sábado, 12 de maio de 2012

As pedras de Elementra. Capítulo 10. Capítulo de duas partes.



10. A espetacular aventura de Kathryn.



-Estou pronta. – falei colocando minha mochila. – Podemos ir Éolo?

-Claro. Assim que esses Pufis derem um jeito de entrar no meu celular. – ele falou tentando explicar para os pequenos Pufis que era pra entra no celular dele.

Ele estava fazendo gestos de mãos, porem os Pufis entendiam português. Eles só se viraram e ficaram lá.

-Aff, deixa que eu cuido disse. – falei pedindo para Éolo se afastar.

-Tem certeza que Adrian não quer vir? – Éolo perguntou.

Antes de responder, olhei para os Pufis com um grande sorriso, e eles me devolveram o sorriso e entraram no meu celular. Eu posso dizer que sou boa com animais. É estranho, é como se eles confiassem em mim.

-O Adrian vai com a Melody. – expliquei.

-E a alienígena? E se tentar fugir? – ele continuou, me enchendo de perguntas.

-Tá presa no quarto. – expliquei séria.

-Meio violento não? – ele explicou imitando as palavras de Melody.

“SERÁ QUE NINGUEM ENTENDE MEU MÉTODOS?! A COITADA TEM UM MONTE DE COMIDA E UM BANHEIRO LÁ!” pensei brava.

-Deu! Chega de me questionar. – falei o encarando.

-Como quiser... – ele bufou.

Agora lembrei o porquê havia mandado Éolo para longe... A gente não se aguenta às vezes, ou ele me questiona por tudo, ou eu fico com raiva pelas atrapalhadas dele.

-Vamos logo. – reclamei.

-Como quiser... – ele repetiu.

Odeio “discos arranhados”.

-Um tal de Misake não vai com a gente? – ele perguntou coçando a cabeça.

-Sim, encontraremos com ele em Londres. – expliquei.

-E nós vamos andando até lá? – ele reclamou. – Missão impossível.

-Nem, eu nunca disse que íamos andando – falei dando um sorriso malicioso.

Por que iríamos andando? Nenhum ser humano consegue ir de Ekyparatto (que fica localizado no Brasil) até Londres. Seria burrice. Eu pensei em algo... Mais divertido...
Levei Éolo até a garagem e abri o portão. Ele ficou boquiaberto.
Era na garagem onde nós guardamos nossos veículos, e como sou uma maga, eu viajo no meu querido mascote.

-Saladin? Você está aí? – perguntei, gritando pela garagem.

Me restava esperar. Vi que Éolo estava matando a saudade da sua velha bicicleta voadora. Ela tinha guidão azul, e ainda por cima amaldiçoado. Por onde quer que ele andasse, era criado uma estrada de vento, fazendo-o voar. Olhei para os outros veículos. Vi o pégasus da Melody, um teleportador que estava quebrado, um disco voador em forma de espada (que era de Sakura, e foi feito pela Melody) e um carro celestial negro. Há quanto tempo não usávamos todos esses objetos, tirando o Frank, que de fato não é objeto. Acho que desde a última vez que o mundo estava prestes a acabar.
Logo após eu começar a andar até o Éolo, que ainda estava grudado na velha bicicleta cor azul-celeste, Saladin entrou pela porta de dentro de casa.

-Freeeek? - ele disse. Possivelmente era algo como: Chamou?.

Aquele dorminhoco do Saladin só podia estar dormindo mesmo.

-Saladin... Supremacius Hevertrim! – falei conjurando a segunda forma de Saladin.

Ele se sentou no chão e começou a crescer, seu corpo começou a rachar, e ele mostrou sua verdadeira cor e forma. Um grifo do tamanho de um cavalo, de cor dourada. Virei para trás e vi Éolo de boca aberta.

-Uau! O Saladin mudou bastante. – ele falou não acreditando na nova forma do animal.

-Um bom feitiço de evolução faz maravilhas. – falei com um leve sorriso no rosto. – Já parou de namorar sua bicicleta celestial? – perguntei, agora com cara séria.

-Vamos de uma vez e para de piadinhas. – ele reclamou.

Montei no Saladin e fiz carinho em sua cabeça. Ele sorriu e começou a andar para fora.

-Tchau Frank. – me despedi.

-Boa viagem. – ele respondeu.

-Avise que já saímos. Por favor. – Éolo pediu.

-Não sou seu mordomo. – Frank falou indignado. – Mas farei o quê pediu. – ele completou.

-Acha que ainda consegue andar nela? – perguntei desconfiada para Éolo.

-É como andar de bicicleta! Literalmente. – ele me respondeu.

Saladin bateu as asas afiadas que lembravam as de um beija-flor, e começamos a voar, no início esperei voando em cima de uma árvore, e observei Éolo. Ele estava todo atrapalhado. Mas depois pegou o jeito e começou a me seguir.

-Destino: Londres! – gritei para os céus. – Eu sempre quis falar isso! – falei animada.

                                                                                 ...

-Arf,arf... Já chegamos? – Éolo perguntou atrás de mim.

-Pela terceira vez: não! – respondi já perdendo a paciência.

-Estou começando a cansar! – ele reclamou ao meu lado.

-Você está pedalando? – perguntei rindo.

-Como acha que uma bicicleta funciona? – ele perguntou com raiva.

-As normais, pedalando, mas a sua pode ser ligando o modo automático – expliquei.

Ele ficou quieto. Parou de pedalar e apertou o automático. E ficou chocado durante toda viagem.
“Melhor quieto do que perguntando: ‘Já chegamos?’.” Pensei aliviada.
Viajamos por mais uma meia hora, e eu já conseguia enxergar a base da Grand Elementra de Londres. Eles se nomeiam de: The Elementra, já que foi a primeira criada. Eles se exibem até hoje.
Procurei um espaço para pousar. Havia um lugar exato, feito sob medida, para o Saladin pousar entre duas árvores, eu fui vagarosamente e... Éolo apareceu do nada e pousou lá.
Tive que procurar mais. Resolvi não escolher muito. Pousei do lado do edifício do The Elementra.
Percebi que aquilo não era uma casa comum, era um prédio, invisível para comuns, é claro, mas um prédio de no mínimo quatro andares. Notei que ele podia até ser alto, mas não era robusto.
Assim que desci do Saladin, ele voltou ao normal, e deitou no terraço do prédio.
Fui atrás de Éolo. Eu corri até o local onde ele roubou meu espaço de pouso perfeito, e vi que ele não estava lá. Me virei para trás e vi ele batendo na porta do prédio.

-NÃOOOOO! – gritei.

Corri até lá e o empurrei para longe. Nós caímos deitados na grama, me virei e vi várias lanças e flechas serem atiradas até o local onde Éolo tinha batido na porta.

-A gente não bate na porta aqui! Têm equipamento de segurança, seu burro! – eu falei o xingando.

-Então como entramos, sabe-tudo? – ele rosnou.

-Assim... – falei pegando meu cajado.

Invoquei uma mão espectral, e ela foi se contorcendo e se virando até alcançar o botão da campainha em cima da porta.
E esperamos, até começar a ouvir passos, e a porta se abriu. Uma pessoa de cabelos curtos apareceu com um livro cobrindo seu rosto apareceu e perguntou: “Quem é?”, sem retirar o livro da cara.

-Kathryn e Éolo. – respondi.

Ele tirou o livro da cara e eu reconheci na hora quem era. Era o Misake verdadeiro.

-Misake! – falei sorrindo.

-Já achamos, podemos ir? – Éolo perguntou.

“Apressadinho...” pensei.

-Você deve ser a Kathryn então... Ouvi falar de você, ó jovem maga. – ele me cumprimentou.

Dei uma risadinha. Ele falava engraçado.

-Sejam bem-vindos. – ele falou nos convidando para entrar.

Senti um cheiro gostoso de pipoca lá dentro. Entrei na hora e fiquei de boca aberta.
Os móveis de lá eram lindos. Tinha um sofá vermelho que parecia muito confortável, uma grande TV, duas poltronas de cor púrpura e uma mesinha de centro. Depois, havia um elevador ao lado de uma escada e de lá dava para ver a cozinha, com um pacote de pipoca estourando no microondas.

-Eu estava fazendo pipoca... Vai ter uma maratona de filmes do Harry Potter. – ele falou fechando a porta de entrada.

-Lugar legal. – Éolo elogiou.

-Eu estou sozinho no momento... Todos estão ou procurando pedras, ou atrás de recrutas. – ele falou e logo após deu um curto assobio. – Me desculpem por isso, só estou chamando meu mascote. – ele explicou.

Uma águia apareceu voando e pousou em seu braço.

-Diga olá para nossos convidados, Zelda. – ele pediu.

Ela fez o som habitual de uma águia e depois sorriu.

-Ela bica? – perguntei.

-Não. Pode passar a mão. – ele confirmou.

Levei a mão até a águia e acareciei sua cabeça. Ela fechou os olhos e continuou sorrindo.

-Ei... A pipoca... – Éolo lembrou.

Ao dizer isso, lembrei que estava morta de fome.

-Quero lanchar – exclamei com a barriga roncando.

Misake nos levou até a cozinha e tirou a pipoca do forno. Era pipoca com manteiga, minha favorita.

-Já vêm com sal? – Éolo perguntou.

-Sim – Misake assentiu.

Ele pegou três potes do armário e então dividiu a pipoca entre nós.

-Fui avisado o porquê de vocês virem – ele comentou. – Não acho que nós devemos ir sem comer antes.

-Concordo – eu e Éolo falamos em uníssono.

Logo depois, estávamos sentados no sofá, assistindo Harry Potter e a Pedra Filosofal, enquanto comíamos pipoca. Estava na parte em que eles estavam fazendo uma partida de xadrez gigante, quando acabou minha pipoca.

-Acabou minha pipoca... – reclamei. – E o filme ta quase no fim!

-Pega a minha – Misake falou estendendo o pote com pipocas dele. – Eu estou satisfeito.

-Obrigada – disse sorrindo e pegando um punhado de pipoca.

                                                                               ...

-Vamos continuar a missão agora. – falei me espreguiçando.

-Mas ainda faltam seis filmes... – Éolo reclamou.

-Eu tenho em DVD! Acabamos depois – sugeri. – O quê é melhor? Terminar de ver a maratona, ou salvar o Seilon?

Éolo levantou a mão para falar mas eu respondi: “SALVAR O SELION!” antes de dele. Misake riu.

-Como você vai Misake? – perguntei.

-Com uma das minha invenções – ele falou nos mostrando um pequeno objeto de metal.

Parecia uma moeda. Será que ele iria jogar cara ou coroa até nós chegarmos lá?
Ele apertou o pequeno círculo metálico e então o jogou no chão. Uma fumaça saiu de lá, junto com várias peças de metal. Elas começaram a se mexer, e ficaram se circulando até uma se encaixar a outra e formar um robô flutuante.

-Uau! – exclamei.

-Tecnomagos servem pra isso – ele se gabou.

-Podemos ir? – Éolo repetiu.

-Claro. Deixa eu só chamar o Saladin – falei, assobiando depois – Ei, Misake, e quanto a Zelda? – perguntei com o cajado na mão.

-Cuida da casa – ele explicou de maneira rápida.

Esperamos um pouco e Saladin entrou pela janela, já na forma dourada.

-Bicho interessante esse seu... – Misake admitiu.

-É um grifo. Vai me dizer que nunca viu um no Harry Potter? – eu falei o encarando.

-É que eu esqueci que grifos existiam... – ele respondeu se desculpando.

-Os pombinhos já acabaram? – Éolo perguntou.

Nós o encaramos. Deu vontade de soltar uma rajada de fogo nele.

-Acertamos as contas depois... – eu e o Misake falamos para o Éolo.

                                                               ...

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