sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

As Pedras de Elementra. Parte 2. Capítulo 5.

   

 

 5.Viagem ao Havaí.

  

-Bem-vinda a sua nova casa, Olive. – sorri.
-Uau! Que casa grande! – ela comemorou emocionada.

-Também, com tanta gente que mora aqui... Tem de ser grande mesmo. – Kathryn murmurou.

O mau-humor dela vai passar... Certo?

-Pode ir entrando, Richard vai achar um quarto pra você. – Melody convidou.

Olive foi correndo em direção da porta de entrada.
Nós fomos logo atrás dela. Entramos pela porta de entrada, e fomos até a cozinha. Blanorcana estava tomando algo que aparentava ser um chá.

-VOLTAMOS! – Melody gritou “para a casa”.

-Como foram? – Blanorcana perguntou.

Kathryn colocou a pedra da terra na mesa.
Blanorcana a analisou, e a colocou na mesa de novo.

-Legal... – ela voltou a tomar o chá.

-E então, alguma notícia? Avisos de outras Grand Elementras...? – Kathryn perguntou.

Blanorcana fez sinal para o corredor.

-Eu não sei responder, mas Misake ou Richard sim.

Kathryn andou até o corredor e entrou em uma porta.
Polar foi guiando Magna pelo corredor e entraram em uma outra porta.
Logo depois, Richard apareceu com Olive.

-Oi Richard. – Melody cumprimentou.

-Olá Melody e Selion. Conseguiram a pedra? – Richard se aproximou.

Apontei para a pedra em cima da mesa.

-Ótimo, vou guardá-la. – Richard pegou a pedra. – E você, Olive, pode ter aquele quarto ali. - Richard apontou para uma porta no fundo do corredor.

Olive correu até lá.
Snowy apareceu saltitando.

-Oi Snowy. – sorri.

Ele se aproximou, e fez uma cara tristonha.

-Deve estar com fome. – Blanorcana sugeriu. – Eu não sabia que era para alimentar os mascotes... E Richard e os outros passaram saindo...

-Está com fome então? – olhei para Snowy.

Ele fez que sim com a cabeça, e logo depois seu estômago roncou. Fui até um armário e antes de abri-lo, lembrei de uma coisa.

-O quê você gosta de comer exatamente, Snowy? – perguntei para ele.

Ele foi pulando até a geladeira, e fez um gesto com a cabeça para abri-la. Fui até a geladeira e a abri. Snowy olhava fascinado para os cupcakes guardados na geladeira.

-Têm certeza que eu posso te dar isso? – estranhei.

Snowy fez que sim com a cabeça.
Não hesitei, peguei um cupcake e dei para ele comer. Ele o comeu rapidamente, e abriu a boca pedindo mais. Peguei mais uns 3 cupcakes, coloquei no chão para ele, e fechei a geladeira.

-Seja feliz com seus cupcakes.

Kathryn voltou com uma cara preocupada.

-Nenhuma notícia da Grand Destruction... – ele falava consigo mesma.

Ela estava com um pergaminho em sua mão.

-O quê é isso, Kathryn? – Blanorcana perguntou.

-Um mapa. Amanhã vou atrás da próxima pedra. – Kathryn respondeu.

-Amanhã? Ótimo! Vou poder dormir um pouco! – comemorei.

Kathryn ia falar algo, mas desistiu.

-Qual vai ser nosso próximo local? – Melody perguntou.

-Não vou dizer, vocês dois não vão dessa vez. – Kathryn retrucou.

Polar apareceu atrás dela e viu o mapa.

-Legal, vocês vão pro Havaí? – ele perguntou.

-POLAR! – Kathryn reclamou.

Ele deu de ombros.

-Quanto stress... – Polar resmungou e então flutuou até a sala.


                                                     ...

Eram umas 9 horas da manhã, o sol já estava no céu, e o dia estava quente. Tomávamos nosso café-da-manhã, prontos para nossa próxima missão, em busca de nossa próxima pedra.
Eu tomava um copo de suco e comia uma espécie de torrada especial, que Magna havia feito.
Kathryn comia com uma cara preocupada. Devia estar angustiada, por falta de informações sobre a Grand Destruction.
Nós comemos rapidamente. Eu fui o primeiro a me levantar da mesa.
Coloquei meu copo, agora vazio, na pia da cozinha. Richard apareceu.

-Eu quero ir com vocês. – Richard pediu.

Kathryn negou com a cabeça.

-Nós já temos gente demais nessa missão. Você não... – Kathryn começou a falar, mas foi interrompida por Melody.

-Pode ir no meu lugar, eu confio em você Richard. E além do mais, tenho que fazer umas coisas importantes... Até mais. – Melody saiu andando.

“O quê será que ela quis dizer com ‘coisas importante’?”

-Para onde estão indo mesmo? – Magna perguntou, se desfazendo dos restos de comida.

-Parque Nacional de Vulcões do Havaí, Estados Unidos. – Kathryn explicou.

-Legal, vai ser uma viagem bem exótica. – Magna alegrou. – A, e eu cuido de Olive, não se preocupem.

Richard, Kathryn e eu saímos da casa. Me transformei e comecei a voar perto do chão.

-Para que lado nós vamos? – perguntei.

-Só me siga. – Kathryn saiu voando.

Richard criou um pequeno tornado ao redor de si, com seu leque, e saiu flutuando rapidamente, perto do chão. Comecei a voar atrás das duas.
Eu já havia ido ao Havaí antes, mas jamais tinha chegado perto de algum vulcão. Lembro que fui para lá em uma viagem com meus pais, quando eu era menor. Embora eu quisesse, eles não deixavam eu me aproximar dos vulcões, diziam que coisas ruins podiam acontecer.
Agora que sei sobre isso de ser dragão, eu me pergunta, será que era por causa disso? Eu ser um dragão podia afetar em algo, se eu chegasse perto de um vulcão? Eu logo, logo descobrirei.


                                                       ...


-Finalmente chegamos! – comemorei e então caí na areia.

Minhas asas estavam cansadas. Passamos quase um dia viajando para o Havaí.

-Levanta, Selion. Ainda não chegamos, temos que chegar até o Parque dos Vulcões. – Richard exclamou.

-Não podemos descansar um pouco? – pedi. – Passamos o dia todo voando, claro, vocês podem não ter se cansado. – apontei pra Richard. – Você tava planando em um tornado!

-Você acha que não cansa mantê-lo? – Richard reclamou.

-Não vamos começar a brigar. – Kathryn pediu. – Vamos andar até o Parque dos Vulcões, ele é bem perto dessa praia, e lá deve ter um hotel, ou algo para podermos descansar. Está bem?

Disse que sim com a cabeça. Richard também. Me levantei e segui Kathryn.
Não muito depois, vi uma placa vermelha onde estava escrito:                     

               Parque Nacional de Vulcões


-Viu? Chegamos. Eu disse que era perto. – Kathryn sorriu.

Passamos pela placa. Caminhamos pro uma trilha, cheia de árvores, e aos poucos elas foram diminuindo. E chegou a um ponto, que chegamos em um local com o chão coberto por rochas.
Vulcões se erguiam logo a nossa frente. Era incrível.
O chão rochoso era bem sólido. Não haviam mais árvores ao redor.
O lugar era quente, e nuvens cinzentas cobriam o céu, embora não estivesse chovendo, ou pelo menos não foi previsto que choveria.
-Você parece estar gostando deste lugar, não é Selion? – Kathryn perguntou.

-Sim! Eu nunca pude chegar perto de vulcões antes... – respondi.

-Como assim? Você é um dragão, é impossível nunca ter ido até um vulcão, é meio que sua casa. – Richard exclamou surpresa.

-Eu só tive uma oportunidade de ir até um vulcão antes... Quando eu era pequeno, com meus pais, nós fomos até esta ilha, mas eles me mantinham longe destes vulcões, diziam que era perigoso... – expliquei.

-Claro, sendo dragão como é ao chegar perto de um vulcão você pode ser dominado por seu lado dragão. – Kathryn explicou.

Isso explica o motivo de meus pais terem me afastado dos vulcões...
“Mas espera um minuto! Se eles me mantinham afastado dos vulcões, é porque sabiam sobre eu ser um dragão! Mas... Como? Será que eles sabiam sobre isso, mas não quiseram me contar...?” perguntas surgiram em minha mente.

-É este aqui. – Kathryn apontou para um enorme vulcão.

Interrompi meus pensamentos e olhei para o grande vulcão.

-Este é o vulcão mais ativo do Havaí. Seu nome é Kilauea. – Richard comentou.

-Ótimo, agora só temos que procurar a pedra. – Kathryn começou a flutuar lentamente, procurando a pedra pelo vulcão.

Abri minhas asas, e voei até o topo do vulcão. Richard gritou alguma coisa, mas não prestei atenção, por algum motivo eu queria muito ver aquele vulcão de perto.
Pousei na borda do vulcão e olhei para baixo. A lava quente borbulhava, e se mexia de um modo que deixava parecer que iria entrar em erupção a qualquer momento. Eu devia ter medo daquilo? Eu devia temer que o vulcão entrasse em erupção?
Eu não sei.
Me transformei em dragão sem nem perceber. Quando vi, estava com garras e com o corpo coberto de escamas.
“O quê eu estou prestes a fazer?” eu me perguntei.

Se deixando levar por seu lado dragão...

Uma voz ecoou pela minha mente de novo.

-Quem é que disse isso?! – perguntei em voz alta.

Silêncio... Eu só ouvia o som da lava fervendo. O ar quente que a lava exalava me atingia, mas para mim, aquilo soava como uma brisa fresca.

-Eu estou perdendo o foco... – sacudi a cabeça. – Tenho que procurar a pedra!

Tentei me afastar mas algo me fez parar. Vozes. Eu estava ouvindo vozes, e não era de Kathryn, nem de Richard.
Andei com cuidado pela borda do vulcão, e vi que havia duas pessoas escalando a parede. Uma delas escalava com uma velocidade incrível, usando somente as mãos, e a outra pessoa
corria como uma flecha, praticamente ignorando a gravidade.
Eu conseguia reconhecer a segunda pessoa, era Lief.
Parece que ele fez um amigo novo.
Desci o vulcão e fui avisar Kathryn e Richard.

-Richard! Kathryn! – chamei.

Elas estavam procurando pelo chão ao redor do vulcão.

-Uma máquina para achar as pedras seria bem útil... – Richard murmurou.

Me aproximei delas.

-PESSOAL! – chamei de novo.

-Sim, Selion? – Kathryn perguntou.

-Temos companhia! Lief e um amigo novo! – expliquei.
-Essa não... A Grand Destruction está aqui! – Kathryn ficou surpresa. – O quê vamos fazer?

-Onde eles estão? – Richard perguntou.

-Escalando o outro lado do vulcão, não vai demorar para chegarem ao topo. – expliquei.

-Vamos acabar com eles então. – Richard respondeu.

Peguei meu arco e flecha e mirei para cima do vulcão.

-Vamos!

-Tive uma idéia. Ataquem eles de frente, está bem? – Kathryn contornou o vulcão correndo e desapareceu de vista.

-Você a ouviu. – Richard usou seu leque e fez um pequeno tornado, e então começou a subir o vulcão com ele.

Voei para cima, mas no meio do caminho reparei que tínhamos perdido o elemento surpresa.
Lief.
Ele estava no topo do vulcão, observando eu e Richard subindo.
Lief pegou sua espada e a mesma pegou fogo.

-A quanto tempo, Selion e Richard.

Richard chegou ao topo do vulcão. Cheguei logo depois.
A pessoa que vi escalando com as garras estava atrás de Lief.

-Quem é seu novo amigo? – perguntei.

-Vocês não foram devidamente apresentados. – Lief riu. – Isso já, já irá mudar.

Garras cresceram nas mãos de nosso novo inimigo. Agora eu podia vê-lo mais nitidamente, tinha longos cabelos loiros, que pareciam que nunca foram cortados, ele vestia uma armadura com marcas de cortes de espada e afins. Tinha olhos vermelhos, que estavam fixos em mim e Richard.
Lief ergueu sua espada e cortou o ar, mandando fogo contra mim. Simplesmente não me afetou pelo fato de escamas de dragão resistirem ao calor.

-Bela tentativa, esqueceu que fogo não me afeta? – ri de Lief.

-O objetivo não era te acertar. – Lief explicou.

Vi que o “amigo” de Lief começava a me encarar com uma cara ameaçadora. Ele correu até mim e me atacou com suas garras. Ele era extremamente rápido. Desviei e lancei uma bola de fogo contra ele. Ele a repeliu com suas garras.

-Olha só... Depois de tanto treinamento, fogo também não o afeta, que coisa não? – Lief deu um sorriso ameaçador.

Esquivei dos golpes e atirei uma flecha contra o inimigo que tentava me fatiar com suas garras.
A flecha cravou em sua armadura. Ele simplesmente a tirou e a jogou contra mim.
Richard correu até Lief e o atacou com vento.
Lief esquivou, e tentou acertar Richard com sua espada em chamas. Não teve efeito. Richard esquivou também, e o acertou em cheio com uma esfera de luz. Ele quase caiu do vulcão.
“Kathryn, cadê você!?” eu me perguntei por pensamento, enquanto lutava.
Peguei o braço de meu oponente, o torci e o joguei contra o chão.
Ele simplesmente se levantou, e começou a rir loucamente. Aquilo era de certo modo assustador. O modo como ele não sentia, ou pelo menos não demonstrava, dano nenhum. O modo como ele atacava friamente com o único objetivo de me exterminar.
Ele parou de rir e voltou a atacar. Ele conseguiu acertar meu braço.
As garras dele estavam congeladas, extremamente frias. O quê causou mais dor do que deveria em mim.
Comecei a lutar contra ele. Meu corpo pegou fogo sem nem eu perceber. Ele não parava de me golpear com suas garras afiadas.


-Esse é um inimigo que você não consegue vencer, não é Selion? – Lief riu convencido enquanto tentava acertar Richard com sua espada.

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