5.Viagem ao Havaí.
-Bem-vinda a sua nova
casa, Olive. – sorri.
-Uau! Que casa grande! –
ela comemorou emocionada.
-Também, com tanta gente
que mora aqui... Tem de ser grande mesmo. – Kathryn murmurou.
O mau-humor dela vai
passar... Certo?
-Pode ir entrando,
Richard vai achar um quarto pra você. – Melody convidou.
Olive foi correndo em
direção da porta de entrada.
Nós fomos logo atrás
dela. Entramos pela porta de entrada, e fomos até a cozinha. Blanorcana estava
tomando algo que aparentava ser um chá.
-VOLTAMOS! – Melody
gritou “para a casa”.
-Como foram? – Blanorcana
perguntou.
Kathryn colocou a pedra
da terra na mesa.
Blanorcana a analisou, e
a colocou na mesa de novo.
-Legal... – ela voltou a
tomar o chá.
-E então, alguma notícia?
Avisos de outras Grand Elementras...? – Kathryn perguntou.
Blanorcana fez sinal para
o corredor.
-Eu não sei responder,
mas Misake ou Richard sim.
Kathryn andou até o
corredor e entrou em uma porta.
Polar foi guiando Magna
pelo corredor e entraram em uma outra porta.
Logo depois, Richard
apareceu com Olive.
-Oi Richard. – Melody
cumprimentou.
-Olá Melody e Selion.
Conseguiram a pedra? – Richard se aproximou.
Apontei para a pedra em
cima da mesa.
-Ótimo, vou guardá-la. –
Richard pegou a pedra. – E você, Olive, pode ter aquele quarto ali. - Richard
apontou para uma porta no fundo do corredor.
Olive correu até lá.
Snowy apareceu
saltitando.
-Oi Snowy. – sorri.
Ele se aproximou, e fez
uma cara tristonha.
-Deve estar com fome. –
Blanorcana sugeriu. – Eu não sabia que era para alimentar os mascotes... E
Richard e os outros passaram saindo...
-Está com fome então? –
olhei para Snowy.
Ele fez que sim com a
cabeça, e logo depois seu estômago roncou. Fui até um armário e antes de abri-lo,
lembrei de uma coisa.
-O quê você gosta de
comer exatamente, Snowy? – perguntei para ele.
Ele foi pulando até a
geladeira, e fez um gesto com a cabeça para abri-la. Fui até a geladeira e a
abri. Snowy olhava fascinado para os cupcakes guardados na geladeira.
-Têm certeza que eu posso
te dar isso? – estranhei.
Snowy fez que sim com a
cabeça.
Não hesitei, peguei um
cupcake e dei para ele comer. Ele o comeu rapidamente, e abriu a boca pedindo
mais. Peguei mais uns 3 cupcakes, coloquei no chão para ele, e fechei a
geladeira.
-Seja feliz com seus
cupcakes.
Kathryn voltou com uma
cara preocupada.
-Nenhuma notícia da Grand
Destruction... – ele falava consigo mesma.
Ela estava com um
pergaminho em sua mão.
-O quê é isso, Kathryn? –
Blanorcana perguntou.
-Um mapa. Amanhã vou
atrás da próxima pedra. – Kathryn respondeu.
-Amanhã? Ótimo! Vou poder
dormir um pouco! – comemorei.
Kathryn ia falar algo,
mas desistiu.
-Qual vai ser nosso
próximo local? – Melody perguntou.
-Não vou dizer, vocês
dois não vão dessa vez. – Kathryn retrucou.
Polar apareceu atrás dela
e viu o mapa.
-Legal, vocês vão pro
Havaí? – ele perguntou.
-POLAR! – Kathryn
reclamou.
Ele deu de ombros.
-Quanto stress... – Polar
resmungou e então flutuou até a sala.
...
Eram umas 9 horas da
manhã, o sol já estava no céu, e o dia estava quente. Tomávamos nosso
café-da-manhã, prontos para nossa próxima missão, em busca de nossa próxima
pedra.
Eu tomava um copo de suco
e comia uma espécie de torrada especial, que Magna havia feito.
Kathryn comia com uma
cara preocupada. Devia estar angustiada, por falta de informações sobre a Grand
Destruction.
Nós comemos rapidamente.
Eu fui o primeiro a me levantar da mesa.
Coloquei meu copo, agora
vazio, na pia da cozinha. Richard apareceu.
-Eu quero ir com vocês. –
Richard pediu.
Kathryn negou com a
cabeça.
-Nós já temos gente
demais nessa missão. Você não... – Kathryn começou a falar, mas foi
interrompida por Melody.
-Pode ir no meu lugar, eu
confio em você Richard. E
além do mais, tenho que fazer umas coisas importantes... Até mais. – Melody
saiu andando.
“O quê será que ela quis
dizer com ‘coisas importante’?”
-Para onde estão indo
mesmo? – Magna perguntou, se desfazendo dos restos de comida.
-Parque Nacional de
Vulcões do Havaí, Estados Unidos. – Kathryn explicou.
-Legal, vai ser uma
viagem bem exótica. – Magna alegrou. – A, e eu cuido de Olive, não se
preocupem.
Richard, Kathryn e eu
saímos da casa. Me transformei e comecei a voar perto do chão.
-Para que lado nós vamos?
– perguntei.
-Só me siga. – Kathryn
saiu voando.
Richard criou um pequeno
tornado ao redor de si, com seu leque, e saiu flutuando rapidamente, perto do
chão. Comecei a voar atrás das duas.
Eu já havia ido ao Havaí
antes, mas jamais tinha chegado perto de algum vulcão. Lembro que fui para lá
em uma viagem com meus pais, quando eu era menor. Embora eu quisesse, eles não
deixavam eu me aproximar dos vulcões, diziam que coisas ruins podiam acontecer.
Agora que sei sobre isso
de ser dragão, eu me pergunta, será que era por causa disso? Eu ser um dragão
podia afetar em algo, se eu chegasse perto de um vulcão? Eu logo, logo
descobrirei.
...
-Finalmente chegamos! –
comemorei e então caí na areia.
Minhas asas estavam
cansadas. Passamos quase um dia viajando para o Havaí.
-Levanta, Selion. Ainda
não chegamos, temos que chegar até o Parque dos Vulcões. – Richard exclamou.
-Não podemos descansar um
pouco? – pedi. – Passamos o dia todo voando, claro, vocês podem não ter se
cansado. – apontei pra Richard. – Você tava planando em um tornado!
-Você acha que não cansa
mantê-lo? – Richard reclamou.
-Não vamos começar a
brigar. – Kathryn pediu. – Vamos andar até o Parque dos Vulcões, ele é bem
perto dessa praia, e lá deve ter um hotel, ou algo para podermos descansar.
Está bem?
Disse que sim com a
cabeça. Richard também. Me levantei e segui Kathryn.
Não
muito depois, vi uma placa vermelha onde estava escrito:
Parque
Nacional de Vulcões
-Viu? Chegamos. Eu disse
que era perto. – Kathryn sorriu.
Passamos pela placa.
Caminhamos pro uma trilha, cheia de árvores, e aos poucos elas foram
diminuindo. E chegou a um ponto, que chegamos em um local com o chão coberto
por rochas.
Vulcões se erguiam logo a
nossa frente. Era incrível.
O chão rochoso era bem
sólido. Não haviam mais árvores ao redor.
O lugar era quente, e
nuvens cinzentas cobriam o céu, embora não estivesse chovendo, ou pelo menos não
foi previsto que choveria.
-Você parece estar
gostando deste lugar, não é Selion? – Kathryn perguntou.
-Sim! Eu nunca pude
chegar perto de vulcões antes... – respondi.
-Como assim? Você é um
dragão, é impossível nunca ter ido até um vulcão, é meio que sua casa. –
Richard exclamou surpresa.
-Eu só tive uma
oportunidade de ir até um vulcão antes... Quando eu era pequeno, com meus pais,
nós fomos até esta ilha, mas eles me mantinham longe destes vulcões, diziam que
era perigoso... – expliquei.
-Claro, sendo dragão como
é ao chegar perto de um vulcão você pode ser dominado por seu lado dragão. –
Kathryn explicou.
Isso explica o motivo de
meus pais terem me afastado dos vulcões...
“Mas espera um minuto! Se
eles me mantinham afastado dos vulcões, é porque sabiam sobre eu ser um dragão!
Mas... Como? Será que eles sabiam sobre isso, mas não quiseram me contar...?”
perguntas surgiram em minha mente.
-É este aqui. – Kathryn
apontou para um enorme vulcão.
Interrompi meus
pensamentos e olhei para o grande vulcão.
-Este é o vulcão mais
ativo do Havaí. Seu nome é Kilauea. – Richard comentou.
-Ótimo, agora só temos
que procurar a pedra. – Kathryn começou a flutuar lentamente, procurando a
pedra pelo vulcão.
Abri minhas asas, e voei
até o topo do vulcão. Richard gritou alguma coisa, mas não prestei atenção, por
algum motivo eu queria muito ver aquele vulcão de perto.
Pousei na borda do vulcão
e olhei para baixo. A lava quente borbulhava, e se mexia de um modo que deixava
parecer que iria entrar em erupção a qualquer momento. Eu devia ter medo
daquilo? Eu devia temer que o vulcão entrasse em erupção?
Eu não sei.
Me transformei em dragão
sem nem perceber. Quando vi, estava com garras e com o corpo coberto de
escamas.
“O quê eu estou prestes a
fazer?” eu me perguntei.
Se deixando levar por seu lado dragão...
Uma voz ecoou pela minha
mente de novo.
-Quem é que disse isso?!
– perguntei em voz alta.
Silêncio... Eu só ouvia o
som da lava fervendo. O ar quente que a lava exalava me atingia, mas para mim,
aquilo soava como uma brisa fresca.
-Eu estou perdendo o
foco... – sacudi a cabeça. – Tenho que procurar a pedra!
Tentei me afastar mas
algo me fez parar. Vozes. Eu estava ouvindo vozes, e não era de Kathryn, nem de
Richard.
Andei com cuidado pela
borda do vulcão, e vi que havia duas pessoas escalando a parede. Uma delas
escalava com uma velocidade incrível, usando somente as mãos, e a outra pessoa
corria como uma flecha,
praticamente ignorando a gravidade.
Eu conseguia reconhecer a
segunda pessoa, era Lief.
Parece que ele fez um
amigo novo.
Desci o vulcão e fui
avisar Kathryn e Richard.
-Richard! Kathryn! –
chamei.
Elas estavam procurando
pelo chão ao redor do vulcão.
-Uma máquina para achar
as pedras seria bem útil... – Richard murmurou.
Me aproximei delas.
-PESSOAL! – chamei de
novo.
-Sim, Selion? – Kathryn
perguntou.
-Temos companhia! Lief e
um amigo novo! – expliquei.
-Essa não... A Grand
Destruction está aqui! – Kathryn ficou surpresa. – O quê vamos fazer?
-Onde eles estão? –
Richard perguntou.
-Escalando o outro lado
do vulcão, não vai demorar para chegarem ao topo. – expliquei.
-Vamos acabar com eles
então. – Richard respondeu.
Peguei meu arco e flecha
e mirei para cima do vulcão.
-Vamos!
-Tive uma idéia. Ataquem
eles de frente, está bem? – Kathryn contornou o vulcão correndo e desapareceu
de vista.
-Você a ouviu. – Richard
usou seu leque e fez um pequeno tornado, e então começou a subir o vulcão com
ele.
Voei para cima, mas no
meio do caminho reparei que tínhamos perdido o elemento surpresa.
Lief.
Ele estava no topo do
vulcão, observando eu e Richard subindo.
Lief pegou sua espada e a
mesma pegou fogo.
-A quanto tempo, Selion e
Richard.
Richard chegou ao topo do
vulcão. Cheguei logo depois.
A pessoa que vi escalando
com as garras estava atrás de Lief.
-Quem é seu novo amigo? –
perguntei.
-Vocês não foram
devidamente apresentados. – Lief riu. – Isso já, já irá mudar.
Garras cresceram nas mãos
de nosso novo inimigo. Agora eu podia vê-lo mais nitidamente, tinha longos
cabelos loiros, que pareciam que nunca foram cortados, ele vestia uma armadura
com marcas de cortes de espada e afins. Tinha olhos vermelhos, que estavam
fixos em mim e Richard.
Lief ergueu sua espada e
cortou o ar, mandando fogo contra mim. Simplesmente não me afetou pelo fato de
escamas de dragão resistirem ao calor.
-Bela tentativa, esqueceu
que fogo não me afeta? – ri de Lief.
-O objetivo não era te
acertar. – Lief explicou.
Vi que o “amigo” de Lief
começava a me encarar com uma cara ameaçadora. Ele correu até mim e me atacou
com suas garras. Ele era extremamente rápido. Desviei e lancei uma bola de fogo
contra ele. Ele a repeliu com suas garras.
-Olha só... Depois de
tanto treinamento, fogo também não o afeta, que coisa não? – Lief deu um
sorriso ameaçador.
Esquivei dos golpes e
atirei uma flecha contra o inimigo que tentava me fatiar com suas garras.
A flecha cravou em sua
armadura. Ele simplesmente a tirou e a jogou contra mim.
Richard correu até Lief e
o atacou com vento.
Lief esquivou, e tentou
acertar Richard com sua espada em chamas. Não teve efeito. Richard esquivou também,
e o acertou em cheio com uma esfera de luz. Ele quase caiu do vulcão.
“Kathryn, cadê você!?” eu
me perguntei por pensamento, enquanto lutava.
Peguei o braço de meu
oponente, o torci e o joguei contra o chão.
Ele simplesmente se
levantou, e começou a rir loucamente. Aquilo era de certo modo assustador. O
modo como ele não sentia, ou pelo menos não demonstrava, dano nenhum. O modo
como ele atacava friamente com o único objetivo de me exterminar.
Ele parou de rir e voltou
a atacar. Ele conseguiu acertar meu braço.
As garras dele estavam
congeladas, extremamente frias. O quê causou mais dor do que deveria em mim.
Comecei a lutar contra
ele. Meu corpo pegou fogo sem nem eu perceber. Ele não parava de me golpear com
suas garras afiadas.
-Esse é um inimigo que
você não consegue vencer, não é Selion? – Lief riu convencido enquanto tentava
acertar Richard com sua espada.
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