7. Grandark retorna
Era umas sete horas da manhã. E eu estava
no telhado com a Sakura e a Melody, mostrando o que tinha aprendido no dia
anterior.
Eu estava mostrando a elas que eu
conseguia voar agora. E que meu dragão está sob controle.
-Muito bem Selion. – Sakura aplaudiu
sentada no telhado. – Mas podemos descer agora?
-A vista é tão bonita... – Melody
exclamou. – Mas temos que ficar alertas...
-Porquê? – falei pousando.
-A Sakura não te falou? – Melody
perguntou. – Acontece, que aquele mascarado, que tentou machucar a Sakura
aquela noite, levou a pedra da Escuridão.
-Mas ainda temos a da Luz... – falei
tentando amenizar a preocupação dela.
-De que importa? Precisamos das sete!
-Nós vamos encontrar as outras. – Sakura
assentiu.
-Mas e se Grandark achar primeiro? –
Melody falou, vendo o lado ruim da coisa.
-Não se preocupe. Polar e os Pufis estão
tomando conta da casa. Enquanto isso podemos procurar as outras pedras. – falei
acalmando-a.
-Pode ser...
-Ei. Quem é aquele garoto? – Sakura falou
apontando para um garoto andando aqui por perto.
Era um garoto de cabelo curto azul escuro,
olhos azuis, ele era alto e magro. Segurava um livro. Vi que Kathryn foi
correndo até ele, e que depois nos chamou.
Descemos rapidamente, e fomos correndo até
ele, percebi que ainda era dragão, então eu virei humano para não assustá-lo.
-Oi. – falei com um tom de voz amigável.
-Olá. – ele respondeu. – Eu sou o Misake.
-Esse é aquele que eu te falei Melody. –
ouvi Kathryn falar para Melody atrás de mim.
-Você já sabe o que é? – perguntei.
-Aham. Sou um tecnomago, alquimista. – ele
contou.
-Hummm... Bem vindo ao Grand Elementra. Eu
sou Selion. Aquela de cabelos ruivos, é a Sakura.
-Oi. – Sakura falou com um grande sorriso.
-Kon’nitchwa Sakura e Selion. – ele falou,
devia ser japonês. – Isso quer dizer olá.
-AAAaaaa... – eu e Sakura falamos em
uníssono.
-E que livro é esse? – perguntei.
-É meu manual.
-Uau, você vêm com manual de instruções? –
Sakura perguntou.
Todos rimos.
-Mas sério. Você vêm com manual de
instruções? – ela insistiu.
Rimos de novo. Só que dessa vez mais
ainda.
-Não. – ele falou ainda rindo. – Esse é o
meu manual de tecnomago, não sou nada sem ele. Eu descobri meus poderes quando
toquei neste livro, que Kathryn me deu a um ano. Agora já sei dominar bem.
-Eu tive que aprender na marra. – falei
fazendo uma cara falsa de choro.
-Acabou o papo. – Kathryn apareceu
falando. – Eu vou mostrar a casa para o Misake.
Depois de ter dito isso, os dois saíram
andando para dentro de casa.
-Têm algo de estranho com o Misake... –
Sakura falou. – Ele me parece familiar...
-Deve ser só coisa da sua cabeça Sakura.
-Quem quer tomar café da manhã? – Melody
perguntou.
-Eu. – falei levantando a mão.
...
Estávamos sentados a mesa. Todos do grupo.
Até Richard e Misake. Estávamos comendo waffles e torradas, feitas por Misake e
Kathryn. Até que eles cozinham bem. A quem estou querendo enganar? Aquilo tava
uma delícia. Só que por algum motivo, Sakura não quis comer os waffles de
Misake, se bem que, assim sobra mais para mim.
-Ficou muito bom Misake e Kathryn. –
elogiei.
-Obrigado. As torradas são meio que só
torradas normais mesmo... Mas não esqueça. O próximo que vai cozinhar é você
Selion. – ela comentou apontando o dedo para mim.
-Mas eu não sei cozinhar... – falei
deprimido.
-Pede ajuda para alguém! – Kathryn falou
pegando o garfo, e fincando num waffle. – Olha o Misake por exemplo, teve a
bondade de me ajudar com os waffles. Que estão uma delícia! – ela exclamou. –
Misake o quê é isso no meio dos waffles? – ela perguntou.
Notei que quando eu mastigava, sentia algo
dentro do waffle.
-Verdade... O que é? – perguntei junto com
Sakura.
-É uma receita de família... – ele
comentou.
-Isso está muito bom. – Richard comentou.
-Meus pufis também gostaram. – falei vendo
eles comerem.
-Os pufis estão comendo waffles? – Melody
perguntou. – Uau, acho que eles comem mais do que eu pensava.
-Eu coloquei alguns pedaços de frutas
silvestres nos deles. – Misake falou.
-Isso explica tudo. – comentei.
Comemos e conversamos até todos os pratos
estiverem vazios e lavados. Percebi que depois do café-da-manhã me bateu uma
preguiça repentina. Me espreguicei e comecei a andar até a porta do corredor,
indo em direção ao meu quarto.
-Acho que vou tirar um cochilo... –
comentei.
-Eu também. – Kathryn comentou bocejando.
-Eu vou com vocês... – Melody falou se
transportando até seu quarto.
-Eu vou dormir, me acordem na hora do
almoço. – Richard falou indo atrás de mim.
-Eu fico aqui com o Misake. – Sakura
falou. – Dormi o suficiente.
-Bons sonhos. – Misake falou logo após
Sakura. – Ei Sakura, têm certeza que não quer mais nenhum waffle? – ouvi Misake
falar para ela antes de eu fechar a porta do corredor.
Me espreguicei e fui andando até meu
quarto, abri a porta, e desabei na cama.
...
Quando acordei, notei que uma pessoa
estava me observando, do outro lado do quarto. Era o Lief. Notei que havia me
esquecido dele, ele havia sumido desde que Misake chegou.
-Oi Lief. – falei ainda com preguiça.
-Olha, não confie no Misake, eu estou te
avisando. – ele falou andando para mais perto de mim e depois em direção a
porta.
-Peraí! O que quer dizer com isso? –
perguntei.
Ele se virou e disse:
-Eu estou te avisando. E até mais, estou
indo embora, mas eu ainda quero lutar com você! Dessa vez de verdade. – ele
falou se virando para a porta e a abrindo.
-Como assim? – eu perguntei confuso.
-Te vejo no lado sombrio... – ele disse,
saindo do meu quarto e andando até o fim do corredor.
“Ele só está tentando me assustar...”
pensei. Depois me bateu um sono de novo. E voltei a dormir. E alem do mais,
ainda eram nove da manhã.
...
Acordei de novo. Olhei para o relógio e vi
que eram onze horas e vinte e três minutos. Me levantei e vi alguém entrando no
meu quarto.
-Desde quando meu quarto é público? –
perguntei.
Percebi que a pessoa usava uma máscara. E
tinha cabelos cinza. E percebi na hora que era o cara que tentou machucar a
Sakura aquela noite! Ele havia voltado, mas como? E o que ia fazer?
-Deve se lembrar de mim... O Grandark! –
ele falou com uma voz assustadora.
-Lembro sim. – falei virando dragão. – Mas
agora eu posso lutar com você.
-Vejo que você não deu ouvidos ao Lief...
– ele falou.
-Como assim? – falei prestes a atacar.
Ele se cobriu de fumaça, e depois o Misake
apareceu no lugar dele. E depois ele voltou ao normal.
-Todos estão dormindo. Graças ao meu
waffle com frutas dormitruta.
-Dormi... O quê? – falei.
-Frutas nativas de Nibiru... O planeta de
Blanorcana, que está nesse momento sendo atacado. Mas não viemos falar dela.
Ele pegou a pedra da escuridão. E ameaçou
me tocar com ela.
-Um toque... É só o que preciso, para te
tirar da jogada. – ele falou chegando perto de mim.
Desviei. E joguei fogo nele, mas a pedra o
protegeu. Lembrei que a pedra da luz estava na minha mochila. Se eu pudesse
pegá-la. Voei pelo quarto em direção a minha mochila.
-Não vai conseguir voando...
Eu senti algo me tocar, me virei e vi que
o Grandark lançou uma espécie de raio em mim, que me fez voltar a ser humano. O
jeito era sair correndo. Fui até lá, mas antes de chegar, o Grandark me
impediu.
-Esqueceu que sei lutar kung-fu? –
ameacei.
Ele virou um lobisomem. E ficou no meu
caminho até a mochila. Porque eu coloquei ela no canto do quarto?
Não tive como desviar. Ele pegou a pedra,
rabiscou com ela no ar, e a tocou em mim, não tive escapatória.
Olhei para minhas pernas, vi que estava
começando a crescer uma espécie de diamante negro do chão.
-Você não vai se safar dessa! – gritei
esperando acordar a todos.
-Eu já me safei. – ele falou atravessando
a parede e indo para fora da casa.
-Pensa... SELION PENSA! – gritei comigo
mesmo. – Polar! É ISSO! – peguei meu celular e lá estava o Polar.
-O quê foi mestre? – ele perguntou.
Minhas mãos estavam quase cobertas pelo
cristal.
-Polar! Saia daí rápido! E acorde a
Melody. Por favor.
O diamante cobriu meu peito e estava quase
cobrindo minha boca e braços.
-RÁPIDO! – pedi apavorado.
Vi ele sair do celular, depois o diamante cobriu
minha boca e mãos, meu celular caiu no chão. E tudo o que vi, foi o Polar
flutuando até a porta. E depois “Puf” não via mais nada. Eu estava apagado.
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