quinta-feira, 14 de junho de 2012

As pedras de Elementra. Capítulo 13.


                          Selion 



            13.Através do cristal.



Eu, Selion, estava petrificado... Envolvido pelo cristal mágico. Meu subconsiente junto com a magia do cristal negro, criou uma pequena cela de cristal, sem porta, nem janela. E era lá que eu ficaria até alguém vir me salvar. Eu sei que Kathryn achara um jeito de me tirar daqui! Se ela não conseguir, Melody ou Sakura consiguiram. Eu espero.

-Grandark... Quando eu sair daqui, é melhor se mudar pra Marte! – resmunguei.

Eu estava entediado. Tudo que eu tinha era: uma cama e uma pequena bolinha (que eu consegui perder de algum jeito). Olhei fixamente para a borda das paredes e esfreguei os olhos. Pensei ter visto uma sombra se mexer. Olhei mais, eu não tinha me enganado! As paredes começaram a ficar negras, e então foram desintegradas.
Eu conseguia ver uma saída! Será que me libertaram?
Saí correndo da pequena cela de cristal, pela fresta que se formou. Notei que eu não estava livre. Eu me via numa floresta fechada. Havia árvores cercando todo o lugar. Só havia uma trilha por onde eu pudesse atravessar.
Comecei a andar. Comecei a ver árvores estranhas... Algumas prateadas, outras douradas... Eu não estava na Terra. Com certeza não!

-TÊM ALGUÉM AÍ? – gritei por socorro.

Ouvi folhas se mexerem.

-Ferrou! – gritei começando a correr.

Acho que não foi uma boa ideia pedir ajuda. Corri mais rápido. Lembrei que eu era dragão. Tentei me transformar, mas continuei humano.
“Mais essa agora?” pensei decepcionado. Notei que as árvores começaram a ficar mais altas. Continuei a correr sem me importar, até encontrar um beco sem saída! As árvores formaram um paredão. Não havia como eu continuar. O jeito era esperar e ver o que estava me seguindo!
As folhas continuavam a fazer barulho. Seja lá o que me seguia... Era rápido! E eu já, já ia descobrir o que, ou quem, era.
O vento soprava com tudo na minha cara. Começou a escurecer. E eu já podia enxergar o que era. Era um garoto, de aproximadamente... seis anos! Olhei para mim. Eu estava menor! Eu não havia parado antes para notar, mas eu tinha me tornado uma criança. Será que era tudo uma memória da minha infância?
A pessoa começou a se aproximar de mim.

-TE ACHEI SELION! – ele gritou, apontando o dedo para mim.

Ele tinha um cabelo branco, com partes azuis. Seu cabelo tapava um pouco de um dos olhos. Ele tinha olhos castanhos fracos, e usava uma camisa marrom com a imagem de um símbolo ninja nela, e um short azul escuro.

-Quem é você? – falei preocupado.

-EU SOU SEU PAI! – ele falou com voz de Darth Vader.

-O quê? – eu falei acreditando.

-Mentira,mano! Não vê que sou eu? Seu irmão Félix. – ele lembrou.

-Nunca te vi! – reclamei.

-Para de brincadeira! Vamos, papai está esperando! – ele garantiu.

S-será que eu estava em Felixia? E agora vou ver meus verdadeiros pais? Eu estava louco para saber quem era meu verdadeiro pai.

-Vamos! – falei começando a correr.

-Pra onde vai? – Félix perguntou.

-É o único caminho que tem ué! – briguei.

-Pra um plebeu sim, mas para nós não – ele comentou.

“Quase esqueci meus poderes” pensei, “Mas eles não funcionaram antes...”

-Não consigo virar dragão! – falei triste.

-O quê? – ele perguntou surpreso. – Do que você ta falando? O que é um dragão?

“Os felixianos não sabem o que são dragões? Mas como eu posso me transformar em um?” pensei.
Olhei para Félix, e vi ele jogar uma bala para mim. Eu a peguei.

-Come logo! Vamos nos atrasar! – ele me apressou.

Comi a bala e senti meu corpo ficar leve. Pulei para ver o que acontecia: eu conseguira dar um pulo e ir mais alto do que aquele monte de árvores.
Meu suposto irmão comeu também, e foi pulando além das árvores. Eu o segui. Eu conseguia ter uma maravilhosa vista. A floresta que era meio sombria, estava rodeada de belas flores. Mais ao norte, eu via... PEDAÇOS DE NUVEM? Eu estava numa nuvem flutuante?
Me distraí tanto com a majestosa vista, que acabei me perdendo do meu irmão.

-Félix?! – gritei, esperando sua resposta.

Não recebi nada. Eu estava com medo, e se tivesse algum motivo para eu ter vindo para dentro da floresta?
Um amontoado de pensamentos que rodeava minha mente me fez perder a concentração e acabei caindo em um pequeno lago. E bota pequeno nisso! Só cabia uma pessoa lá dentro, mas em compensação, ele era fundo. Nadei para cima e respirando com dificuldade, saí do pequeno buraco de água. E olhei para ele, a água era de cor roxo escuro. Ao me levantar, senti uma breve tontura e então, por algum motivo estranho, eu cai de bruços no chão, sem me mover. Sem a minha vontade, meus olhos se fecharam e lá fiquei por alguns segundos. Eu tentava me mover, mas não conseguia. Desisti, e segundos depois, tinha o controle de meu corpo de volta.
Me levantei rapidamente, e comecei a correr. Por sorte, havia uma trilha reta, que dava a saída. Já que a bala que Félix tinha me dado, tinha perdido o efeito.
Corri para fora. Notei que minha sombra estava fraca. Olhei para os lados e não vi o sol, só uma enorme torre com uma luz ofuscante em cima.
Algo me dizia que era lá que eu tinha que ir. Continuei a andar ainda ensopado por causa daquele buraco d’água. Enquanto andava, esperava me secar logo. Mas ia demorar um pouquinho.
Ia tudo bem, eu estava quase na porta, quando tudo começou a se distorcer.

-NÃO! – gritei.

Queria muito saber sobre meus pais! Mas se eu saísse dali... Não seria possível. Comecei a correr, mas era tarde. Eu estava triste, era minha única chance de conseguir respostas. Mas nada foi em vão! Descobri que tenho um irmão. Parece que sou de alguma espécie de realeza e... Eu morava num lugar, em cima de uma nuvem.
Fechei os olhos.
Quando os abri. Me vi em uma espécie de templo. Meu irmão não estava lá. Eu estava sozinho.
De repente, ouvi gritos e pessoas estranhas começaram a correr, segurando armas. Eu estava sentado, olhando a cena. E em um lugar alto, mais a frente, vi uma espécie de luva gigante com um olho no meio, e estava rodeada de uma substância brilhosa.
De repente, tudo começou a quebrar. Parece que estava começando a desaparecer de novo. Dessa vez ouvi uma voz, antes de tudo quebrar. Parecia algo como... “Acorde! Por favor.”.
Fechei os olhos, e quando os abri, vi Kathryn, e dois estranhos, me olhando aliviados.

-SELION! – Kathryn gritou.

Ela me abraçou e depois um dos garotos que estavam com ela, se apresentou. Seu nome era Misake. E o outro ela disse que se chamava Éolo.

-Selion que bom que acordou! – Kathryn falou emocionada.

-Você não sabe o que nós passamos! Ah, e aqui estão seus bichinhos – Misake falou, mostrando Snowy e Ken.

Os dois pularam em cima de mim e começaram a me lamber.

-Calma, Pufis! Eu estou bem – disse rindo.

-Como foi lá? Esperou muito? Conseguia ver ou ouvir algo? – Kathryn me encheu de perguntas.

-Mais ou menos. Eu descobri... Que tenho um irmão! E também que eu sou de alguma espécie de realeza. Eu quase descobri meus pais! Mas não cheguei a tempo – falei triste.

-Olha o lado bom! Podemos procurar seu irmão! – Éolo me animou.

-Cadê Richard e Melody? – perguntei.

-Procurando Grandark – Misake explicou. – Recebi uma mensagem de Blanorcana. Melody entrou no QG (quartel general) de Grandark e não deixou ninguém mais ir!

-Eu estou preocupada. Temos que pegar Sakura e Snape, e ir atrás dela! – Kathryn ordenou.

-Não. Vamos ficar aqui – sugeri.

-Por quê? – Éolo perguntou desconfiado.

-Tenho umas coisinhas para fazer... – falei.

Sakura entrou no quarto surpresa.

-Selion? VOCÊ ACORDOU? – ela falou contente.

-Claro. Kathryn achou a pedra! – comemorei.

-Tenho uma surpresa para você! – ela falou pegando algo na cozinha e depois voltando. – Pelo tempo que ficou fora, deve ter ficado com fome, fiz alguns cookies para todos. Mas já vou avisando, eu tirei a receita de uma caixa de cereal – ela completou.

-OBA! – todos falamos.

                                                                                      ...

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