quinta-feira, 26 de abril de 2012

As pedras de Elementra. Capitulo 1

As Pedras de Elementra

Selion

1. O início.


-Então essa é a próxima cidade? – falei observando o horizonte.

Meu nome é Selion, e eu sou meio que um viajante, eu viajo de cidade em cidade, sem objetivo. Meus pais, me fizeram sair de casa quando fiz 18 anos... Acontece que de noite, meu quarto pegava fogo, não sei porque, mas eu nunca me machuquei nem nada, era como se, ele não pudesse me tocar.

Eu tenho olhos castanhos e cabelo preto meio esverdeado. Meus pais sempre diziam que eu era “diferente” das outras pessoas... Mas, nunca disseram o porque. Vivo me perguntando até hoje.

Eu geralmente uso uma camisa com o desenho de um dragão, que meus pais chamavam de Ushiro, o dragão da sorte, um casaco preto e uma calça jeans azul. Meus pais sempre diziam que eu era bonito, eu até concordava com eles, mas eu notei que meu canino direito é maior que os outros dentes, não é tanto, mas é maior. Eu sou magro e só um pouco forte, minha inteligência é média.

-Melhor eu apressar o passo, está começando a escurecer... – falei olhando para meu relógio. – Hey, o que é isso? – falei me abaixando para pegar uma pequena pedra brilhante.

Ela não parava de brilhar, e no fundo dela, tinha um símbolo de duas asas de anjo.

-Parece que essa cidade têm alguns tesouros por aí... Demais! – falei levantando as mãos.

Guardei a pedra e continuei a andar.

...

Passei por uma placa que dizia: “Você está entrando em EKYPARATTO”.

-Nome estranho... – falei confuso. – Se bem que ontem eu estava numa cidade chamada Guanolacaha... Ekyparatto não parece tão estranho assim.

“Onde vou dormir?” Pensei...

“Ali parece um bom lugar...” pensei, olhando para um pequeno parque cheio de árvores.

Corri até lá e preparei minha barraca, sorte que desde que sai de casa, nada mais pegou fogo na minha frente.

-Boa noite, Ekyparatto. – murmurei tentando dormir.

Mas não consegui, estava muito elétrico, acho que bebi muito refrigerante.
Sai da barraca e dei uma volta por aí... Então ao longe, vi uma pessoa. Será que era um viajante como eu?
Subi em uma árvore e observei. Tirei meus óculos de visão-noturna da mochila e comecei a olhar a pessoa. Logo descobri que era uma menina, que aparentava ter 10 anos. Será que estava perdida?
Continuei a olhar, e percebi que ela estava com uma espada de brinquedo na mão, fazendo golpes dignos de um espadachim.

-O que será que ela está fazendo? – falei baixinho. – Acho que eu devia ir lá ver, ela não deve ser perigosa. É tão pequena...

Devagar e com o maior silêncio, desci da árvore e comecei a andar devagar até a garota, quando cheguei no local onde estava, notei que ela havia largado a espada no chão, e que começou a andar para o norte, devia estar voltando pra casa...

-Ei... – chamei sem querer.

Ela se virou e começou a voltar devagar, me escondi num arbusto, e esperei.
“Droga, assim eu vou assustá-la!” pensei.

-Quem está aí? – ela perguntou, pegando a espada de plástico que estava no chão – DIGA!

Tomei coragem e sai do arbusto, notei que quando ela me viu, ela atirou a espada com toda a força contra a minha barriga.
Murmurei de dor e peguei a espada.

-Quem é você? – ela perguntou.

-Eu sou Selion, sou novo por aqui, obrigado pelas boas-vindas...

-D-Desculpe... Eu estava só me desfazendo da minha velha espada... – ela disse triste.

-Como assim? – perguntei pegando a espada e a olhando.

-As pessoas, acham que eu sou muito criancinha, só por ainda brincar com espadas... – ela confessou – E quase esqueci, meu nome é Sakura.

-Quem liga para o que as pessoas dizem?

-Eu! – ela falou começando a andar.

-Onde você vai?

-Pra casa, já são 8 horas, não quero perder o jantar. E você? Porque não vai pra casa?

-Porque eu não tenho... Eu durmo em uma barraca. Eu sou um viajante.

-Será que você quer jantar comigo e com a minha família?

-Claro. Meu estoque de alimentos está começando a acabar. Deixa só eu pegar minhas coisas...

-Eu ajudo!

...

5 minutos depois, eu estava na frente da casa de Sakura.

-E então? O que acha? – ela perguntou.

-É uma casa bem bonita. Tenho que admitir.

A casa dela era rosa-clara, e no andar de cima,tinha a pintura de uma flor, devia ser o quarto de Sakura. A casa tinha só dois andares, e eu conseguia enxergar quatro janelas. E no andar de cima uma porta-janela.

-Deixe-me só perguntar se você poder vir... Já volto.

-Eu espero...

Eu ouvi falas lá dentro, e depois uma senhora abriu a porta de entrada, ela usava um avental de cozinha bege, e por baixo um vestido rosa.

-Você deve ser o amigo da Sakura, seja bem-vindo. – ela falou com um sorriso.

Eu entrei, e na luz, pude ver como Sakura era, ela tinha cabelos ruivos, meio cor de rosa, e usava uma camisa de mangas compridas comum branca e uma calça rosa.

-Seja bem-vindo, Selion. – Sakura disse sorrindo.

-Obrigado... – falei tímido.

-É dificil a Sakura trazer algum amigo aqui em casa... – a mãe dela murmurou. – Meu nome é Rita, mas me chame de “Mãe da Sakura” se quiser.

...

Alguns minutos depois estávamos todos sentados na mesa, jantando, com Sakura conversando com sua mãe e comigo comendo quieto.
Então me lembrei da espada de Sakura, eu a peguei e a devolvi dizendo:

-Acho que você se esqueceu disso.

-Minha espada... – ela falou suspirando. – Não importa onde eu vá, ela sempre me segue...

O que ela queria dizer com isso?

-Dê para mim Selion, irei quardá-la. – a dona Rita falou.

Dei a espada e continuei a comer em silêncio, fazia tempo que eu não comia comida caseira...

                                                            ...

Depois do jantar, Sakura insistiu mil vezes para eu ver o quarto dela, então não deu pra ir embora quieto.
Subi as escadas, e abri a porta, percebi que na parede do quarto, havia um enorme desenho de uma espada medieval na parede.

-Você que fez? – perguntei.

-Aham, acontece que por algum motivo, só tenho espadas na minha mente.

-Talvez você seja espadachim e não saiba. – falei rindo.

-Hummm... Talvez... – ela falou lentamente, e depois deu uma gargalhada.

-Vou indo, tchau Sakura. – falei indo até a porta.

-Tchau. – ela falou sorrindo.

Saí da casa e fui até o parque de novo, eu estava cansado, e o ar soltava uma breve brisa fria.

-Hoje a noite está linda... – falei sozinho.

-Verdade... – ouvi uma voz meio digitalizada falar.

-QUEM DISSE ISSO!? – gritei tenso, e virando para todos os lados. – Calma Selion, deve ser só sua imaginação de novo.

Depois disso fui dormir, e tive um sonho estranho, eu estava brincando com cinco bolas de pelo, com olhos e bocas, uma verde, que estava voando, outra branca, que estava soprando gelo, outra preta, que estava pegando fogo, literalmente, uma azul, que estava pulando sem parar, e uma vermelha, que estava com um capacete. Todas estavam brincando, e eu estava as observando, de repente, senti um calafrio, e acordei com um pulo.
Sentia que alguém estava me observando, olhei pela barraca e vi que estava de manhã.

-Olá? – falei saindo da barraca.

Olhei para as árvores, e vi uma sombra lá! Tinha alguém me olhando, fingi não ter o visto, então vi que as folhas se mexiam, primeiro na árvore onde estava a sombra, e depois o movimento passou para a outra a esquerda.

-Pode sair! Eu já o vi.

A sombra se manteve quieta.

-Não seja infantil... – murmurei.

De repente, as folhas começaram a cair, e vi um raio de luz começar a vir até mim, com um movimento rápido, pulei na barraca e esperei. Nada aconteceu.

-Muito bem... – uma voz feminina falou.

Sai da barraca outra vez e fui ver o que era.

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