As Pedras de Elementra
Selion
1. O início.
-Então
essa é a próxima cidade? – falei observando o horizonte.
Meu nome é
Selion, e eu sou meio que um viajante, eu viajo de cidade em cidade, sem
objetivo. Meus pais, me fizeram sair de casa quando fiz 18 anos... Acontece que
de noite, meu quarto pegava fogo, não sei porque, mas eu nunca me machuquei nem
nada, era como se, ele não pudesse me tocar.
Eu tenho
olhos castanhos e cabelo preto meio esverdeado. Meus pais sempre diziam que eu
era “diferente” das outras pessoas... Mas, nunca disseram o porque. Vivo me
perguntando até hoje.
Eu
geralmente uso uma camisa com o desenho de um dragão, que meus pais chamavam de
Ushiro, o dragão da sorte, um casaco preto e uma calça jeans azul. Meus pais
sempre diziam que eu era bonito, eu até concordava com eles, mas eu notei que
meu canino direito é maior que os outros dentes, não é tanto, mas é maior. Eu
sou magro e só um pouco forte, minha inteligência é média.
-Melhor eu
apressar o passo, está começando a escurecer... – falei olhando para meu
relógio. – Hey, o que é isso? – falei me abaixando para pegar uma pequena pedra
brilhante.
Ela não
parava de brilhar, e no fundo dela, tinha um símbolo de duas asas de anjo.
-Parece
que essa cidade têm alguns tesouros por aí... Demais! – falei levantando as
mãos.
Guardei a
pedra e continuei a andar.
...
Passei por
uma placa que dizia: “Você está entrando em EKYPARATTO”.
-Nome
estranho... – falei confuso. – Se bem que ontem eu estava numa cidade chamada
Guanolacaha... Ekyparatto não parece tão estranho assim.
“Onde vou
dormir?” Pensei...
“Ali
parece um bom lugar...” pensei, olhando para um pequeno parque cheio de
árvores.
Corri até
lá e preparei minha barraca, sorte que desde que sai de casa, nada mais pegou
fogo na minha frente.
-Boa
noite, Ekyparatto. – murmurei tentando dormir.
Mas não
consegui, estava muito elétrico, acho que bebi muito refrigerante.
Sai da
barraca e dei uma volta por aí... Então ao longe, vi uma pessoa. Será que era
um viajante como eu?
Subi em
uma árvore e observei. Tirei meus óculos de visão-noturna da mochila e comecei
a olhar a pessoa. Logo descobri que era uma menina, que aparentava ter 10 anos.
Será que estava perdida?
Continuei
a olhar, e percebi que ela estava com uma espada de brinquedo na mão, fazendo
golpes dignos de um espadachim.
-O que
será que ela está fazendo? – falei baixinho. – Acho que eu devia ir lá ver, ela
não deve ser perigosa. É tão pequena...
Devagar e
com o maior silêncio, desci da árvore e comecei a andar devagar até a garota,
quando cheguei no local onde estava, notei que ela havia largado a espada no
chão, e que começou a andar para o norte, devia estar voltando pra casa...
-Ei... –
chamei sem querer.
Ela se
virou e começou a voltar devagar, me escondi num arbusto, e esperei.
“Droga,
assim eu vou assustá-la!” pensei.
-Quem está
aí? – ela perguntou, pegando a espada de plástico que estava no chão – DIGA!
Tomei
coragem e sai do arbusto, notei que quando ela me viu, ela atirou a espada com
toda a força contra a minha barriga.
Murmurei
de dor e peguei a espada.
-Quem é
você? – ela perguntou.
-Eu sou
Selion, sou novo por aqui, obrigado pelas boas-vindas...
-D-Desculpe...
Eu estava só me desfazendo da minha velha espada... – ela disse triste.
-Como
assim? – perguntei pegando a espada e a olhando.
-As
pessoas, acham que eu sou muito criancinha, só por ainda brincar com espadas... –
ela confessou – E quase esqueci, meu nome é Sakura.
-Quem liga
para o que as pessoas dizem?
-Eu! – ela
falou começando a andar.
-Onde você
vai?
-Pra casa,
já são 8 horas, não quero perder o jantar. E você? Porque não vai pra casa?
-Porque eu
não tenho... Eu durmo em uma barraca. Eu sou um viajante.
-Será que
você quer jantar comigo e com a minha família?
-Claro.
Meu estoque de alimentos está começando a acabar. Deixa só eu pegar minhas
coisas...
-Eu ajudo!
...
5 minutos
depois, eu estava na frente da casa de Sakura.
-E então?
O que acha? – ela perguntou.
-É uma
casa bem bonita. Tenho que admitir.
A casa
dela era rosa-clara, e no andar de cima,tinha a pintura de uma flor, devia ser
o quarto de Sakura. A casa tinha só dois andares, e eu conseguia enxergar
quatro janelas. E no andar de cima uma porta-janela.
-Deixe-me
só perguntar se você poder vir... Já volto.
-Eu
espero...
Eu ouvi
falas lá dentro, e depois uma senhora abriu a porta de entrada, ela usava um
avental de cozinha bege, e por baixo um vestido rosa.
-Você deve
ser o amigo da Sakura, seja bem-vindo. – ela falou com um sorriso.
Eu entrei,
e na luz, pude ver como Sakura era, ela tinha cabelos ruivos, meio cor de rosa,
e usava uma camisa de mangas compridas comum branca e uma calça rosa.
-Seja
bem-vindo, Selion. – Sakura disse sorrindo.
-Obrigado...
– falei tímido.
-É dificil
a Sakura trazer algum amigo aqui em casa... – a mãe dela murmurou. – Meu nome é
Rita, mas me chame de “Mãe da Sakura” se quiser.
...
Alguns
minutos depois estávamos todos sentados na mesa, jantando, com Sakura
conversando com sua mãe e comigo comendo quieto.
Então me
lembrei da espada de Sakura, eu a peguei e a devolvi dizendo:
-Acho que
você se esqueceu disso.
-Minha
espada... – ela falou suspirando. – Não importa onde eu vá, ela sempre me
segue...
O que ela
queria dizer com isso?
-Dê para
mim Selion, irei quardá-la. – a dona Rita falou.
Dei a
espada e continuei a comer em silêncio, fazia tempo que eu não comia comida
caseira...
...
Depois do
jantar, Sakura insistiu mil vezes para eu ver o quarto dela, então não deu pra
ir embora quieto.
Subi as
escadas, e abri a porta, percebi que na parede do quarto, havia um enorme
desenho de uma espada medieval na parede.
-Você que
fez? – perguntei.
-Aham,
acontece que por algum motivo, só tenho espadas na minha mente.
-Talvez
você seja espadachim e não saiba. – falei rindo.
-Hummm...
Talvez... – ela falou lentamente, e depois deu uma gargalhada.
-Vou indo,
tchau Sakura. – falei indo até a porta.
-Tchau. –
ela falou sorrindo.
Saí da
casa e fui até o parque de novo, eu estava cansado, e o ar soltava uma breve
brisa fria.
-Hoje a
noite está linda... – falei sozinho.
-Verdade...
– ouvi uma voz meio digitalizada falar.
-QUEM
DISSE ISSO!? – gritei tenso, e virando para todos os lados. – Calma Selion,
deve ser só sua imaginação de novo.
Depois
disso fui dormir, e tive um sonho estranho, eu estava brincando com cinco bolas
de pelo, com olhos e bocas, uma verde, que estava voando, outra branca, que
estava soprando gelo, outra preta, que estava pegando fogo, literalmente, uma
azul, que estava pulando sem parar, e uma vermelha, que estava com um capacete.
Todas estavam brincando, e eu estava as observando, de repente, senti um
calafrio, e acordei com um pulo.
Sentia que
alguém estava me observando, olhei pela barraca e vi que estava de manhã.
-Olá? –
falei saindo da barraca.
Olhei para
as árvores, e vi uma sombra lá! Tinha alguém me olhando, fingi não ter o visto,
então vi que as folhas se mexiam, primeiro na árvore onde estava a sombra, e
depois o movimento passou para a outra a esquerda.
-Pode
sair! Eu já o vi.
A sombra
se manteve quieta.
-Não seja
infantil... – murmurei.
De
repente, as folhas começaram a cair, e vi um raio de luz começar a vir até mim,
com um movimento rápido, pulei na barraca e esperei. Nada aconteceu.
-Muito
bem... – uma voz feminina falou.
Sai da barraca outra
vez e fui ver o que era.
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