quarta-feira, 2 de maio de 2012

As pedras de Elementra. Capítulo 7.


                     7. Grandark retorna



Era umas sete horas da manhã. E eu estava no telhado com a Sakura e a Melody, mostrando o que tinha aprendido no dia anterior.
Eu estava mostrando a elas que eu conseguia voar agora. E que meu dragão está sob controle.

-Muito bem Selion. – Sakura aplaudiu sentada no telhado. – Mas podemos descer agora?

-A vista é tão bonita... – Melody exclamou. – Mas temos que ficar alertas...

-Porquê? – falei pousando.

-A Sakura não te falou? – Melody perguntou. – Acontece, que aquele mascarado, que tentou machucar a Sakura aquela noite, levou a pedra da Escuridão.

-Mas ainda temos a da Luz... – falei tentando amenizar a preocupação dela.

-De que importa? Precisamos das sete!

-Nós vamos encontrar as outras. – Sakura assentiu.

-Mas e se Grandark achar primeiro? – Melody falou, vendo o lado ruim da coisa.

-Não se preocupe. Polar e os Pufis estão tomando conta da casa. Enquanto isso podemos procurar as outras pedras. – falei acalmando-a.

-Pode ser...

-Ei. Quem é aquele garoto? – Sakura falou apontando para um garoto andando aqui por perto.

Era um garoto de cabelo curto azul escuro, olhos azuis, ele era alto e magro. Segurava um livro. Vi que Kathryn foi correndo até ele, e que depois nos chamou.
Descemos rapidamente, e fomos correndo até ele, percebi que ainda era dragão, então eu virei humano para não assustá-lo.

-Oi. – falei com um tom de voz amigável.

-Olá. – ele respondeu. – Eu sou o Misake.

-Esse é aquele que eu te falei Melody. – ouvi Kathryn falar para Melody atrás de mim.

-Você já sabe o que é? – perguntei.

-Aham. Sou um tecnomago, alquimista. – ele contou.

-Hummm... Bem vindo ao Grand Elementra. Eu sou Selion. Aquela de cabelos ruivos, é a Sakura.

-Oi. – Sakura falou com um grande sorriso.

-Kon’nitchwa Sakura e Selion. – ele falou, devia ser japonês. – Isso quer dizer olá.

-AAAaaaa... – eu e Sakura falamos em uníssono.

-E que livro é esse? – perguntei.

-É meu manual.

-Uau, você vêm com manual de instruções? – Sakura perguntou.

Todos rimos.

-Mas sério. Você vêm com manual de instruções? – ela insistiu.

Rimos de novo. Só que dessa vez mais ainda.

-Não. – ele falou ainda rindo. – Esse é o meu manual de tecnomago, não sou nada sem ele. Eu descobri meus poderes quando toquei neste livro, que Kathryn me deu a um ano. Agora já sei dominar bem.

-Eu tive que aprender na marra. – falei fazendo uma cara falsa de choro.

-Acabou o papo. – Kathryn apareceu falando. – Eu vou mostrar a casa para o Misake.

Depois de ter dito isso, os dois saíram andando para dentro de casa.

-Têm algo de estranho com o Misake... – Sakura falou. – Ele me parece familiar...

-Deve ser só coisa da sua cabeça Sakura.

-Quem quer tomar café da manhã? – Melody perguntou.

-Eu. – falei levantando a mão.

                                                                       ...


Estávamos sentados a mesa. Todos do grupo. Até Richard e Misake. Estávamos comendo waffles e torradas, feitas por Misake e Kathryn. Até que eles cozinham bem. A quem estou querendo enganar? Aquilo tava uma delícia. Só que por algum motivo, Sakura não quis comer os waffles de Misake, se bem que, assim sobra mais para mim.

-Ficou muito bom Misake e Kathryn. – elogiei.

-Obrigado. As torradas são meio que só torradas normais mesmo... Mas não esqueça. O próximo que vai cozinhar é você Selion. – ela comentou apontando o dedo para mim.

-Mas eu não sei cozinhar... – falei deprimido.

-Pede ajuda para alguém! – Kathryn falou pegando o garfo, e fincando num waffle. – Olha o Misake por exemplo, teve a bondade de me ajudar com os waffles. Que estão uma delícia! – ela exclamou. – Misake o quê é isso no meio dos waffles? – ela perguntou.

Notei que quando eu mastigava, sentia algo dentro do waffle.

-Verdade... O que é? – perguntei junto com Sakura.

-É uma receita de família... – ele comentou.

-Isso está muito bom.  – Richard comentou.

-Meus pufis também gostaram. – falei vendo eles comerem.

-Os pufis estão comendo waffles? – Melody perguntou. – Uau, acho que eles comem mais do que eu pensava.

-Eu coloquei alguns pedaços de frutas silvestres nos deles. – Misake falou.

-Isso explica tudo. – comentei.

Comemos e conversamos até todos os pratos estiverem vazios e lavados. Percebi que depois do café-da-manhã me bateu uma preguiça repentina. Me espreguicei e comecei a andar até a porta do corredor, indo em direção ao meu quarto.

-Acho que vou tirar um cochilo... – comentei.

-Eu também. – Kathryn comentou bocejando.

-Eu vou com vocês... – Melody falou se transportando até seu quarto.

-Eu vou dormir, me acordem na hora do almoço. – Richard falou indo atrás de mim.

-Eu fico aqui com o Misake. – Sakura falou. – Dormi o suficiente.

-Bons sonhos. – Misake falou logo após Sakura. – Ei Sakura, têm certeza que não quer mais nenhum waffle? – ouvi Misake falar para ela antes de eu fechar a porta do corredor.

Me espreguicei e fui andando até meu quarto, abri a porta, e desabei na cama.

                                                                               ...

Quando acordei, notei que uma pessoa estava me observando, do outro lado do quarto. Era o Lief. Notei que havia me esquecido dele, ele havia sumido desde que Misake chegou.

-Oi Lief. – falei ainda com preguiça.

-Olha, não confie no Misake, eu estou te avisando. – ele falou andando para mais perto de mim e depois em direção a porta.

-Peraí! O que quer dizer com isso? – perguntei.

Ele se virou e disse:

-Eu estou te avisando. E até mais, estou indo embora, mas eu ainda quero lutar com você! Dessa vez de verdade. – ele falou se virando para a porta e a abrindo.

-Como assim? – eu perguntei confuso.

-Te vejo no lado sombrio... – ele disse, saindo do meu quarto e andando até o fim do corredor.

“Ele só está tentando me assustar...” pensei. Depois me bateu um sono de novo. E voltei a dormir. E alem do mais, ainda eram nove da manhã.

                                                                    ...

Acordei de novo. Olhei para o relógio e vi que eram onze horas e vinte e três minutos. Me levantei e vi alguém entrando no meu quarto.

-Desde quando meu quarto é público? – perguntei.

Percebi que a pessoa usava uma máscara. E tinha cabelos cinza. E percebi na hora que era o cara que tentou machucar a Sakura aquela noite! Ele havia voltado, mas como? E o que ia fazer?

-Deve se lembrar de mim... O Grandark! – ele falou com uma voz assustadora.

-Lembro sim. – falei virando dragão. – Mas agora eu posso lutar com você.

-Vejo que você não deu ouvidos ao Lief... – ele falou.

-Como assim? – falei prestes a atacar.

Ele se cobriu de fumaça, e depois o Misake apareceu no lugar dele. E depois ele voltou ao normal.

-Todos estão dormindo. Graças ao meu waffle com frutas dormitruta.

-Dormi... O quê? – falei.

-Frutas nativas de Nibiru... O planeta de Blanorcana, que está nesse momento sendo atacado. Mas não viemos falar dela.

Ele pegou a pedra da escuridão. E ameaçou me tocar com ela.

-Um toque... É só o que preciso, para te tirar da jogada. – ele falou chegando perto de mim.

Desviei. E joguei fogo nele, mas a pedra o protegeu. Lembrei que a pedra da luz estava na minha mochila. Se eu pudesse pegá-la. Voei pelo quarto em direção a minha mochila.

-Não vai conseguir voando...

Eu senti algo me tocar, me virei e vi que o Grandark lançou uma espécie de raio em mim, que me fez voltar a ser humano. O jeito era sair correndo. Fui até lá, mas antes de chegar, o Grandark me impediu.

-Esqueceu que sei lutar kung-fu? – ameacei.

Ele virou um lobisomem. E ficou no meu caminho até a mochila. Porque eu coloquei ela no canto do quarto?
Não tive como desviar. Ele pegou a pedra, rabiscou com ela no ar, e a tocou em mim, não tive escapatória.
Olhei para minhas pernas, vi que estava começando a crescer uma espécie de diamante negro do chão.

-Você não vai se safar dessa! – gritei esperando acordar a todos.

-Eu já me safei. – ele falou atravessando a parede e indo para fora da casa.

-Pensa... SELION PENSA! – gritei comigo mesmo. – Polar! É ISSO! – peguei meu celular e lá estava o Polar.

-O quê foi mestre? – ele perguntou.

Minhas mãos estavam quase cobertas pelo cristal.

-Polar! Saia daí rápido! E acorde a Melody. Por favor.

O diamante cobriu meu peito e estava quase cobrindo minha boca e braços.

-RÁPIDO! – pedi apavorado.

Vi ele sair do celular, depois o diamante cobriu minha boca e mãos, meu celular caiu no chão. E tudo o que vi, foi o Polar flutuando até a porta. E depois “Puf” não via mais nada. Eu estava apagado.

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