada, com um símbolo peculiar desenhado na couraça da armadura. O símbolo era repetido e espelhado em ambos os lados da armadura, e eu o conhecia. As marcas que haviam surgido no corpo de Flamus durante o incidente com as chamas azuis. Quem era aquele homem misterioso? Por estar em minha mente, deveria tratar-se de um conhecido. Mas quem?

-Não posso dizer quem sou agora, pois ele ficaria desapontado. Mas você realmente tem o potencial que me foi falado, devo admitir. - o homem elogiou.

Meus joelhos fraquejaram e eu caí no chão com a cara virada para o lado. Pude ver um vulcão ao fundo. Ambos o homem e Flamus aproximaram-se de mim.

-Ainda precisa treinar mais resistência. Esse é um ponto forte nosso, sabe? Mas, como você fez um grande feito para seu crescimento, o quê demorou mais anos do que devia, devo dizer... Vou ajudar. 

"Nosso?"

-Nos veremos daqui a algum tempo. Lhe farei uma proposta. Caso aceite, espero que esteja pronto. Até lá, tome conta dele e lembre-se: você sempre pode contar com suas chamas. - por fim, ele virou de costas e abanou para mim, despedindo-se.

Reparei em uma longa cauda de escamas negras balançando atrás dele. Por fim, ele desapareceu. 
Logo em seguida, Flamus foi substituído por uma nuvem de luz vermelha, logo após a saída do estranho homem. A luz vermelha ofuscou meus olhos. Por algum motivo, ela esta a se aproximar.

...

Em um susto, abri os olhos. Eu estava jogado no chão, agora não mais branco, mas sim manchado de sangue. Meu sangue. 
Eu estava sozinho. Sem mais Flamus. O vórtice também havia se fechado.
Por algum motivo, eu não sentia mais dor alguma, embora meu corpo estivesse todo ferido e ainda sangrando. Levantei-me com cuidado e caminhei até uma das bases do domo. Respirei fundo e toquei em sua parede. 
Todo o domo foi estilhaçado em uma explosão de vidro e vento. Uma sombra vermelha passou por debaixo de meus pés e correu em alguma direção. Resolvi segui-la. 
Não fui muito longe. A sombra era rápida demais para mim, de modo que não consegui acompanhá-la e acabei ficando para trás. Ela simplesmente desapareceu no espaço em branco.
Sem saber para onde ir, procurei por alguma coisa, qualquer coisa. Não havia nada. A passagem de fogo por onde entrei havia desaparecido. Não encontrei o lago de chamas em lugar algum, muito menos a porta por onde entrei.

-Flamus. - falei comigo mesmo em voz alta.

Este nome simplesmente foi dito por mim, sem qualquer explicação. Isso me foi bom, afinal de contas. Ao dizer o nome em voz alta, outra palavra veio a mim. Uma palavra a muito tempo buscada, que minha memória se recusava a lembrar. 
Burst.

-Flamus. - respirei fundo antes de continuar - Flamus BURST

O branco de minha mente tremeluziu entre amarelo, vermelho e laranja. Uma explosão de cores bombásticas que poderia ter me cegado, se não fosse uma visão tão agradável para mim. 
Tudo se desmantelou. Meus olhos foram fechados contra minha vontade. 


...

Quando os abri, via uma lâmina apontada a poucos centímetros de meus olhos. Quem a segurava era Aron. O ser em meu corpo havia dado um pouco de trabalho para ele.

-Fim de jogo. De novo. - Aron falava com uma voz ensandecida.

Seu corpo estava horrível. Sangue dourado cobria grande parte de seus braços e peitoral, enquanto seu corpo tremeluzia entre o "humano" - sabemos que ele não é exatamente isto - e o "divino" - seu estado dourado no modo de "sou um Deus surtado". Algo prendeu minha atenção em seu estado: seu rosto não estava mais dourado. Ele estava normal, como da primeira vez que o vi. Eu podia ver seus olhos negros, seu cabelo cortado da metade pro lado e sua expressão de raiva intensa.
Meu estado não era muito melhor. Meu corpo todo sangrava. Eu tinha um espada cravada em minha perna. Não preciso dar detalhes sobre minha vestimenta, não é? Obviamente, eu deveria ter me fardado um pouco mais para a guerra.

-Eu não entendo como você faz isso. Ou melhor, não entendo por que você faz isso. - Aron indagou frustrado - Eu estou tentando salvar vocês e viver feliz junto de Melorry ao mesmo tempo. Vocês não tem o direito de impedir!

-Você quer matar todo mundo para fazer seu próprio mudinho, Aron. - sangue escorria de minha boca enquanto eu falava - E preciso te dizer uma coisa. Pode ser a alma de sua Melorry, mas neste momento, ela não é a mesma pessoa que você amou.

Os olhos de Aron abriram ao máximo, em um momento de histeria. 

-VAI SER TORTURADO NO QUINTO INFERNO POR DIZER ISSO! - Aron afastou a lâmina de mim e a investiu em um ataque.

Agora eu reconheci a espada. Era a usada por mim quando meu corpo estava fora de controle. No seu outro braço, uma espada exatamente igual estava cravada profundamente. Aron agia como se não sentisse nada com ela lá, mas eu sabia que por dentro ele se remoía de dor.
Desviei do ataque de Aron com facilidade. 
Ele havia posto muita força na investida, de modo que seu corpo veio para frente junto da espada. Aproveitei a situação e agarrei seu braço durante a passagem, arrancando a lâmina de suas mãos e jogando-a longe. Imobilizei os movimentos de seus braços de alguma maneira. Eu realmente não fazia ideia de como imobilizar alguém, mas pelo jeito, eu havia aprendido.
No estado de meu corpo, fazer aqueles movimentos gerou um desconforto nível minha pele está sendo rasgada. Engoli a dor com muita dificuldade.

-Eu sinto muito, Aron. Sua Melorry não existe mais. Quanto antes aceitar, menos dor irá sentir. - senti-me mal em dizer estas palavras, mas alguém precisava dizê-las. 

Uma explosão de poeira me afastou dele. Uma nuvem de fumaça foi erguida. Aron foi engolido por ela. Eu não conseguia mais vê-lo.
Aproveitei o momento para arrancar fora a espada em minha coxa. Foi realmente doloroso. Eu não sobreviveria muito mais tempo com tantos sangramentos contínuos. Precisava finalizar logo.
Quando a fumaça finalmente abaixou, Aron tinha pelo menos dez pedras flutuando ao seu redor.
Ao olhar através dele, percebi que Lucius havia sumido. Teria Aron notado?

-Você vai queimar, Selion. - tanto a voz, quando a forma de Aron, tremiam.

-Seria maravilhoso. - respondi com um ar de relaxamento.

Aron reprovou minha resposta. 
O chão rachou diante de Aron e seguiu em minha direção, circulando o lugar onde eu pisava. Uma parede de fumaça subiu pelas rachaduras, enquanto logo acima de minha cabeça formavam-se círculos vermelhos recheados com símbolos triangulares. 

-Pela última vez, vamos lá. - sussurrei para mim mesmo.

Ouvi um chiado, como o de uma bomba prestes a explodir. Eu não errei na comparação. Literalmente, uma explosão ocorreu não muito acima de mim.
As palavras escaparam de minha boca instintivamente.

-FLAMUS BURST! 

Os círculos foram ativados, criando uma barreira ao meu redor. A fumaça reagiu à explosão, intensificando-a. Logo, recebi todo o dano de uma explosão em massa. 
Uma pessoa normal não teria saído vivo daquela barreira de energia. 
Ao fim da explosão, a barreira se desfez e os restos da explosão foram espalhados. 

-Permaneça morto. - Aron arfava.

Não esperei a fumaça dissipar. Voei na direção de Aron com meus punhos flamejantes preparados para lhe devolver os golpes. O espanto de Aron foi tanto, que todas as pedras flutuando ao seu redor caíram no chão, inutilizadas. De relance, enquanto afastava Aron com uma série de golpes, vi uma das pedras mover-se na direção oposta a minha. Na direção de Misake.

-Isso não é... - Aron mal conseguia falar - ...POSSÍVEL! 

Aron pôs os pés no chão e freou o ataque. Ele tocou a palma de sua mão em meu ombro em resposta aos meus ataques. Meu braço esquerdo foi torcido de uma maneira extremamente dolorosa e desconfortável. Mas eu ainda tinha um braço bom e muita força de vontade.
Eu estava novamente na forma característica das chamas azuis. O cristal em meu peito brilhava intensamente e pulsava a cada ataque. Estranhamente - ou talvez nem tanto - eu me movia muito mais livremente agora. 
Acertei um soco verticalmente na barriga de Aron, levantando-o no ar. Não foi uma das ideias mais brilhantes. Ele aproveitou a posição para revidar os ataques.
Após um movimento de cruzamento com os braços, duas espadas douradas apareceram, sendo seguradas por duas mãos gigantescas feitas de fios de metal dourado. As espadas fizeram um movimento em conjunto, ameaçando cortar minha frente e costas horizontalmente. 
Por sorte, pude contar com minhas asas para tirar-me do chão nesta hora. 
Para meu azar, algo deu errado. Minhas asas fraquejaram e eu caí no chão com tudo. Estaria eu machucado demais? Isso acabaria afetando a minha luta?
Por mais que a dor intensa pudesse ser disfarçada, que eu não chegasse nem a lacrimejar, eu estaria mais fraco neste momento?
Abafei estes pensamentos em minha mente e os ignorei. Não era hora disto.

-Terceiro round, Aron? - sugeri.

-Não saímos do primeiro. 

Seis pontos coloridos brilharam em seu peito. A massa de cores deixou seu corpo em espirais finais e encontraram-se no ar, formando uma esfera brilhante de múltiplas cores. Dentro da esfera, o brilho criado pelas pedras chocavam-se, desenhando formas no espaço. Em questão de segundos, aquele emaranhamento tornou-se formas retangulares irregulares sustentadas por um núcleo faiscante.

-Uau, Aron... Não sabia que você tinha virado uma garota mágica arco-íris! - zombei, cutucando sua raiva.

Aparentemente, funcionou. 
Poderia ser só uma provocação besta, mas tinha um fundamento. Quando se está com muita raiva, você tende a não prestar muita atenção a detalhes. Detalhes estes que no momento chamarei de Misake e Lucius. 

-Pode v... - eu estava para completar a frase, mas a arma criada por Aron foi mais rápida, acertando em mim algo aparente à um prisma de cristal.

Outros prismas voaram em minha direção. Em questão de décimos de segundo, minha cara teve um encontro com o asfalto rochoso irregular onde eu pisava a poucos momentos. Os primas rebatiam e atacavam sem dó, enquanto Aron ficava parado assistindo, mantendo a mão sobre o braço ferido.
Dentre minhas escamas, fogo azul emergiu, incendiando os prismas, fazendo-os afastar. Por alguma razão, eu sabia que não era suficiente.
Logo, descobri o quão certo eu estava - isto não é, nem nunca foi, uma boa notícia. Os prismas mudaram de forma, tornando-se triângulos pontudos com extremidades pontiagudas voltadas em minha direção. 
Atrás deles, Aron agora criava alguns artefatos para tornar minha vida um pouco mais complicada. Ao seu dispor haviam um canhão flutuante de luz, mais parecido com um vaso de plantas sem fundo, uma série de portais circulares posicionados em lugares extremamente inconvenientes para mim e mais uma coleção inteira de espadas e lâminas afiadíssimas. 
"Conto com você, Flamus." eu disse em minha mente, esperando que ele estivesse por lá.
Não vou ser apagado novamente.
Esta voz já me era conhecida. Seria... o tal Rexion?
Uma dor de cabeça imensa me abateu. Caí de joelhos. Uma das pedras estilhaçadas do solo fincou minha perna. Se minhas escamas não fossem tão resistentes, eu não conseguiria mais agir com a destreza necessária nesta batalha.
"Colabore! Por favor!" eu pedia.
Aron moveu-se. 
Instintivamente, levantei e avancei como um jato em sua direção. Passei pelos triângulos flutuantes tão rapidamente que não puderão me detectar para um ataque. As lâminas foram lançadas como mísseis, enquanto de dentro dos portais as mãos armadas eram invocadas para parar meu avanço. 
Não tive outra escolha a não ser fazer outra rota. Inclinei minhas asas e decolei para cima, sendo perseguido por todas as lâminas e espadas. Uma delas cortou minha asa, mas mantive o controle para não perder o rumo do voo. Eu aproximava-me de Aron quando uma luz ofuscante cortou minha visão. Eu esquecera-me completamente do canhão de luz. 
Sem poder enxergar, voei para o alto esperando recobrar a visão.
Na tentativa de uma proteção ao menos básica, deixei o fogo correr solto para fora de mim. Continuei a traçar caminhos aleatórios até que minha visão voltou. 
Eu não estava avançando, mas sim parado. Meu corpo imitava uma erupção, cuspindo bolas de fogo azul pelo céu em direção do solo. 
Uma delas acertou as lâminas, que tornaram-se cinzas imediatamente. 
Com o corpo ainda exalando este poderoso fogo, voei na direção de Aron, cortando as mãos com minhas garras. Elas simplesmente sumiam ao meu toque letal.
Finalmente, cheguei a Aron. Choquei-me com ele, que fazia esforço para manter-se dentro de uma proteção semelhante ao primeiro escudo usado. 
Sem fraquejar, explodia em mais chamas azuladas enquanto forçava uma abertura para o ataque decisivo contra Aron. 

-Um pouco nostálgico? - perguntei.

Do jeito que as coisas andavam, ninguém terminaria essa batalha. Ficaríamos para sempre neste confronto, exaustos e feridos. 

-Talvez. Mas o quê acha deste truque? - Aron parou de manter seu escudo.

De início, não entendi. Então, lembrei-me de sua nova arma.
Os quatro triângulos mortíferos apareceram e pressionaram meu corpo. Não consegui suportar e acabei novamente no chão. O diferencial desta vez foram os triângulos voadores cristalinos abrindo caminho entre minha escamas, quase perfurando-as.

-Desista. Estes cristais são feitos da pura essência das pedras. Você não pode com eles, não pode detê-los. Nem você, nem sua outra metade, nem seu poder divino. - Aron pronunciou esta última palavra com um nojo absurdo.

Divino. Várias vezes esta palavra foi atribuída à Flamus. Eu ainda não entendia o porquê.
Os cristais começaram a girar como brocas. Logo, atravessariam meu corpo. Nem Flamus poderia me fazer sobreviver a isto. Busquei por uma alternativa. O fogo não funcionaria desta vez, embora as brasas em meu peito brilhassem intensamente, prontas para pulverizar os malditos cristais tele-guiados. 
Você sempre pode contar com suas chamas, fora o que o homem de cauda negra disse. 
Eu confio nelas. Confio em Flamus. Então, talvez...
Concentrei-me nas chamas, no fogo, no calor ao meu redor, criado por mim, já sentido por mim. Canalizei estas forças, mesmo com toda a dor sentida por mim e o dano sendo causado pelas "brocas" de cristal.
Mas tudo foi em vão. Pois tudo parou quando eu e Aron notamos uma terceira presença no meio da batalha.
Parada com uma expressão confusa em seu rosto, estava Melody.

-Melorry! - chamou Aron.

-Melody! - eu corrigi.

Minhas chamas reacenderam mais fortes do que nunca. 
"Não é hora de fraquejar" eu disse para mim mesmo.
A distração criada por Melody abalou Aron, fazendo as brocas perderem a força. Arranquei-as de meu corpo, que agora ficou marcado com quatro pontos interligados, e as arremessei na direção de Aron como se fossem dardos. Aron não as notou, mas mesmo assim foram puxadas de volta para seu núcleo.

-Melorry? - Aron parecia confuso.

A verdade deveria estar lhe dando um soco na cara. E a mim também. Por que ao olhar para ela, uma dúvida me surgiu. De fato, quem ela seria agora? Melody ou Mellany? Quem estaria no controle?
Dependendo desta resposta, a vitória ou a derrota poderia ser eminente. 

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Log de personagens #1

Lista com detalhes de personagens apresentados ou a serem apresentados no livro.
Um pequeno guia com uma aparência de rosto próxima em alguns casos até que não a pensada enquanto o livro é escrito.

Scarlet Dra Crimzon
  • Caçadora e domadora de dragões, com um fraco por dragões "especiais" (Divinos, meio dragões, corrompidos, selados...). Idade desconhecida.
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Chicote, além de algumas munições explosivas como granadas ou minas e itens de fácil acesso, visando uma luta tática e estratégica embora seus movimentos impulsivos acabem estragando tudo uma vez ou outra
  • Aparência inicial: Short curto, tênis até o joelho, camisa preta e jaqueta jeans estragada com cortes, arranhões, pedaços chamuscados, coisas assim. Suas roupas estão em partes queimadas, devido a alta concentração de fogo já sofrido. Pele bronzeada, também devido ao fogo e calor. Cabelo longo assimétrico não repetirei o motivo de cor castanho claro. Altura mediana de 1,70.
  • História familiar: [Coming Soon]
  • Descendentes: [Coming Soon]
  • Envolvimento com personagens: Tem história com Aron, Mellany, Melody e Kathryn, por participar da 3ª Guerra Mundial, uma desculpa criada para acontecer a guerra entre GD e GE. Há também envolvimento com Selion, por ser um dragão a muito tempo caçado por sua família e raça de domadoras.
  • Ambição: A conquista tão almejada por sua família, durante gerações: ter posse sobre o Deus dragão. Usá-lo para dominar sua raça. Exercer poder sobre os mais fracos. Assim, completando seu objetivo, que seria... [Acesso Restrito]
  • Amizades: "Quem precisa disso?"
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Medos: [Coming Soon]
  • Detalhes afins: Comida favorita = Curry; Cor favorita = Vermelho sangue; Mais detalhes à serem revelados...
Gar Nightmare Baku
  • Psíquico altamente poderoso, capaz de criar ilusões capazes de prender o inimigo e, caso se esforce muito, pode até mesmo "apagar" pessoas por um curto período de tempo. Irmão de Gen. Cego. Tem seus olhos arrancados ao longo do livro. Mentalmente instável no contexto inicial. 29 anos. 
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Não há. A não ser que conte seu cérebro como uma arma.
  • Aparência inicial: Alto (2,10) com longo cabelo púrpura, tingido. Pele pálida. Jaqueta roxa, longa como sobretudo, mas que fica aberta, exibindo seu corpo sem camisa. Usa calça jeans, sendo segurada por um cinto com espinhos. Usa um colar de mesmo modelo do cinto. Utiliza uma cartola característica, como a da imagem.
  • Aparência após conversão: Após conversão, assume a mesma aparência que lhe foi concedida enquanto mentalmente instável. Ao invés de roupas púrpura, assume o uso de preto.
  • Envolvimento com personagens: Rapta Melody e Selion, provocando impacto como vilão logo no início. Erros do passado destroem a vida de Gen, mas não o suficiente para faze-lo desistir de Gar. Há de ter uma pequena relação com Raida mais tarde.
  • Ambição: Ser dublador de séries e jogos, além de preparar Gen para o mundo. "Também almejo uma garota que consiga pirar minha cabeça novamente, se é que me entende." 
  • História familiar: [Coming Soon]
  • Medos: [Coming Soon]
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Amizades: "Meu irmão Gen e Merith, sua namor-... Digo, amiga. Também Ingo, o terceiro membro do trio. Admiro Raida, ela é tão sagaz! Se vocês entendem o que eu digo, haha. Por que será que Yousuke fica me olhando dessa maneira? Xispa! Xô!"
  • Frases de efeito favoritas: IT'S THE SHOW TIME! / You can't turn off my shine, baby! / Let me see your true power, dear!
  • Detalhes afins: Comida favorita = Bolo com morango em cima; Animal favorito = Dromedário; Mais detalhes à serem revelados...
Gen Nightmare Baku
  • Psíquico de poder moderado, em treinamento. Irmão de Gar. Seu poder foca em aumentar seu raciocínio lógico e bolar estratégias de batalha. Consegue mover objetos com esforço. Entra para o GE atrás de seu irmão. 13 anos.
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Espada de lâmina curva de pequeno porte. Não tem grandes capacidades corporais, mas foca em confrontos diretos e rápidos, embora ainda em treinamento.
  • Aparência inicial: Olhos dourados e cabelos brancos. Usa roupas em tons de roxo e branco, por achar que combina com seus traços físicos. (1,61)
  • Aparência final: Após um acontecimento com Gar, uma marca losangular aparece em sua testa. Tal marca se mostra extremamente sensível e aprimora muito as habilidades de Gen. 
  • Envolvimento com personagens: Mais tarde cria intriga com Merith e Ingo (coisa para outro livro). Sacrifica de tudo para ir atrás de seu irmão corrompido Gar. Acha Richard interessante. "É uma bela mente esperando para ser estudada." Ainda falando de Richard, ajuda-a psicologicamente após o fim da guerra.
  • Ambição: Trazer Gar de volta a todo custo. Revelar seu amor oculto pela pessoa que sente afeto. Terminar de ler sua longa pilha de livros coletados ao longo dos anos. "Vai dar um trabalho..."
  • História familiar[Coming Soon]
  • Medos: [Coming Soon]
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Amizades: "Por alguma razão, Merith se tornou muito próxima de mim. As vezes, penso em ler sua mente, mas tenho medo do que posso encontrar e desisto da ideia." Fora Ingo, seu melhor amigo, Gar e Richard se dá muito bem com ele.
  • Detalhes afins: Comida favorita = Qualquer coisa com açúcar; Cor favorita = Lilás; Série favorita = Supernatural. "Prefiro saber sobre o assunto para estar preparado para quando acontecer." Mais detalhes à serem revelados...
Yuuya / Lucius Diabolicon
  • Um dos generais do plano de Umbra, um "andar" do inferno. Demônio com capacidade de três transformações: a 1ª com aparência meio humana, mas rosto distorcido; a 2ª com corpo demoníaco; a 3ª com uma versão aprimorada de seu eu demônio, esta mais forte e musculosa. Considerado meio-irmão de Aron por ser tratarem de demônios. 
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Foice nomeada de Scyther. Trata-se de uma foice de lâmina tripla multifuncional, capaz de separar as lâminas do cabo, transformando-as em hélices giratórias mortais. O cabo da foice, sem a lâmina, pode se tornar uma poderosa lâmina enfeitada com caveiras humanas. 
  • Aparência inicial[Coming Soon]
  • Aparência final: Sua terceira forma demoníaca.
  • Envolvimento com personagens: Fecha história com Aron, seu principal rival. Não interfere nos demais assuntos, como por exemplo Melody x Mellany. 
  • Ambição: Aprisionar Aron em um novo andar do inferno, devido a seus crimes contra os anjos e os demônios. Após ter finalizado sua missão, retornar para Umbra como um bom soldado. 
  • História familiar[Coming Soon]
  • Medos: Tanto falhar quanto ser rejeitado por seu povo.
  • Local de origem: Umbra, a camada mais superficial do inferno.
  • Amizades: Não tenho certeza se podemos chamar de amizade, mas há um relacionamento profissional com seu demônio superior: Gadreel.
  • Detalhes afins: Comida favorita = Demônios não comem; Cor favorita = Branco esqueleto; Sensação favorita = Torturar almas indignas; Passatempo favorito = Realizar tarefas extras por seu superior; Idade = ???; Mais detalhes à serem revelados...
Reap WalpurgisNatch
  • Mago com poderes noturnos. Foca em poderes potencializados pela "lua sangrenta", sempre presente em seu campo de batalha. Sozinho, não tem ninguém no mundo, e luta por pensar ser o certo a fazer. Sua especialidade são as sombras. 19 anos. 1,65 de altura.
  • Arma: Pistolas combinadas de sua magia sombria. 
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Aparência inicial: Cabelo azul escuro com mexas brancas. Olhos escuros como a noite. Camisa e manto preto, usando calça branca por baixo. 
  • Aparência final[Coming Soon] 
  • Ambição[Coming Soon] 
  • Envolvimento com personagens: Aprisiona Selion e Melody em um campo mágico, onde tenta matá-los, prevenindo seu futuro ataque, mas falha. Reconhece o poder deles e diz seu nome, embora passe despercebido. Mais tarde, vem a se tornar um dos "guardas" de Aron, que faz os integrantes do grupo produzirem energia para o levantar de Aron e Mellany, igual à Sylfer, Lief, Scarlet, Gar, Richard e qualquer outro que eu não tenha citado.
  • AmizadesTem dificuldade em se aproximar das pessoas. Os únicos com quem conseguiu estabelecer laços foram Snape e Lief, principalmente Snape. 
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Medos: Ficar sozinho.
  • História familiar: [Coming Soon] 
  • Magias marca-registrada: Lua Sangrenta (Cobre o campo de batalha por um céu noturno, com uma lua vermelho-sangue brilhando no topo) / Disparo Eclipse (Dispara balas fortificadas em golpes conjuntos com suas pistolas) / Murtes Sucitate (Levanta sombras de pessoas cujo espírito se encontra próximo ao local de conjuração da magia)
  • Detalhes afins: Fruta favorita: Limão; Animal favorito: Lobo; Autor favorito: Irmãos Grimm; Mais detalhes à serem revelados...
Ingo Nova H.O.P.E
  • Artesão do vácuo. Cria objetos a partir do poder do vácuo, ainda não controlado. 12 anos. 1,60 de altura.
  • Mascote: Green - da raça Leafo, os seres de grama, "primos" dos seres magnéticos (Polar e Magna). Detalhes a serem escritos.
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Alabarda. Embora não as possa usar, por falta de habilidade, pode invocar armas através do vácuo.
  • Aparência inicial: Camisa turquesa e calça preta de moletom. Cabelo loiro (bem claro, próximo a branco) e olhos verdes fluorescentes, típicos de usuários do vácuo. 
  • História familiar: [Coming Soon] 
  • Local de origem: Tribo H.O.P.E (Habitat de Origem à Proteção de Elementra), pequeno vilarejo oculto onde são treinados os próximos guardiões que virão a se tornar membros do grupo Grand Elementra ou uma de sua filiais. Trata-se de um enorme campo de treinamento, onde crianças com dons especiais são trazidas por sua vontade ou necessidade para receber o treinamento necessário. 
  • Envolvimento com personagens: Forma trio de amizade com Gen e Merith, embora isso esteja para mudar com o tempo. Mais tarde há a possibilidade de se aproximar de Sakura e Adrian, através da prática de armas brancas e idades semelhantes. Foi salvo por Raida a muito tempo, o que a faz ter uma visão protetora sobre ele.
  • Medos: Anaetidaefobia (Medo de ser observado por patos).
  • Ambição: Conseguir orgulhar seu pai, que deu de tudo para que Ingo seguisse em frente, dominando assim o poder do vácuo adormecido dentro de si; Conseguir ser notado e visto como um herói por aquela pessoa.
  • Detalhes afins: Comida favorita: Sushi; Hobbies: Videogames e animes; Trauma mais profundo: perder seu pai. Mais detalhes à serem revelados...
Snape Venaja
  • Híbrido entre humano e cobra, criado a partir da fusão falha de um experimento de laboratório, na Grand Destruction. Após sua conversão em metade cobra, passa a exercer certo controle sobre elas, por conseguir falar com elas e exigir comandos. Com o passar do tempo, sua mutação vem a piorar, substituindo membros do seu corpo por cobras vivas (tais mudanças são auxiliadas pelos experimentos que Snape insiste em continuar). 28 anos. 1,99 de altura. Corpo magro e esguio como de uma cobra, embora não inicialmente.
  • Arma: [Coming Soon]
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Aparência inicial: Olhos verdes escuros, com uma fenda no lugar da pupila, como olhos de cobra. Cabelo comprido e escuro, puxado para um tom esverdeado. Usa camisa com brasão de cobra e bermuda com detalhes escamados. 
  • Aparência final: [Coming Soon]
  • Ambição: [Coming Soon]
  • Local de origem: Pequena cidade próximo de onde teria vivido o povo asteca a muito tempo atrás. Embora não relacionados a isso historicamente, o povo da cidade cultuava, em sinal de respeito, os deus astecas. Entre eles, Quetzalcóatl, uma divindade cobra adorada por parte da população.
  • Envolvimento com personagens: Faz parte, temporariamente, do Grand Elementra. Entra para o grupo como um espião e os trai quando mandado. Depois disso, é mandado atrás das pedras, e acaba em um confronto entre Sakura, Selion e Adrian. Ao final do confronto, devido seu fracasso, é internado no laboratório para receber mais genes répteis. Volta a aparecer durante o confronto entre as duas guildas, agora com seu corpo modificado ao extremo e com o ápice de seu poder. Acaba sendo morto no final.
  • História familiar: Para proteger seu povo da devastação, Snape se rende à Grand Destruction, unindo-se a eles. Por acaso, Snape possuía um código genético estável o bastante para a realização dos experimentos. No início, Snape teve medo. Mas ao ter contato com as cobras, viver como uma, sentir seu sangue frio como uma, aprofundou-se ainda mais nos auxílios para os estudos. Acabou viciado nos venenos e hormônios colocados em seu corpo para a mutação.
  • Medos: Ficar longe de sua droga: genes, hormônios e venenos de serpente.
  • Amizades: Criou laços de amizade com Reap, mas nada de muita importância. Ele o trairia a qualquer momento se fosse necessário.
  • Detalhes afins: Raça favorita: Cobras Naja; Som favorito: Chacoalhar da cauda de uma serpente; Divindade adorada: Quetzalcóatl. Mais detalhes à serem revelados...
Merith Aquaticall Gemini
  • Recipiente da gema da água (será explicado em um capítulo extra). Trata-se de uma curandeira que consegue converter a umidade do ar em elementos alquímicos, podendo preparar poções e curas rápidas. Porém, não conta somente com isso. Por baixo de sua aparência tímida e fraca, esconde-se uma perita em guerra, fardada até os dentes. Ela evita usar tal lado seu por motivos pessoais envolvendo seu passado recente. 12 anos. 1,55 de altura, aproximadamente. 
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Aparência inicial: Longo cabelo azul claro, tendo ele solto e com rabo de cavalo ao mesmo tempo. Olhos azuis claros. Usa vestido azul com detalhes cor de rosa e brincos com uma pedra azul (sim, a imagem ao lado contraria, mas o que eu digo conta).
  • Medos: Ratos e lâminas de barbear (calma, tudo se explica com o tempo).
  • Arma: Merith não tem, de fato, uma arma. Consegue criar poções de cura e exalar mana por suas mãos, além de usar artimanhas como granadas ou bombas, mas fora isto, não há nenhuma arma.
  • Amizades: Ingo, que se aproximou dela meio que automaticamente. "Ele chega até a ser um pouco grudento... Sem querer ofender, é claro!" Acaba caindo de amo- ~le tapão na cara impede o texto de prosseguir~ Acaba virando amiguinha colorida de Gen, e logo depois se aproxima de Gar. Tende a ser amiga de Sakura mais tarde.
  • Envolvimento com personagens: [Coming Soon]
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Ambição: [Coming Soon]
  • História: [Coming Soon]
  • Detalhes afins: Sobremesa favorita: Gelatina azul; Sabor favorito: Framboesa; Cor favorita: Púrpura; Animal favorito: Felinos como tigres ou leões; Mais detalhes à serem revelados...
Sylfer Zegarblade
  • Trata-se de um menino que foi criado como um animal sim, estilo Tarzan. É selvagem e age totalmente por instinto. Sua visão foi tirada de si, mas em troca, uma nova capacidade lhe foi concedida: Detectar calor. Sylfer consegue "enxergar" através da presença do calor ao seu redor, e é guiado por isto. 
  • História: Quando pequeno, foi tirado de seus pais, a pedido de Aslan, seguindo de maneira indireta ordens abertas de Aron, e jogado em um ambiente limitado, com feras ferozes. Uma imensa jaula florestal com um grande bando de tigres modificados (Essa história de modificação genética será explicada, calmem o kokoro). Foi criado por estas feras, que o aceitaram. Mas isto não era tudo. Cientistas faziam experimentos com ele, quando longe de sua família animal. Retiravam partes de seu DNA e implantavam genes pré-históricos em seu corpo, na tentativa de conseguir reviver uma raça antiga, tigres dente-de-sabre. Esses experimentos tornaram Sylfer o que é atualmente. Em suas mãos, cresceram garras. Seus dentes cresceram, principalmente os caninos. Mas nem tudo foi fácil. Alguns erros foram cometidos, levando embora sua visão. Agora com instintos animais, e a vida que levava, desenvolveu a habilidade de ver através do calor. Anos mais tarde, foi solto para participar da Grand Destruction. Ele não sabia falar ou protestar, só obedeceu, então. No fundo, nunca teve culpa das maldades que fez.
  • Arma: Suas garras mortais. Com a intenção de controlar a pedra do fogo e vencer Selion, teve suas garras "abençoadas" pela magia dos magos do exército da Grand Destruction, tornando-as permanentemente congeladas, podendo transformar água em gelo só com o toque. 
  • Aparência inicial[Coming Soon]
  • Ambição: Não tem desejos próprios, pois não tem a capacidade de pensar racionalmente.
  • Personalidade[Coming Soon]
  • Envolvimento com personagens: [Coming Soon]
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • Detalhes afins: Comida favorita: Qualquer carne de animal. Mais detalhes à serem revelados...
Raida Kasai
  • Líder do Grand Elementra japonês (Majestic Elementra). Poderosa espadachim com treinamento aprimorado para ter a capacidade de conseguir cortar o ar com sua espada rubra. Típica líder esquentadinha, do tipo que ataca antes de falar, o que rendeu-a uma porção de cicatrizes ao redor do corpo. 35 anos, já está a um bom tempo na estrada. 2,10 de altura. Praticamente criou Yousuke. Muito boa em forjar armaduras e armas.
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Arma: Espada montante de lâmina rubra, "pintada com o sangue de seus inimigos". 
  • Mascote: Phoebe - uma fênix que guarda a sede do Majestic Elementra na falta da líder, ativando membros próximos quando necessário.
  • Aparência inicial: Ruiva com cabelo comprido e olhos verdes (preferência em usar rabo-de-cavalo por não atrapalhar durante a luta). Usa armadura vermelha escarlate, feita sob medida para acompanhar sua espada. Já mencionei as muitas cicatrizes?
  • Ambição: Garantir a segurança de sua nação. "Já houve perdas demais. Alguém tem que colocar esses metidos em seus devidos lugares à base do punho!"
  • Local de origem: [Coming Soon]
  • História: [Coming Soon]
  • Amizades: "Não tenho amigos, tenho soldados. Soldados e uma praga de garoto de cabelo roxo que fica no meu pé!" Tem um forte laço com Yousuke, devido a acontecimentos passados. Não se dá bem com Misake, devido a dualidade Força X Inteligência. 
  • Envolvimento com personagens: Salvou Yousuke a muito tempo atrás, durante um ataque da "Terceira Guerra" (sabemos que não foi bem assim) comandado pela Grand Destruction. Após o fim da guerra, acabou ficando encarregada de cuidar de Yousuke. Devido a sua grande ligação com sua espada, encontrada junto com ele, ela o treinou para fazer parte do grupo, assim não iria sofrer tanto perigo. Mais tarde, ambos vem a participar do combate contra Aron, mas Raida fica para trás com a intenção de proteger a retaguarda. Acaba tendo problemas devido a reforços fortes demais que continuaram a chegar, mas a esta altura, reforços para seu lado também haviam chegado (infelizmente, junto de mais inimigos).
  • Medos: Falhar. Falhas não são admitidas. 
  • Detalhes afins: Movimento de combate preferido: Cortar o ar com sua espada, criando um vácuo capaz de cortar os inimigos; Habilidade mais destacada: A incrível combinação de força e velocidade que qualquer um poderia julgar como impossível; Material favorito: metais líquidos. Mais detalhes à serem revelados...
Adrian Blueman
  • Meio metamorfo, por influência de seu pai, e usuário de dominação de água, por influência de sua mãe. 16 anos. Cerca de 1,70 de altura.
  • Arma: ~eu esqueci essa...~ [Coming Soon]
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • Local de origem: Nascido em New York, mas passou toda sua vida vivendo na Amazônia com sua mãe, após a morte de seu pai. 
  • História Familiar: [Coming Soon]
  • Aparência inicial: Usa uma camisa de tamanho maior que o seu e calças curtas de cor preta azulada. Olhos escuros e cabelo curto verde claro, tingido após entrar para o Grand Elementra como uma forma de lembrar dos tempos que passou com sua mãe na floresta (Cor original = preto).
  • Medos: Não revelados. 
  • Ambição: "Até agora nada. Acho que continuar vivo."
  • Amizades: Fica muito amigo de Sakura após a conclusão da guerra, mas antes disto não apresenta graaaandes amizades, exceto com Éolo. Descanse em paz.
  • Envolvimento com personagens: Chega para o Grand Elementra (transferido de outra cidade após o fim de parte do seu treinamento) junto de Snape, Éolo e Blanorcana. Tem participação na exploração atrás de Grandark. Tempos após, vai a floresta, junto de Selion e Sakura, atrás da pedra da água, onde encontram Snape no meio do caminho. Entra junto dos outros membros no grande QG da Grand Destruction, para deter Aron, mas se separa do grupo de Selion afim de ajudar Raida, que está a ser atacada por Lief e Aslan. 
  • Detalhes afins: Poder metamorfo até o momento: Transmutação de suas mãos; Mais detalhes à serem revelados...
Yousuke (Sobrenome ainda não formulado)
  • Braço direito e escudeiro de Raida Kasai. Espadachim, como sua capitã. Entrou para a Grand Elementra sem opção, durante os tempos da Terceira Guerra. 20 anos. 1,70. Usa óculos desde quando foi encontrado pelo grupo.
  • Arma: Ragna, espada com ligação psíquica com Yousuke, permitindo que a espada fale com ele e vice-versa. Mais detalhes a serem postos porque eu esqueci os detalhes da espada.
  • Personalidade: [Coming Soon]
  • História Familiar: [Coming Soon]
  • Aparência inicial: [Coming Soon]
  • Medos: Desapontar sua capitã. Medo da morte em massa.
  • Envolvimento com personagens: [Coming Soon]
  • Amizades: Raida e sua espada, Ragna. Ele se prendeu a eles.
  • Local de origem: Uma das muitas cidades chamadas Springfield. Qual delas? Bem, isso já é um problema a ser solucionado depois...
  • Detalhes afins: Objetos favoritos: espadas; Mais detalhes à serem revelados...
Considerações finais: Características podem ser alteradas e muitas serão adicionadas. Idades ainda não totalmente estabelecidas. Nomes podem mudar. Personagens importantes no próximo porque eu quis assim o/